- Ah... Bom dia... Bom dia meus lindos. Vá, tomem lá umas migalhinhas, seus brincalhões, vá, tomem, tomem...
E as águas borbulhavam plenas de cabeças, olhos, barbatanas, rabos e dorsos de peixes, tal como uma festa de empolgados humanos. E Santo ANTÓNIO prosseguia:
- Olha ali aquele negrinho, tão invejoso. Oh... Como é impulsivo e tonto a roubar as migalhinhas aos companheiros. Vá, tomem mais migalhinhas, vá, tenham calma que chega para todos...
E o frade, falando e sub reptício atirando para a água as migalhas que trazia nos bolsos, reunia atrás de si uma pequena multidão de espantados curiosos a entreolharem-se sem saber porquê...
Porquê?!... Após tantos anos, tantos, a maioria ainda não sabe porquê.
Dessa distância, meu querido santo de quem tomei nome, peço-te, faz história, muita história e continua lançando migalhas para alimentares a vida.