Para que passe à segunda fase, desiderato assaz difícil de contornar, Angola terá de ganhar ao Irão por pelo menos dois golos de diferença e, por sua vez, Portugal, logo a seguir, tem de vencer o México por idêntico diferencial. Possível? Bem, é, e caso o efeito ocorra, poderia dizer-se que Angola, com toda a propriedade, lograva espetar uma lança no centro do mundo.



Como o jogo Irão-Angola se efectua em primeiro lugar, se os angolanos vencerem e conseguirem os dois golos de vantagem, os portugueses decerto que se empolgarão para elevar seus irmãos angolanos ao patamar seguinte.



Todavia, como bem se consabe, futebol é uma coisa e vida-de-povo é outra. Um êxito futebolístico em nada alteria a fome e a miséria que grassa e persiste em Angola, situação que tanto mais durará consoante dure a miserabilista permanência do actual títere no poder.