O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição, quer evitar críticas mais duras a candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, na tentativa de reduzir a carga de ataques que vem recebendo do adversário.
Ao saber que o site da sua candidatura tinha divulgado um texto acusando a filha do presidenciável tucano de ter trabalhado na Daslu, loja investigada pelo Ministério Público por contrabando, e a mulher do ex-governador, Lu Alckmin, de ter recebido de presente “400 vestidinhos chiques”, o presidente mandou retirar a informação do ar. “Agora, mais uma vez, vão dizer: ele sabia ou não sabia”, reclamou Lula à equipe de campanha, temendo uma possível reação dos adversários.
Segundo o ministro de relações Institucionais, Tarso Genro, o interesse do presidente é debater os programas de governo e fazer comparações da sua administração com a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e não trocar acusações, como ocorreu no primeiro debate na campanha de segundo turno na TV Bandeirantes na última segunda-feira. “Não vamos nos recusar a debater, nem sobre o passado administrativo, nem sobre a questão ética”, disse o ministro, depois de passar o dia com o presidente na residência da Granja do Torto. “O presidente prefere um debate de conteúdo, programático, civilizatório e superior”, disse Genro.
No final da tarde, o presidente nacional do PT e coordenador geral da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, divulgou nota em que destacou que a coligação "A Força do Povo” estimula a comparação entre os governos Lula, FHC e Alckmin, bem como o debate entre os programas dos candidatos à Presidência da República. Mas considera “inadequado, inapropriado e lamentável lançar mão de ataques pessoais, envolvendo os candidatos ou suas famílias”.
Segundo a nota, esta também é a posição do presidente Lula, “que por diversas vezes, inclusive na atual campanha, foi vítima de ataques pessoais, dirigidos contra ele e contra seus familiares”. A nota termina com um pedido público de desculpas pelas referências feitas aos familiares do tucano. O texto intitulado "O telhado de vidro do Alckmin", era de autoria de Valter Pomar, da Executiva do PT.
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Comentário
Félix Maier
As "vestais grávidas" do PT retiraram as acusações contra Alckmin por 2 motivos:
- primeiro, para inibir o candidato Alckmin, de modo que não cobre de Lula o enriquecimento ilícito de Lulinha, que recebeu uma injeção de R$ 15 milhões da Telemar em sua firma de fundo de quintal;
- segundo, porque Lulla está 14 pontos na frente de Alckmin, segundo o Ibope; não há, pois, necessidade, AINDA, de o PT atacar Alckmin na região abaixo de sua cintura.
Mas, o que são 40 (ou 400) vestidinhos em comparação com o enriquecimento vergonhoso, anti-ético, do filho de Lula?
O que são os 40 vestidos em comparação com o enriquecimento espetacular do próprio Lula, que duplicou o patrimônio nos últimos 3 anos e meio, chegando a R$ 1 milhão, patrimônio esse conseguido principalmente com suas viagens ociosas pelo Brasil e pelo mundo afora, recebendo diárias, que no exterior são em dólares?
O que são os 40 vestidos em comparação com o que os "40 ladrões" denunciados pelo Procurador-Geral da República já afanaram dos cofres públicos?