Rocha, desde logo forte e robusta em si mesma, acrescendo que, ainda por cima, é valente...



Porque se trata de nomes de raiz, também de imediato se depreende que a mãe do meu amigo era valente, e seu pai, quiçá para reforçar o enlace com muito maior segurança, era de rocha.



Mais velho do que eu 5/6/7 anos, como ainda não me chegou ao ouvido qualquer infausta notícia, o Valente Rocha andará agora pelos setenta e poucos anos. Esta diferença, quando eu floria em 15 Primaveras, vista de baixo para cima, tinha uma enorme e ansiosa distância...



O Valente Rocha era pugilista profissional e, claro, eu militiva entre aqueles que sonhavam dar um bom par de socos no futuro, e sequer imaginava quanto a vida, sob a permanente vigilância do árbitro e da assistência, deveras precisa levar porrada de toda a forma e feitio.



Só vinte anos depois tive o prazer de o conhecer pessoalmente e com ele partilhar as emoções de quem então, para o Fado, escrevia versos sobre guardanapos e toalhetes de papel.



Uma dada vez, após uma noitada fadista em que ambos decidimos descer até ao fundo de duas garrafas de whisky, continuamos pela dealba fora até não sabermos onde estava um e outro. Entramos no Café Tropical cerca das 8 horas da manhã e, até ao meio-dia, deu-nos para esgotar o pudim francês que tão apetitosamente tostadinho estava na vitrina.



Que será feito pois do Valente Rocha? Quiçá através do DESTAK eu logre a oportunidade de muito em breve lhe dar um saudoso e fiel abraço.