Sob a lente de José Fialho Gouveia, no dia do seu 84º aniversário e do lançamento de suas "Pequenas Memórias", José Saramgo, à entrada do Inverno e ao frio de Lanzarote, decidiu-se a apanhar um pouco de sol quiçá para aquecer-se na benquista portugalidade que o nobilitou.
 
 
  Com a intacta arrogância que o caracteriza e quem sabe também com o simétrico sorriso que sequer contém um pedacinho de alma, ao correr da insolação, Saramago considerou politicamente Marques Mendes muito pouco recomendável por se ter apaixonado por João Jardim, augurando-lhe uma revolução harmonal se porventura lograsse base na célebre cadeira de São Bento.
 
 
  Logo adiante, perconizando que se ensine às crianças como se chega a primeiro-ministro, em lugar de levantá-lo, atirou Santana Lopes para o chão, mimoseando-o com um abrupto piropo: imbecil !
 
 
  José Saramago, antes de nobilitado (?), sob a batuta de Luís Francisco Rebello, fez parte da Sociedade Portuguesa de Autores, transformada numa autêntica coutada de interesses esconsos que deram no que deram: iminente falência à vista. Quando Rebello e filha, e talvez por isso seu nome se escreve com dois "LL", a contas com a justiça e já demissionário, tentou uma aflitiva reeleição, Saramago, então já detentor do Nobel (?), acompanhou a lista do dilecto amigo, candidatando-se a presidente da Assembleia Geral. 
 
 
  Ora, se, na opinião de Saramago, Mendes por apoiar Jardim não é recomendável e Santana é imbecil, apre, com um receio enorme de envelhecer, só eu e Deus sabemos o que estou a pensar neste momento. Ainda bem que para o nosso Nobel Deus não exista...
 
 
  António Torre da Guia  |