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Artigos-->Começando a ler LÍLIAN MAIAL -- 23/11/2006 - 23:46 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
009900 size=4>Oh... Lílian, lá vou eu

nas peugadas de lineu

desta vez semi-real

por fonte espiritual

entre as colinas perfeitas

até que alcance as eleitas

frescuras do teu maial.


Contemplativo, estou olhando para a embalagem rectangular que suportou o "renascimento" de Lílian Maial no percurso entre o Rio de Janeiro e o Porto. Sobre o gordo envelope acastanhado, mais de uma dezena de selos de real-e-meio e a etiqueta do registo postal impresso em azul, a par do remente e endereço feitos com uma caligrafia impecável, meus olhos deslizam e sinto-os em ridente expectativa. Meus dedos embaraçam-se sem resultado para levantar a fita-cola, aderente como aço, que fecha rigorosamente o hermético subscrito. Enquanto trato de procurar o meu providencial bisturi doméstico a fim de proceder à cirúrgica operação de abertura, minha matutação entra em ritmo âmplo e acelarado.



Discernindo, quer-me parecer que Lílian reside algures onde não é qualquer ladrãozeco salta-muros que lhe entrará em casa. Pressinto que deve ser previdentemente cuidadosíssima na protecção que implanta em redor de seus afectos. Assim vou pensando consoante meu bisturi desbrava a plastificação que envolve a "poesia-maiata-brasileira". Insistindo, corte ali e corte acolá, liberto enfim, numa primeira vista, o bem apresentado livro da Lílian. Ao balanço da mão, tomando-lhe o peso tal como se avalia um bom melão, constato que, se por acidente o livro tombar, não se desfará no solo às fatias. Pois, estou também a dar pelo secreto almejo que se me padronizou na nuca: até pareço um escritor às voltas do enunciado que entreabre as portas a um belo romance.



Abro, leio a objectiva dedicatória manuscrita - "Ao poeta Torre da Guia com meu carinho e admiração" - e logo por baixo, à guisa de pérola que aparece no centro da coroa literária, leio também uma brevíssima frase pessoana, sob a pena de Alberto Caeiro, que desde logo me cai muitíssimo bem: "Bastará existir para ser completo". De imediato me apalpapei e tentei reolhar-me para ter a certeza que de facto existo. Oh... O alento emanante da poética prescrição é tanto, que até me sinto velho bicho de pêlo carregado de emplumadas penas, tipo pavão real dos ajardinados à volta do Palácio Queluz.



Abro mais, folheio, "Título: Enfim, renasci!", "Dedicatória", "Agradecimentos", "Prefácio", "Apresentação", "Biografia", "Palavra da Editora", "Sumário" e, entrando deveras na poesia, surge a "Primeira-fase" titulada e poetisada de:


SER VIRTUAL



Quem é você, boca doce e meiga,

Que me elogia, que me incentiva,

Me diz bobagens, me deixa corada?

Quem é você, olhos de águia,

Que me capta no escuro, me observa,

Me intimida, me atravessa, me envaidece?

Quem é você, ombro amigo,

Que me conforta, que me ampara,

Que me dá força?

Quem é você, corpo em brasa,

Que me derrete, que me atiça,

Que me amassa, que me faz gemer?

Quem é você, coração palpitante,

Que me quer bem, que me protege,

Que me ama, que me conquista?

Sei quem é você, ser virtual,

Que eu caço e prendo na rede,

Que eu espero e antecipo a chegada,

Que eu sonho e torno real...



Lílian Maial



Terminada a leitura deste fragante pedacinho poético, ai, pelo menos a mim, que possuo um teclado com alguns metros de cabo para poder fruir a Internet na cama, apetece-me, sem mais, escrever poesia:
REALMENTE VIRTUAL



Eu?... Eu tenho um pensamento doce

sempre que meu cérebro saboreia chocolate

feito da carne que os deuses usinam,

entronizam, incensam e louvam,

mas submetem ao pecado permanente

que se me incrusta em todos os poros...



Eu?... Eu sou e sinto-me toda a gente,

pensando por todos, almejando, sonhando,

aspirando o zénite da existência ideal

que incessantemente busco e rebusco,

mas não sei, não sei nem descubro onde é

esse acalentado olimpo terreno e museado...



Eu?... Oh... Eu vulgaríssimo animal

auto-testado, retestado e experimentado,

lançado para um impossível destino,

cheguei à conclusão que sou beMal,

aqui, ali, onde esteja, onde vá de peregrino,

habituei-me e eis-me realmente virtual !...



António Torre da Guia










E assim por aqui me fico, Usineiras e Usineiros, até chegar à "PEQUENA CRIATURA DO AMOR", na página CCXXXVII e finalmente dar de caras com o sorriso de Lílian Maial na contra-capa que quiçá me aguarde para me perguntar: - "Então, poeta, fez uma boa viagem através de mim?...". E tomem os Leitores em aviso prévio para precavida cautela desde já boa nota: quem tentar fazer como eu, mato-o!...





Som = Is the still of the night
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