Pode até haver uma super valorização dos fatos, na ênfase com que o Zé Dirceu descreve o que significa a vitória esmagadora do Lula nesta
eleição.
Mas não resta dúvida de que o cenário político brasileiro, a partir do próximo ano, estará impregnado de uma nova e amedrontadora relação de poder, capaz de transformar o Brasil e levá-lo a destinos desconhecidos, jamais
imaginados antes.
Porém, mais desconsoladora é a constatação de que de nada valeram o poder das instituições e a liderança dos que lutaram com todas as
armas de que dispunham dentro da ordem jurídica para evitar a catástrofe que está se abatendo sobre o Brasil, e capaz de perturbar a própria História nacional.
É chegada a hora de procurarmos a solução deste problema, a partir da análise dos nossos erros, vacilações e vaidades, se ainda nos interessar o destino de nossa pátria.
Flavio Fgueiredo Jorge de Souza
Cel art refo (Recife/PE )
Resposta.
(Ainda com incorreções, que poderão ser revistas.)
Carlos A. C. Lima*
Lembro-me quando menino de ter ouvido falar muitas vezes e era comum isto: “Tem medo mas não tem vergonha.” Vacilar é trair o pensamento. Era comum ouvir, quando menino, que quem muito se abaixa deixa os fundilhos á mostra.
Sabiamente as Forças Armadas, cumprindo a Constituição e atendendo reclamos da
sociedade esclarecida, foram decididas, quando da ação contra terroristas, seqüestradores, assaltantes de bancos, de carros forte, arruaceiros de porta de fábrica, que utilizavam as técnicas da subversão da ordem, isto é, estabelecendo uma nova ordem que é a desordem, fazendo baderna, destruindo patrimônio,
incendiando, invadindo propriedades particulares, minando princípios, a sociedade, de outros tempos, tempos de princípios, de pós 2ª Guerra Mundial, que tinham consciência dos malefícios do caos, onde perderam-se vidas de entes queridos, não vacilaram. Impuseram-se e exigiram que as Forças Armadas cumprissem seu papel constitucional de defender as instituições. Esta é a palavra pertinente - subversão, que identificava tudo o que se tentou fazer nas décadas de 60 e 70. Destruir as instituições, as organizações, aniquilar a
sociedade, extirpar seus valores, fazer com que tudo o que existe de ruim pareça normal. A leniência, a excessiva tolerância, com a intolerância sabia-se que levaria a isto e nesta prospectiva, o cenário que se descortinava era e acabou sendo este que vemos. Eles só conhecem uma linguagem, infelizmente, a da força,
que é o último recurso. Para isto enfraquecem e tentam fazer com que as Forças Armadas acabem aderindo a seus métodos, para cooptá-las ou destruí-las. Os métodos deles são tipicamente os da revolução russa estimulando a luta entre
classes. Jamais resolver os problemas da sociedade e sim usá-los para estimular a discórdia. Como bem definia Maquiavel: “dividir para reinar.” Só não sabe quem não viveu isto ou não leu e interpretou a história. Filmes retratam isto com fidelidade. “Doutor Jivago”, filmes de guerra etc. Hoje a história é invertida e desvirtuada, tenta-se recontá-la de forma mentirosa e insidiosa.
Daí pode-se afirmar com convicção que eles sabem muito bem o que estão fazendo. Não é trabalho de uma pessoa só. É uma organização terrorista
internacional, baseada em uma ideologia espúria que visa unicamente apoderar-se do poder e exercê-lo a seu bel prazer, para seus interesses pessoais, não importem os meios e as conseqüências. Agiram assim o tempo todo na URSS, em Cuba, no Gabão, na Nicarágua, em El Salvador, na Venezuela, na França, na Coréia
do Norte, no Vietcong etc. Hitler valeu-se exaustivamente da propaganda para enganar o povo e assim agem todos os tiranos. O povo é usado, como pode-se observar através de seus métodos, da imprensa como um todo, que tentaram
amordaçar, como tentaram amordaçar, também, o Ministério Público, o Legislativo e o Judiciário, como bem denunciam seus próprios dissidentes. A rigor são eles próprios que se auto identificam e identificam os meios e as vítimas. O povo, “massa de manobra” é usado para fazer seu jogo, estimulando a discórdia e a
desarmonia social, instigando miseráveis contra remediados, que são mantidos na dependência e na indigência, para conveniência de seus interesses e planos políticos de poder. E aí vai uma longa história. Por falar nisto, a história está cheia de exemplos. A queda da Bastilha, as revoluções Francesa e Russa de 1917 etc.
São interesses com vínculos internacionais totalitários e tirânicos, absolutamente contrários aos interesses nacionais e a sociedade brasileira organizada. A história é reeditada, repete-se. Não vê quem não quer.
Em seu livro, A arte da Guerra, Sun Tzu, escrito no Séc. IV a. C. observava: “Se conheces o inimigo e não a ti, serás vencido; se conheces a ti e não conheces o adversário, serás vencido; se conheces a ti e ao teu adversário, vencerás. Será questão de tempo.”
Para tudo isto existe uma condicionante: Vontade. Vontade significa: vontade política, hombridade, integridade, determinação, objetivos, resistência sistemática em todos os níveis possíveis – por sinal eles costumam dizer “a luta continua companheiro”.
Com a constatação do resultado deste 2º turno conclui-se que venceu, na eleição para presidente da república, o apedeuta, obscurantista, dogmático e enganador. É o reflexo cultural de um povo que contraria a vocação e os destinos de uma grande nação que tem como lema sagrado, em sua bandeira, o símbolo máximo da nacionalidade, a ORDEM e o PROGRESSO. Continuaremos a vê-la tremular raras
vezes, nas olimpíadas, para vergonha de um povo apático, desinteressado, fatalista, que, em sua maioria, não crê em si próprio, cuja vocação parece ser a subserviência, a dependência e a falta de iniciativa. Carneiros que seguem
dóceis o primeiro pilantra que lhes indica o caminho. O caminho da servidão. Não sabem escolher o caminho por sua própria aptidão. Não sabem e nem querem saber.
Presas fáceis de sutis enganadores, que lhes preparam armadilhas. Justamente esta parcela de não esclarecidos, são os que mais sofrem e irão sofrer as conseqüências dos desvios de recursos que são tirados dos empreendedores, que pagam altíssimos tributos e são cada vez mais tolhidos em suas iniciativas de gerar mais empregos e vêem, com tristeza, que os benefícios não chegam onde deveriam chegar, isto é, nos mais necessitados. A CPMF é um dos casos típicos,
que de provisória passou a ser permanente. A saúde continuou um caos.
Para tristeza geral do cidadão esclarecido e da nação isto representa mais quatro anos de atraso, retrocesso, da dilapidação e do saque aos cofres públicos, da destruição das instituições, da falência do sistema institucional, deturpado com a propaganda massiva e mentirosa, formando e deformando mentes.
Sem dúvida nenhuma esta é a prospectiva que se nos apresenta depois de um infeliz, falta de gestão, eivada de corrupção desenfreada e cometimentos de crimes por parte, justamente, de seus auxiliares diretos, como comprovam todas
as investigações feitas pelo Congresso e outros órgãos encarregados de fazê-las, de fartamente divulgado pela imprensa, onde quem deveria saber o que ocorre em seu país, não consegue saber o que acontece na sala ao lado da sua, segundo ele
próprio declara.
O povo brasileiro tem vocação para ser feliz, não para ser imbecil. O tempo encarregar-se-á de torná-los esclarecidos, em sua grande maioria. Ninguém consegue enganar todo mundo, o tempo todo.
Preparem-se cidadãos: será pior.
Acautelem-se vilões: existem 40% de eleitores esclarecidos que não aceitarão tudo.
30 de outubro de 2006.
* Militar da reserva de Engenharia do Exército, Administrador, pós Graduado
em Estudos de Política e Estratégia e Diplomado pela ADESG.