Por favor, divulguem, caso desejarem fazê-lo, a partir de domingo à noite.
É bem provável que, se reeleito, em função da gravidade de tantos fatos irrefutáveis, Lula enfrente um processo de impeachment, o que dará aos seus acólitos a desculpa surrada de um “golpe das elites”. O Brasil nos impõe, no domingo, que tiremos os quadrilheiros do poder. Pacificamente, mas com um mínimo de brio e vergonha na cara!
Abraços.
Iorio
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ENQUANTO ISSO, NA HUNGRIA...
Ubiratan Iorio
(Publicado no JB em 25/09/06)
O primeiro ministro da Hungria, Ferenc Gyurcsány – um socialista que tem uma limusine -, no último dia 26 de maio, fez um discurso ao seu partido, que vazou ao conhecimento da população há alguns dias, em que confessa ter mentido, segundo suas próprias palavras, “nos 18 a 24 meses anteriores, de manhã, de tarde e de noite” sobre a economia de seu país, com o intuito de vencer as eleições, acrescentando que seu governo não fizera nada. O que fez o povo húngaro, sofrido, calejado e que, para não recuarmos muito no tempo, apanhou do nazismo, passou pela maior hiperinflação mensal de todos os tempos (em maio de 1946 o nível de preços subiu em espantosos 25 x 10 24) e foi vítima dos tanques soviéticos na Revolução de 1956? Foi às ruas e desencadeou uma justa revolta, exigindo a renúncia do mentiroso. A rebelião, que contou com centenas de milhares de patriotas, foi provocada não apenas pelas declarações do Pinóquio magiar, mas também pelas expectativas de aumentos de impostos com a finalidade de financiar o déficit nominal do governo, de cerca de 10% do PIB, o maior da União Européia.
Parece claro que também mentiu e mente o atual presidente do Brasil, fundador e principal figura do PT, o partido dos trabalhadores que não trabalham, dos estudantes que não estudam, dos intelectuais que não pensam (e não admitem que ninguém o faça), dos jornalistas que desinformam, dos padres “libertadores” que, ao invés de rezarem à Mãe de Deus, preferem orar à “mãe natureza” e ao pai Marx... Ele e seu partido passaram mais de duas décadas proclamando-se donos da verdade, da sabedoria, das boas intenções e da ética, mas, assim que galgaram o poder – também por meio de uma batelada de mentiras orquestradas pelo maestro Duda Mendonça –, assistimos atônitos a uma tempestade de ilicitudes e suspeitas de corrupção, com Waldomiros e Dirceus, Delúbios e Silvinhos, Valérios e Genoínos (ou melhor, não genuínos, falsos) e, agora, com Berzoinis (o ex-carrasco dos nonagenários), Freuds, Bargas, Valdebrans, Gedimares, Expeditos, Vedoins, Lorenzettis e - sabe-se lá - mais quantos... Mentiu Lula, em 2002, quando prometeu que seu governo geraria dez milhões de empregos, que faria as reformas tributária, sindical e da previdência e que reduziria a carga tributária. E tudo leva a crer que mente quando diz nada saber sobre os escândalos envolvendo auxiliares diretos e subordinados. Os gastos com o pessoal da União, entre janeiro e agosto deste ano, cresceram R$ 70,5 bilhões, sinalizando que, qualquer que seja o novo presidente, terá que enfrentar um sério problema fiscal, que incidirá, como sempre, sobre os contribuintes.
Diante de tantas imposturas e do indecoroso uso da máquina federal com fins espúrios e perante o inadmissível “grampo” posto no telefone do presidente do TSE, o que parece desejar o povo brasileiro, também sofrido, não por guerras, mas pela ação predatória de longo prazo de demagogos de todos os matizes ideológicos? Bem, parece que o masoquismo é um mal nacional, porque há grandes chances de reeleição para o presidente. Teremos, no próximo domingo, a arma do voto, pacífica e mais letal do que a dos húngaros, mas, segundo sugerem as pesquisas, pretendemos usá-la como o silvícola “Sexta-Feira” da história de Robinson Crusoé, quando apontou ingenuamente o cano da espingarda para a própria face...