Resumo: E agora, onde estão as feministas para mobilizar-se contra a cultura gay de culto ao corpo que está levando as mulheres à paranóia do peso e à morte por inanição?
Após a piada de Bono Vox sobre Nicole Richie ter aparecido na mídia, até agora já surgiram dois casos seguidos de morte por anorexia no Brasil. E mais devem vir por aí. Acredito não ser coincidência, pois estamos acostumados a dar ouvidos a problemas ou pseudo-problemas logo após terem sido chancelados pela mídia internacional. O caso mais recente que me lembro é o da propaganda de Al Gore sobre o aquecimento global.
O problema da anorexia me parece ser conseqüência de uma cultura feminista-gay. O impulso que o feminismo deu ao movimento gay vai além da estratégia comum adotada [*].
Após décadas de ódio e desprezo dirigidos a um estereótipo de homem, na maioria das vezes insensível demais, macho demais, barrigudo demais, lerdo demais, que gosta demais de carros, churrasco e de assistir ao futebol na TV tomando cerveja, tipo forçado como se vê no filme Telma e Louise, não seria estratégico desprezar a mudança de comportamento obtida. Aproveitada pelo movimento gay, tal campanha só veio aprofundar o culto idolátrico e narcisista ao corpo.
Os gays, exercendo imensa influência na publicidade, nas artes e na mídia de forma global, têm escolhido o padrão desejável de homem e mulher. Homem para gay é musculoso, latin-lover. Mulher para gay é boneca Barbie, como seu brinquedo de infância. Estranho imaginar que o padrão dessas mulheres é se tornarem as bonecas dos gays.
E agora, onde estão as feministas para mobilizar-se contra a cultura gay de culto ao corpo que está levando as mulheres à paranóia do peso e à morte por inanição? Não espere que parte da culpa recaia sobre os gays e sejam responsabilizados pois as feministas e os gays se entendem, como numa relação de pai para filho. Creio que, se os homens não amarem e defenderem suas mulheres, correrão o risco de perdê-las para os gays e para as feministas... Se quiser enxergar nisso um manifesto, fique à vontade.
E não cabem argumentos viva-rio de que é a sociedade machista que exige esse padrão de beleza. É a sociedade gay que o exige. No Brasil machista e patriarcal pré 60 s não se conheceram casos de anorexia ou bulimia. Aliás, ser gordinho sim, era padrão de beleza e saúde.
Não conheço homem que se preocupe com barriguinha em mulher, muito menos com a sua própria. Mas já ouvi muitos comentários sardônicos vindos de gays.
[*] KIRK, Marshall & MADSEN, Hunter. After the Ball : How America will conquer its fear & hatred of Gays in the 90 s . Plume, 1989.
