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Artigos-->Big Bosta Brasil -- 07/02/2007 - 13:26 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Assistindo ao «Big Brother»

E outras alternativas de mau entretenimento



www.zenit.org



ROMA, domingo, 4 de fevereiro de 2007 (ZENIT.org).- Nem sempre programas ruins de televisão influenciam o mundo político, mas isto aconteceu no meio de janeiro no caso do programa britânico, «Celebrity Big Brother». Durante o curso do programa um dos participantes, a atriz indiana Shilpa Shetty, foi repetidamente insultada por outros membros do programa, particularmente por Jade Goody, uma estrela de reality-shows britânica.



No lugar do episódio apenas ser outro exemplo de lixo televisivo, os ofensores de Shetty foram acusados de racismo. Subseqüentes polêmicas chegaram a um nível tal que o programa foi cancelado durante uma conferência de imprensa dada pelo Diretor de Tesouro Britânico, Gordon Brown, enquanto estava em uma visita a Índia.



O programa do Canal 4 foi o causador de dezenas de milhares de demandas ao Escritório Britânico de Comunicação, autoridade governamental em relação à mídia, também conhecido como Ofcom. Classificações para o show também surgiram, e críticos de mídia disseram que os organizadores do programa deveriam ter deliberadamente escolhido o nível de confrontos de maneira a expandir a popularidade do programa.



Devido ao acontecimento, os comentaristas refletiram nas implicações do que o programa revelou sobre a cultura contemporânea. «A exaltação da ignorância é uma afronta sobre o verdadeiro conceito de valor», observou Howard Jacobson no jornal The Independent em 20 de janeiro. Ele disse que a ignorância demonstrada por Jade Googy, que se tornou uma estrela na edição prévia do «Big Brother», foi celebrada e promovida pela televisão.



O Irish Independent, em 22 de janeiro, lamentou o estado de «centenas de milhares de jovens mulheres como Jade Goody», que «não possuem nenhum conhecimento básico em educação, boas maneiras, decoro ou linguagem». A cultura que considera auto-controle como «repressão», respeitabilidade como «autoritarismo», ou grosseria como «honestidade», mostrou um nível de vulgaridade sem precedentes, disse o jornal.



Paul Danahar, editor da sucursal da BBC no sul da Ásia, refletiu como Inglaterra e Índia se parecem, quando esta última prepara para comemorar o 60º aniversário de Independência. Escrevendo em 22 de janeiro, ele observou que «o indiano comum que fala inglês (muitos deles estudaram em escolas particulares) é muito melhor educado que um Inglês comum».



Note-se que esta categoria de indianos provavelmente supera os 100 milhões, ele conclui que os Britânicos que são preocupados com o futuro deveriam estar mais atentas por pessoas como Shilpa Shetty, uma representante de um grupo de pessoas bem-educadas que estarão em dura competição com os filhos e filhas de Britânicos no mercado de trabalho.



Cultura de lixo



No que se refere à televisão e seu conteúdo no há nada novo, como foi evidenciado na carta assinada por 110 professores, psicólogos, autores infantis e outros especialistas e publicada no dia 12 de setembro pelo jornal inglês Telegraph.



Os especialistas expressaram sua preocupação sobre o número de questões que afetam as crianças, incluindo o sistema educacional e «junk food», mas eles também comentaram que frequentemente mais crianças estão «expostas, via meios eletrônicos a materiais que teriam que ser considerados não adequados a crianças mesmo em passado muito recente».



«Nós estamos profundamente preocupados com a escalada de incidência de depressão infantil e problemas de desenvolvimento e comportamento nas crianças», disse a carta.



Os especialistas também sugeriram que a televisão por si mesma pode ser prejudicial. A carta diz que para o cérebro da criança se desenvolver normalmente elas precisam realmente brincar, ao invés de «um entretenimento sedentário, diante de uma televisão», como também, de «uma experiência em primeira-mão do mundo em que elas vivem e uma regular interação com os adultos reais importantes em suas vidas».



E a proliferação do uso da Internet por crianças e adolescentes também significa que podem ser expostos mais facilmente ao tipo de intolerância racial e cultural tipificada no «Celebrity Big Brother».



Brendesha Tynes, escrevendo no 2006 «Handbook of Children, Culture and Violence», editado por Nancy Dowd, Dorothy Singer e Robin Wilson, alerta sobre uma «cultura virtual» de racismo em formação.



Ela explicou em seu artigo chamado «Crianças, Adolescentes e a Cultura do Ódio Online», que grupos sectários e racistas deliberadamente buscam jovens, estando presentes nas salas de bate-papo e quadros de discussão que eles freqüentam. Grupos racistas criam web sites com nomes ambíguos, e organizam seu material de muitas formas de modo a parecerem verdadeiros para um jovem estudante buscando informação.



Por outro lado, acrescenta Tynes, estimulados pela interatividade e anonimidade do ciberespaço, crianças e adolescentes podem também dar vazão a sua própria intolerância, sem medo de qualquer repercussão. Programas de filtragem podem eliminar alguns dos mais extremos materiais, mas eles são somente parcialmente efetivos.



Cultura e ética



A Igreja há tempos alerta sobre a mídia. O documento «Inter Miirifica» do Concílio Vaticano II estabelece: «Os receptores, especialmente os mais jovens, procurem habituar-se à moderação e à disciplina no uso desses meios».



Na época em que o documento apareceu em 1963 ninguém poderia imaginar que a Internet e programas como «Big Brother» surgiriam, mas os princípios estabelecidos são notavelmente relevantes hoje.



O documento explica que na defesa do direito à informação e comunicação pode surgir um conflito entre arte e moralidade. O documento, contudo, «declara que indistintamente todos devem processar a primazia da ordem moral objetiva» (n. 6).



O documento diz que a narração ou a representação do mal moral pode sempre ter alguns resultados positivos em prestar-se a levar a um profundo conhecimento da humanidade. «Contudo, para que [essas apresentações] não causem mais danos do que utilidade às almas, respeitem plenamente as leis morais», alerta o documento (n. 7).



O documento continua a explicar que dado o poder da opinião pública, «é mister que todos os membros da sociedade cumpram suas obrigações de justiça e de caridade, também neste campo».



Usuários da mídia deveriam escolher os programas pelo seu bem, conhecimento ou mérito artístico, evitando aqueles que podem causar dano espiritual, dar mau exemplo ou que promovem o mal, continuou o decreto. E somando à sugestão de que a mídia deveria ser usada com restrição, o decreto recomendou que os jovens «Esforcem-se, além disso, por entender mais a fundo o que ouvem, lêem e vêem» (n. 10) Por sua vez os pais possuem o sério dever de proteger seus filhos de material prejudicial.



Quase quatro décadas depois, em 2000, o Pontifício Conselho para Comunicação Social publicou seu documento «Ética nas Comunicações Sociais». Ele citou: «O grande bem e o grande mal vem do uso de que as pessoas fazem da mídia».



Escolhendo bem



A Igreja salvaguarda a mídia e os meios de comunicação social como produtos do gênio humano e presentes de Deus. Portanto, não é uma força cega, mas algo que podemos escolher usar tanto para o bem como para o mal. Aqueles que tomam as decisões – funcionários públicos, legisladores, executivos e consumidores – devem servir a dignidade humana, exortou o documento «Ética nas Comunicações Sociais».



Quando se trata de questões de cultura popular, o documento apontou que «Não raro os críticos desvalorizam a superficialidade e o mau gosto dos mass media, e embora eles não devam ser obrigatoriamente sombrios e inexpressivos, também não podem ser mesquinhos e humilhantes. Não é uma desculpa dizer que os mass media reflectem os padrões populares, pois também esses influem vigorosamente os modelos populares, e assim têm o grave dever de os elevar, não de os degradar» concluiu (n.16).



Em relação a como fazer a escolha da mídia, o pontifício conselho recomendou a aplicação de um número de princípios éticos. O princípio ético fundamental a ser lembrado é a pessoa humana e a comunidade humana. A comunicação deveria contribuir ao desenvolvimento integral da pessoa, ele insistiu.



Outro principio importante é o bem comum. A mídia não deveria colocar uns grupos contra os outros, criando conflitos de classe, racial, de nacionalidade ou religioso. Enquanto liberdade de expressão é importante, há outros elementos a serem levados em consideração, como a verdade, justiça e respeito de privacidade.



Ambos, os produtores e consumidores dos meios de comunicação, possuem deveres éticos nas escolhas que fazem, observou o concilio. Um dever muitas vezes desentendido.



Por Pe. John Flynn







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