“O mais grave era que acusavam o PT exatamente num campo em que o partido sempre procurou se mostrar diferente dos demais: o da ética. Assim, de uma hora para outra, o que era bonito ficou feio, bandido virou mocinho e vice-versa, o sonho longamente sonhado transformou-se em pesadelo, o medo venceu a esperança, invertendo o lema da vitória de dois anos e meio antes.
‘E vai me dizer que você não sabia de nada?’, cansei de ouvir de todo mundo. Na verdade, a pergunta já trazia embutida uma resposta afirmativa: ‘Claro que sabia. E foi por isso que você saiu do governo antes?’
Não foi, mas as pessoas não esperavam que eu respondesse. Nem adiantava argumentar que nunca tinha ouvido falar em ‘mensalão’, ‘valerioduto’ (derivado do nome Marcos Valério, publicitário mineiro que intermediou empréstimos para o PT) e outros neologismos que, a partir da metade do ano de 2005, passaram a fazer parte do dia-a-dia do brasileiro” (Ricardo Kotscho, in "Do Golpe ao Planalto", pg. 300).
Obs.: Ora, o PT nunca foi um “partido ético”. Desde que conquistou as primeiras prefeituras paulistas, o Partido da Trapaça sempre esteve envolvido em falcatruas, como denunciou o ex-petista Paulo de Tarso Venceslau, que, por esse motivo, foi expulso do partido. A respeito do assunto, acesse http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=7694&cat=Ensaios. Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, disse à revista Veja que “Lula é mestre em esconder a sujeira debaixo do tapete”.