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Artigos-->... Ou, oferecer-me todo inteirinho!... -- 25/05/2006 - 16:14 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não hesitem: peguem-lhes pelo cu das calças

e atirem-nos para a quinta do São Pedro








Vinde dar uma voltinha comigo... Até temos um banquinho ao meio pra metermos um gaja boa!...



Em número oficial redondo, 170 milhões de brasileiros, dotados de uma magnífica terra que parece não ter fim, mas que, todavia, se estreita em algumas gigantescas cidades, autênticos vulcões prontos a explodir carne humana, onde, em avessa humanidade, a hediondez criminosa grassa e os cidadãos se benzem à saída de casa.



Brasil, palavra doce e cheia de sol, de luar platinado, gostinho de boca a pronunciar, a dizer-se com alma, nação de povo benquisto, alegre, paciente, patrioticamente dado e sacrificado para que o destino do seu deslumbrante país tenha promissão e se transforme num paraíso.



Como é possível que Luís Inácio Lula tenha chegado à máxima responsabilidade de uma tão bela pátria assim? De caras, dos pés à cabeça e logo que abre a boca, Lula não apresenta a mínima condição para gerir tamanho complexo. Tem algo de "abrenúncio" que a democracia do voto haja eleito um vulgaríssimo inepto. A boa vontade e a força física jamais superaram ou superarão a capacidade cerebral. Esperaria o Povo Brasileiro de Deus um milagre? Apre, até os milagres pronunciam inteligência!...



A que propósito vem pois este lamento? Vem, porque os importantes factos reais, em catadupa, começam todos, tal e qual um invisível espermatozóide, nos factozinhos que se diversificam e multiplicam aos biliões.



Um factozinho?... Só dois e quase insignificantes em face da gritante relevância que mesmo à ponta do nariz eclode!



Um cidadão e sua esposa, ambos professores, pegam seu automóvel e vão à sua vida dentro da habitual azáfama quotidiana. De repente, porque o vermelho que regula o trânsito está aceso, param e surge de pronto a intimação estupidificante:



- Oi... Velhinho, chega pra lá, encosta à velhota, vá... Agora quem vai guiar sou eu... Vamos todos dar uma voltinha.



Empurrado por um pistolão encostado à testa, o professor aconchega-se a sua mulher e desde logo começa, paralisado de espanto, intimamente a rezar aos insondáveis desígnios do espírito...



Desta feita, os energúmenos eram só de classe muitíssimo atrasada e bastante trapalhões. Levaram duas centenas de reais, dois telemóveis, as alianças do casal e, para verem as horas do próximo assalto, o relógio do professor.



- Oi, Milinha, estás bem?... Ó mulher, tivemos sorte. Entre o mal todo, logramos a parte melhor. Vá, revigora, o susto já passou...



Doutra feita, passado um mês, se tanto - quem vai andar com a mesma coisa na cabeça o resto da vida? - o professor regressa sozinho a casa após ter terminado uma palestra sobre relações humanas num recinto religioso. Os bandidos, agradados do aspecto da vítima e da marca da viatura, planeiam em cima do olho e actuam mais uma vez:



- Olá, velhão, anda, chega outra vez para lá, tem juizinho e porta-te bem... Senão!...



São três vómitos sociais, de pistolão em riste, que se presumem com direito à vida, fodendo os outros de qualquer forma e feitio.



- Olha lá, ó velho finório, como é que esta merda funciona? Tens truques no teu carrinho, tens? Toma lá... Pimba... Pimba... E pimba...



O professor sangra e, estonteado pelas pancadas, é espoliado de todos os seus objectos pessoais e do dinheiro que traz consigo. De seguida é abandonado num sítio ao jeito dos ladrões. Pede de imediato ajuda a um táxi e regressa a casa fortemente combalido. A esposa, ao vê-lo num estado assim, aflita e fora de si - pudera! - nem sabe o que há-de fazer. São uns vizinhos que acorrem e tomam a iniciativa de conduzir o professor ao hospital...



Neste preciso instante estou metendo os dedos sobre as teclas com intensidade perfurante e, ao contrário da maioria das pessoas, interrogo-me revoltada e nervosamente:



- Merda, porque será que estas coisas tão "interessantes" não acontecem a mim? Porque não terei eu oportunidade de exemplificar como se deve fazer para começar a eliminar estas "tempestades humanas" que Deus envia para os outros? Eu, merda, não tenho a quem dar satisfações ou tomar precauções por causa de outrem. Porque não virão dois ou três filhos da puta assaltar-me? Adoro uma aventura que me solicite num ápice a capacidade de improviso. Sobretudo, adoro ser provocado em nome de Deus! Torno-me de imediato num dragão a deitar labaredas.



- Senhor do céu, por favor, guarda dois ou três que sobrem para mim. Estou desejoso de te oferecer dois ou três cordeirinhos assados no altar, ou, oferecer-me todo inteirinho!...



Apre, arre, porra, chiça... E não é pão o que esses humanóides procuram e querem... O que quererão? Eu sei o que eles querem. Querem apenas uma viagem de borla para o infinito.



António Torre da Guia



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