Confronto-me permanentemente entre o bem e o mal. Ao cabo de 68 anos de existência e experiência, sob a inteligência que progressivamente fui desenvolvendo e sabendo como sei o que em política pragmática o "Estado Novo" (uma ditadura que a rigor não admitia qualquer tipo de oposição) e o que é o "25 de Abril" (um ninho de cucos metido num saco de lacraus), aprecio Salazar tão-só na sua época e daí almejo que o bem que sem equívoco produzia se congregasse com a liberdade e a tentativa de igualdade que o "25 de Abril" me proporcionou.
Não será o "25 de Abril" um paradigma dos antecedentes que provocaram o "28 de Maio"? Para mim, lendo a história, ao comparar as escandaleiras descritas com as que agora decorrem, francamente, vejo nitidamente uma enxada em face de um tractor. Não fossem algumas personalidades - inequívocos patriotas - que se dignificam e fazem respeitar ao nível do lado bom de Salazar e "isto" já teria carecido de mão estrangeira em directo em cima.
Gândola, vila morena,
terra da fraternidade,
cá vamos cantando e rindo
em louvor da liberdade
porque vale sempre a pena
com vigor acreditar
que havemos de chegar
à montanha da saudade.
PS = Bom texto o seu. Fez-me regressar durante uns breves minutos aos meus espectaculares sentimentos de miúdo ávido de saber.