Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63224 )
Cartas ( 21349)
Contos (13301)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10676)
Erótico (13592)
Frases (51739)
Humor (20177)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4944)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141306)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6355)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Analisando o segundo turno -- 22/10/2006 - 15:31 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ANALISANDO O SEGUNDO TURNO



Nivaldo Cordeiro (*)



21/10/2006



Resumo: Alckmin vai perder por ser membro da esquerda envergonhada; Lula vai ganhar por ser membro da esquerda assumida. É esse o resumo da ópera.



Inês é morta, a darmos crédito às pesquisas de opinião. A margem de vantagem de Lula sobre o adversário é tamanha que mesmo o mais tosco erro metodológico seria compensado. Lula Lá de novo, pelo visto. A experiência dessas eleições, todavia, é riquíssima, obrigando o observador a refletir sobre a mesma. É o que pretendo fazer aqui.



Em primeiro lugar, é bom que se diga que as diferenças programáticas entre o PT e o PSDB são apenas de grau. Ambas as agremiações são espelho de si mesmas. Esse é um ponto importante e para mim explica, em larga medida, uma possível derrota de Alckmin. Ambos os partidos são de esquerda no exato sentido de que põem o Estado como sujeito do processo social e econômico, cabendo a ele a ação de distribuir renda via políticas públicas financiadas por impostos cada vez mais elevados. É bem verdade que Alckmin não reza integralmente por essa cartilha e que a social-democracia há muito reconheceu a necessidade de manter os mecanismos de mercado funcionando, abrindo mão da versão de socialismo stalinista que está na agenda de Lula e seus companheiros.



O ponto é que, olhando da eficácia da comunicação eleitoral, o radicalismo e a falta de escrúpulos do PT nesse quesito de colocar o Estado como o sujeito principal da história – numa palavra, seu populismo hitleriano – mostrou-se muito superior ao do adversário na obtenção dos votos da maioria. Fundamos uma miserável oclocracia, à moda da Alemanha dos anos Trinta. Ora, se o Estado é o sujeito que pode redimir os pobres, eliminar a lei da escassez e ser o instrumento da justiça divina na Terra então por que ficar a meio do caminho, como querem os tucanos? Lula não teve dúvida em afirmar que quer tornar cada brasileiro “rico”, embora qualquer pessoa alfabetizada perceba de imediato a estupidez e a inviabilidade de tal proposição. Ela pode ser absurda, mas tem enorme valor de comunicação político-eleitoral. Pouco importa se adere ou não aos fatos. Como Hitler fez com os judeus, Lula tem feito com as “Zelites”, sobretudo o empresariado de São Paulo: um Judas a malhar, o culpado de todos os sofrimentos passados “nos últimos 500”. E esse empresariado votou nele na última eleição e vai continuar votando. No debate da TC Bandeirantes Lula acusou Alckmin por esse passado supostamente nefando, uma agressão à inteligência, mas que lhe deu ainda mais votos.



Alckmin está perdendo porque tem o mesmo discurso do adversário, faz eco, mas é um homem sofisticado para não prometer disparates dessa envergadura e seu partido é só meio socialista. E não é possível ser meio socialista, ora bolas. Gente assim só prepara o caminho para a vinda dos radicais, como foi na Alemanha, na Rússia e em toda parte. Ainda uma vez está sendo provado. Como Lula anuncia aos quatro cantos que tem a fórmula da felicidade social via socialismo – o mesmo de Alckmin – sua credibilidade ficou bastante superior à do adversário justamente por ser o portador legítimo dessa proposta absurda. Nesse bi-partidarismo esquerdista em que se transformou a política brasileira ninguém é páreo para o PT, que não tem escrúpulos nem para fazer discursos e nem para agir. Faz exatamente o que promete, como Hitler o fez. O ponto é que isso é irracional e como tal é destrutivo, como o socialismo é destrutivo por definição. Em todo lugar em que foi praticado levou povos e nações à destruição e à regressão à barbárie. E à guerra. E à fome. E à desordem. A uma forma de governo totalitária, na qual sicários como Lula, Dirceu e companhia adquirem o poder de vida e de morte sobre todos os membros da sociedade.



No debate do SBT Lula questionou Alckmin várias vezes: “- Cumé (sic) que vai fazer isso? Cumé que vai fazer aquilo?” Calou o adversário. Seu socialismo doutrinário é mais autêntico e, por isso, convincente.



É uma questão de tempo que esse irracionalismo venha a nos destruir e a instituir um reino totalitário e bárbaro entre nós, com Lula, Dirceu e quejandos determinando até mesmo o endereço em que cada um deve residir e se o pãozinho do café-da-manhã será de trigo ou de mandioca. Se tiver, evidentemente. Lei para isso, aliás, já tramita no Parlamento.



Em segundo lugar, o mais notável é o vácuo de propostas liberais e conservadoras em nosso País. A direita está morta. A recente proposta do prefeito de São Paulo, filiado ao PFL, de elevar o IPTU tantas vezes elevado no passado pelos socialistas é a prova de que o discurso e a ação do que deveria ser a direita estão iguaiszinhos aos dos supostos adversários ideológicos. Tudo em nome de uma suposta “justiça tributária”, algo notavelmente comunista.



Para derrotar Lula e os partidos auxiliares na sua escalada ao poder totalitário, aqui incluído o PSDB, só com o discurso ideológico consistente, afirmativo e vigoroso das teses opostas. É preciso que a direita se assuma enquanto tal: pela propriedade privada, pela redução do Estado ao mínimo, pela desregulamentação da vida civil, pelo livre mercado, pela associação com os EUA no comércio internacional, pelo combate às forças obscurantistas do Islamismo, pelo restabelecimento da ética tradicional, pela aceitação da tese de que o indivíduo é o verdadeiro sujeito da história e que o Estado tem que ficar subordinado a ele, e não o contrário. A nossa tradição judaico-cristã confirma esse conjunto de teses e a alma brasileira está esperando que alguém empunhe de fato essa bandeira. Quem o fizer de peito aberto vencerá os socialistas por folgada maioria. E terá como missão reconstruir o Estado brasileiro.



Alckmin vai perder por ser membro da esquerda envergonhada; Lula vai ganhar por ser membro da esquerda assumida. É esse o resumo da ópera.





(*) Cearense de nascimento e paulistano de coração



www.nivaldocordeiro.org









Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui