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Artigos-->A táctica de Scolari e, amanhã, joga o Brasil -- 12/06/2006 - 19:11 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Social, religiosa, política e humanamente, para quem ainda não souber, não simpatizo, não gosto de Filipe Scolari. Todavia, olhando à circunstância em apreço e ao nível em que está o futebol hodierno, reconheço-lhe mérito fora do comum na condução e treinamento de futebolistas.



No que concerne ao seleccionado português que ora participa no Mundial de Futebol sob a batuta do famoso Sargentão, eis a estratégia que este inegável mestre futebolístico está a aplicar.



Scolari, para lograr a final do torneio, tem de gerir a equipa em seis jogos consecutivos. Nos primeiros três, sobra-lhe a hipótese de uma eventual derrota e mesmo assim conseguir o apuramento. Se num dos três seguintes perder, sai fora. No caso de vir a efectuar o sétimo jogo, a final, tem que apresentar a equipa na sua mais forte capacidade.



Ora, com Angola, que Portugal venceu apenas por 1-0, e também este reduzido resultado estava em sua perspectiva para que os angolanos mantenham algumas aspirações, Scolari não utilizou propositadamente Deco e Costinha. Deco serve para abrir as defesas mais compactas e Costinha para bloquear os ataques mais incisivos. Estes dois jogadores têm de ser poupados o mais possível e defendidos de qualquer eventual lesão.



Presumo que Scolari no próximo jogo com o Irão ainda vai insistir na atitude, pelo menos no primeiro tempo, de experimentar e ver para crer. O seleccionador-treinador da equipa portuguesa é um general que sabe muitíssimo bem gerir as munições consoante a guerra avança. Será de resto esta táctica que aplicará rigorosamente sobre os seus soldados.



Quanto possível, se chegar à final, a concepção ideal de Scolari gira à volta da seguinte equipa:



Ricardo

Miguel - Carvalho - Nuno Valente

Petit - Costinha - Manique

Deco - Figo - Simão

Pauleta



Amanhã, 13, dia de Santo António em Portugal, o Brasil vai enfrentar a Croácia. Qualquer resultado que aconteça aquém da vitória do Brasil, entupiria as linhas de comunicação mediática. Quanto a mim, como o santinho sabia falar muitíssimo bem italiano, creio que até Scolari lhe mandará um amistoso e recomendado recadinho através de Nossa Senhora de Caravágio...



António Torre da Guia

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