O general-de-divisão Jeannot Jansen da Silva Filho, comandante da 8ª Região Militar e da 8ª Divisão do Exército, fez severas críticas à atuação do governo federal na Amazônia durante visita de cortesia à sede da Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa).
O general Jeannot Jansen Filho fez uma breve avaliação da conjuntura política do País na área da segurança nacional, do desenvolvimento do País e de seu papel como comandante da tropa que serve à região amazônica nos Estados do Pará, Amapá e Tocantins.
O militar fez duras críticas ao orçamento do governo federal; aos movimentos sociais, à atuação de órgãos ambientais do governo, que estariam coniventes com algumas Organizações Não-governamentais (ONGs) e à omissão com relação à soberania nacional, referindo-se à internacionalização e à ocupação desordenada e ilegal da Amazônia.
Lula não vai gostar...
Sobre o orçamento do governo federal que está sendo executado neste ano, o general declarou que ficou perplexo com os R$ 24 bilhões para o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, enquanto que para o Exército foram destinados apenas R$ 1,2 bilhão. E comentou:
“Entendo. Discordo, mas não vejo como a solução é muito abaixo do mínimo e impede a nossa atuação com eficiência. Lastimo imensamente”.
Sobre a reeleição do presidente Lula, o general detonou: “A cesta básica venceu a ética e o bom senso”.
Mau uso dos recursos
O comandante comentou que ficou impressionado com o fato de a maioria dos recursos do Projeto Calha Norte beneficiarem o Estado de Rondônia e não o Pará.
Mas o militar lembrou que a aplicação de mais ou menos recursos é uma questão de atuação e pressão da bancada parlamentar de cada Estado.
“Tem muito dinheiro e vai ter mais ainda em 2007”.
Crítica às invasões de terra
O general comentou que, mesmo não sendo da área, sabe que o maior problema para a liberação de recursos é a falta de organização fundiária, por culpa do próprio governo federal.
O General avalia que hoje esse ordenamento é de difícil solução e aponta o motivo:
“Existem organizações que não trabalham para nenhum benefício social e, por isso, estamos atentos, silenciosos, mas acompanhando os assentamentos e as invasões em todo o País, porque há ideologias muito estranhas à nossa”.