Conferência sobre o controle de armas leves da ONU
Coronel PAES DE LIRA, expressiva liderança antiproibicionista do referendo de 2005, discursou no plenário da Conferência Sobre o Controle de Armas Leves da Organização das Nações Unidas, perante delegados de mais de cem nações
Caros amigos:
Em 30 de junho de 2006, a convite do World Forum on the Future of Sport Shooting Activities ( www.wfsa.org) e com patrocínio financeiro parcial do movimento Pela Legítima Defesa ( www.pelalegitimadefesa.org.br), discursei, na qualidade de representante de todos vocês que conseguiram a grande vitória do NÃO no referendo de 2005, no plenário da Conferência em epígrafe, cujo objetivo paralelo e não-confesso era obter um tratado mundial para desarmar as pessoas de bem, possuidoras de armas legais de defesa, caça, esporte e coleção, em todo o mundo. Relatei aos presentes como conseguimos, por força de uma mobilização nunca vista, vencer a batalha mais perdida da História política do mundo. Além de apresentar essa narrativa épica, levei à ONU uma mensagem clara dos sessenta milhões de brasileiros vencedores do referendo, da qual transcrevo um eloqüente trecho:
"Senhor Presidente, Distintos Delegados:
O resultado do referendo no Brasil, em outubro último, foi um mandato. Não há, em uma democracia, mandato maior do que aquele dado pelo voto do Povo. E nessa matéria, pela primeira vez, a voz dos verdadeiros vencedores, a vasta maioria do povo brasileiro, ecoa através dos respeitáveis salões desta Assembléia Internacional.
Os desarmamentistas internacionais, especialmente poderosas ONG, estiveram intima e extensivamente envolvidos em dar apoio ao banimento do direito às armas na campanha do referendo. Eles perderam.
Eles não receberam o mandato!
Quem recebeu o mandato? Foram as pessoas por quem hoje humildemente falo, os milhões de possuidores legais de armas de fogo do meu País e os outros vários milhões de eleitores que, mesmo não sendo eles próprios proprietários de armas, entenderam e apoiaram a profunda necessidade de conservar para todos um precioso direito constitucional.
Foi um mandato que rejeitou toda tentativa posterior de erosão de direitos.
Foi um mandato que rejeitou a interferência internacional.
Foi um mandato que deve ser reconhecido e respeitado."
Embora seja difícil avaliar o grau de impacto do discurso, o fato é que o milionário "lobby" desarmamentista, que atua com total desenvoltura nos gabinetes da ONU, fracassou em incluir as armas de possuidores civis respeitadores da lei no chamado Programa de Ação objetivado pela mencionada Conferência. A oposição dos Estados Unidos da América foi, certamente, decisiva. Mas a voz dos vencedores do referendo brasileiro, em minha pessoa, fez-se ouvir, de modo candente e convincente, a contragosto da poderosa IANSA e de seus associados no Brasil (Viva Rio, Sou da Paz et caterva).
Nossa luta, no entanto, continua. O inimigo teve de recuar novamente, mas certamente vai reorganizar-se e voltará a atacar. Fiquemos vigilantes pelo Direito.
