No passado dia 16 de Junho, ao cabo de quase três anos e meio, um inesperado e oportuno e-mail veio recordar-me uma muito breve sementezinha que lancei sobre a seara das letras lusófonas.
Então, no extinto sítio da "Magriça" e à guisa de desafio poético, eu escrevi em 14.01.2003:
000055>Pelo menos nos vinte últimos anos, a poesia tem tomado caminhos de liberdade absoluta na exposição do verso. A métrica, a rima, o estabelecimento regular das estrofes, deixaram de ter pendor determinante. Por exemplo, hoje em dia raro se nos depara um acróstico. Era exactamente o acróstico de MILENE que eu pretendia. As seis letras na vertical iniciam cada um dos versos da sextilha. Quem faz?! Com antecipado e cordial agradecimento...
Bem, a referida sementezinha não caíu em terra vã, não se perdeu sob a internética atmosfera da urgente vanadidade que assola milhões de cérebros em português... Se mil sementes semeares
na seara da ilusão
uma só e sem cuidares
pelo menos dá-te pão...Assim, ao cabo de quase três anos e meio - repito - a semente germinou e surgiu, feita em fruto, do inopinado celeste onde orbitam as mentes que bem se arrumam dos acidentes espaciais. Tenho pois muitíssimo gosto e assaz gostosa emoção em apresentar à Usina um dos resistentes cultores que zelam com dedicado esforço a bela tradição literária da língua escrita em português. De um nadinha exemplar
eis enfim tudo que existe
no espaço salutar
da semente que resiste...
COM ARDOR
Acróstico de Paulo Camelo |