Oposição vai à Justiça contra uso de cadastro do Bolsa-Família
30.06, 10h47
Estadão
O PSDB e o PFL vão contestar na Justiça Eleitoral o uso do cadastro do Bolsa-Família na campanha do presidente Lula. A exemplo do que fez a prefeita de Contagem, Marília Campos, aliados de Lula estão convidando pessoas favorecidas pelo programa para os eventos a que ele comparece. A utilização desses nomes para formar a claque de apoio ao presidente também ocorreu na convenção do PT que homologou a sua candidatura, no sábado.
Candidato a vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin, o senador José Jorge (PFL-PE) lembrou que a lei proíbe o uso de cadastros em poder do Estado para fazer política. “O cadastro não é de Lula, é do governo. Está, portanto, incluído na mesma linha da proibição da máquina pública”, argumentou.
Para o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), a iniciativa se junta a outras adotadas pelo presidente em oposição ao que determina a legislação. “Não é possível ele continuar, diariamente, cometendo crimes contra a Justiça”, acusou.
Antero acredita que não se trata de um procedimento de pessoa desavisada mas, sim, de uma tática para jogar a população contra o Judiciário e o Legislativo. Aponta como evidências o fato de Lula propagar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o aumento salarial para servidores públicos e quando culpa o Congresso pela não aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). “Na verdade, é jogo de cena. Lula mente porque ele mesmo não quer nenhuma dessas medidas”, atacou. “O que ele quer é jogar a população contra a Justiça e parecer bonzinho.”
Na avaliação de Antero e José Jorge, “Lula já ultrapassou todos os limites”. Segundo o senador tucano, “cabe ao TSE agir para impedir que o uso de estratégias e medidas desvirtuadas terminem por comprometer a lisura das eleições”.