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Artigos-->Chuchu aumenta críticas a PiTóquio. Trará resultados? -- 29/08/2006 - 09:26 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TEM QUE VAZAR DE LÁ PARA CÁ



28.08, 17h40

por Paulo G. M. de Moura, cientista político



Quem acompanha meus artigos neste site já percebeu que desde 14 de agosto passado, quando publiquei o artigo “Alckmin: como vencer a eleição”, mudei o foco de minha análise sobre a eleição presidencial, a partir da constatação de que não basta bater em Lula para derrotá-lo. Bater qualquer um bate. Considerando-se a divisão do espectro do mercado eleitoral em três terços, com cerca de 35% de eleitores sendo antilulistas; cerca de 35% lulistas, e cerca de 30% sendo eleitores de centro, que estão, até o momento, optando por Lula, será preciso Alckmin desconstruir a imagem de Lula de modo a fazer com seus eleitores se movimentem de um lado para outro do espectro eleitoral.



Para facilitar a análise, passo a chamar o primeiro bloco de eleitores, no qual se agrupa a base Alckmin, Heloisa Helena e demais candidatos nanicos de bloco A; o bloco de centro, no qual incluem-se eleitores indefinidos e que estão com Lula, mas não são lulistas, de bloco B, e de bloco C, os eleitores lulistas convictos. Foi com base nessa constatação que avaliei como sendo correta a estratégia que Luiz González (marqueteiro de Alckmin) estaria tentando e que parece confirmar-se.



Num primeiro momento, González buscou apresentar Alckmin, mostrando à parcela de eleitores do bloco B que, se quiserem trocar de candidato migrando para o principal opositor do atual ocupante do trono, poderão fazê-lo sem temer o fim do “bolsa-esmola” e de outros programas sociais que motivam a escolha atual deles por Lula.



No final da semana que passou, conforme minha análise antecipou, González começou a introduzir conteúdos críticos ao governo na propaganda de Alckmin, estabelecendo contrastes entre os dois adversários. Quem não percebeu a lógica de sua estratégia acha que ele cedeu as pressões e mudou de estratégia. Errado. A estratégia é a mesma desde o início e sua execução encontra-se na segunda fase de um conjunto de movimentos que nossos leitores já conhecem e poderão seguir acompanhando passo a passo nas próximas semanas.



Afirmei, também, no artigo “O marqueteiro de Alckmin pode estar certo” de 21/08/2006, que: “Sob esse ponto de vista, Heloisa Helena pode ter batido no seu teto nessa pesquisa do Ibope e Alckmin no seu piso. Estamos na primeira fase de um jogo que começa tornando-se os candidatos conhecidos. Em seguida, se a estratégia estiver funcionando, o eleitor deve começar a se identificar com a imagem e o discurso do candidato. A etapa das comparações deve ocorrer a partir de meados de setembro até a véspera da eleição. E a etapa da escolha se dará na reta final do primeiro turno.”



As últimas pesquisas Datafolha e Ibope parecem confirmar minha constatação sobre o teto de Heloisa Helena, que começou a cair, e sobre o piso de Alckmin, que subiu um pouco depois do início da propaganda eleitoral. Observando os números dessas duas últimas pesquisas a olho nu, isto é, sem poder fazer cruzamentos de dados, parece-me que Alckmin recuperou alguns eleitores que havia perdido para Heloisa Helena e Lula, além de atrair eleitores até então indefinidos, pode ter pescado, também, eleitores da candidata do PSOL, fato que, se confirmado, torna ainda mais difícil e tensa a tarefa de Alckmin na próxima fase da campanha.



Se minha análise está correta, González prosseguirá por mais essa semana nessa linha de contraste entre Alckmin e Lula, evidenciando elementos de comparação entre os estilos de governar de ambos. Mas, o conteúdo das críticas ainda será programático, sem entrar no argumento central e que pode derrubar Lula, transferindo eleitores do bloco B+C para o bloco A do espectro eleitoral. Se a estratégia de González estiver funcionando, os eleitores do bloco B já simpatizam com Alckmin, ou, no mínimo, não o rejeitam. Esse resultado deve ser a conseqüência do impacto da propaganda biográfica e propositiva do candidato tucano na primeira fase do horário eleitoral gratuito.



Os contrastes entre os estilos de Alckmin e Lula, que integram o conteúdo da propaganda do tucano na fase atual da disputa, servem para provocar a reflexão e as comparações entre os dois adversários de segundo turno, sem que, ainda, provoquem a troca de um pelo outro. Alckmin está flertando com os eleitores de centro; preparando diante dos olhos deles, uma cama macia; perfumada e forrada com lençóis de cetim, de modo a tornar confortável e tentador o movimento de abandono de um e de adesão ao outro.



Lula (leia-se: Duda Mendonça), segue fingindo que não vê Alckmin flertar com “seus eleitores”. O olhar de Lula sobre o tabuleiro da disputa não é olímpico como finge ser. É egípcio: lateral, ciumento; contido ainda pela ausência de movimento de troca de eleitores do bloco B+C para o bloco A. Enquanto isso, González vai administrando aumentos homeopáticos de tom nas críticas e comparações entre Lula e Alckmin. Com isso, o eleitor vai, gradativamente, também, sendo preparado para ouvir críticas mais duras e contundentes a Lula, sem se assustar.



A sintonia fina e o timing dessa batida são fundamentais para o sucesso da estratégia. Se errar o momento e passar do ponto no tom da crítica a Lula, González poderá provocar efeito contrário ao desejado e, ao invés atrair os eleitores de Lula para Alckmin, transforma o petista em vítima de uma suposta “injustiça” dos inimigos do “pai dos pobres” e a eleição estará perdida.



Se meu ponto de vista está correto, Duda Mendonça deve estar se debatendo nesse momento (ou estará em breve), com a dúvida sobre responder ou não às críticas e comparações de Alckmin. Não pode fazê-lo sem admitir que, ao responder, estará reconhecendo que a crítica está funcionando e sendo levada em consideração pelos eleitores do bloco B, que estariam balançando nas suas convicções, ainda que a superficialidade dos números das pesquisas publicadas permaneçam apontado vitória de Lula em primeiro turno.



A fase das comparações e contrastes deve durar mais alguns dias, cedendo lugar, gradativamente a críticas políticas envolvendo o terreno da ética e da moral no trato da coisa pública, que são o verdadeiro calcanhar de Aquiles de Lula. Se González acertar o tiro, eleitores do bloco B+C começarão a vazar do bloco pró-Lula em direção à formação de um bloco A+B; impondo o segundo turno e a virtual derrota do petista. No momento em que Lula sentir necessidade de responder a Alckmin teremos um indicador político sobre a eficácia da estratégia de González.



Observe-se que a turma que queria ver Lula tomando pau desde o primeiro dia na TV começou a gostar mais dos programas de Alckmin, mas ainda têm seus poréns a objetar. Na reta final do primeiro turno esse pessoal terá o que quer. Se Alckmin for ao segundo turno e vencer, dirão que tinham razão e o tucano só terá vencido porque lhes deu ouvidos e bateu em Lula. Se Alckmin perder, dirão que perdeu por não ter lhes dado ouvidos antes, pois deveria bater em Lula do começo ao fim da eleição.



Como se poder ver, perdendo ou ganhando, González está condenado a “dar razão” a seus críticos. Tomara que vença. Ele merece, pela astúcia e persistência da linha estratégica que desenvolve com maestria, mas que seus críticos vêem como burrice e teimosia. Pessoalmente, acho sua estratégia correta e inteligente; talvez o único, apesar de estreito, caminho possível para tirar de Lula uma vitória vista pela maioria como quase certa.



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Do blogo do Diego Casagrande







Obs.: PiTóquio é uma mistura de PT com Pinóquio, e Lula, cada vez que diz que não sabia de nada, só faz aumentar o tamanho do nariz de mentiroso (F.M.).























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