O professor Rómulo de Carvalho ou o poeta António Gedeão, em meu calculado e objectivo apreço, faz muitíssimo bem em estar fisicamente inerte. Quiçá em benignas gotículas que por cá andem a beijar as poluídas flores, está absolutamente liberto da consecutiva esterqueira que chegou ao cúmulo de interpretar que a "Pedra Filosofal" permaneceria de coroa sobre os dias que se seguiram ao abrilino dia.
Estou neste momento a lembrar-me da década de Cavaco Silva como primeiro-ministro: " - Deixem-me trabalhar...". Segundo os opositores, estava a trabalhar "mal", esse permanente "mal" que tão-só serve a quem não quer deveras fazer coisa alguma que não seja exclusivamente em seu favor.
No decorrente momento, Cavaco Silva, agora como Presidente da República, apoia e incentiva o Governo, dito socialista, a governar como a actual situação económica do país gritantemente solicita.
"Que o PR colabore com Governo sem apoiar políticas pontuais", proclama um; "Apoio de Cavaco Silva era desnecessário", reproclama outro, e, outro ainda, incendeia mais a proclamação: "Presidente diz o que acha fundamental para país avançar".
Quem bem acompanhe e se aperceba desta ridícula chuchadeira, conhecendo sobretudo a antecedente falência política das eminências proclamantes, sai de coice seja para o lado que for sobre semelhantes investidas verborrentes.
Gedeão, ainda vivo, escrevia por seu punho: "Quem faz a História sou eu, a vizinha, o merceeeiro e não, por exemplo, D.João V ou D.Bernabé VI...". Que lugar pois terão na nossa memória os indivíduos que persistem em não fazer nem deixarem fazer? Quanto a mim, precisarão de ter um cão para ver se pelo menos vão presos cheios de razão...