Antes do carnaval, numa conversa franqueada ao público no "Bar Aparelho", do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, João Pedro Stédile, o agente Nº 1 do Terror Vermelho na vida rural brasileira, entre muitas preciosidades, afirmou o seguinte: 1) "O Estado brasileiro foi seqüestrado pelo capital estrangeiro e a taxa de juros é muito alta. E não tem nada de (economia de) mercado, como dizem. É espoliação pura. Nem a própria esquerda tem noção do que isso representa. Lula não está no centro da decisão política deste país. Ele lê nos jornais as taxas de juros. Não manda bosta nenhuma". 2) "Se me derem dois milhões de jovens militantes, eu faço uma revolução nesse pais: ou nós organizamos a juventude urbana ou nós estamos lascados". 3) "É preciso também acabar com o aspecto monopólico da comunicação existente no país, pois as empresas desse ramo visam somente o lucro, objetivo que fere a constituição".
Stédile, além de cultivar o vandalismo é, hoje, individuo poderoso na vida pública, privada e clandestina nacional. Faz o que bem entende, diz o que quer e ainda toma dos cofres públicos os milhões que deseja para empreender, no campo, o jogo sujo revolucionário com apoio indiscriminado de Lula e, sobretudo, das organizações "monopólicas" internacionais. Pode acreditar: só no Brasil, um sub-economista formado na medíocre PUC-RS e doutrinado pela agnóstica Comissão Pastoral da Terra (CPT, controlada pelo CMI, o Conselho Mundial das Igrejas, uma agência do establishment britânico), poderia cometer os crimes que está cometendo, sem nenhuma punição legal.
Durante a palestra no Bar Aparelho, Stédile informou a platéia "simpatizante" que está preparando uma oportuna cartilha, para fins operacionais, a ser "distribuída, num grande mutirão, de casa em casa, em paróquias, sindicatos e universidades", em suma, por todo território nacional. A cartilha de Stédile, com tiragem prevista de milhares de exemplares, na certa tem por objetivo transmitir aos inocentes úteis ou asseclas as novas técnicas de como invadir terras com eficiência e segurança. De quebra, além de apontar algum antídoto letal para a imprensa que visa lucro, o compêndio de maldades naturalmente dará conta dos distintos modos de como se apropriar dos generosos financiamentos concedidos pela política de assentamento do governo Lula (cujo desperdício já ultrapassa a casa dos R$ 20 bilhões), para se chegar aos dois milhões de militantes profissionais e, como eles, ao aniquilamento da frágil democracia representativa.
Mas Stédile, que se acha um "dialético" a jogar "com as contradições do mundo globalizado", é também malandro esperto: não disse aos "simpatizantes" do Bar Aparelho que no presente mês de março viria a desencadear, de parceria com a Via Campesina - o milionário movimento do comunismo internacional que manipula organizações camponesas de pequenos e médios produtores -, uma colossal onda de invasões e saques de propriedades rurais em 20 estados da Federação, coisa de deixar a Grande Marcha comandada por Mao, entre 1934-1935, na China, ou os primitivos movimentos das Ligas de Julião e Clodomir Moraes, entre 1959-1964, no Nordeste, no chinelo. Com efeito, a avassaladora torrente de destruição que varre o Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Goiás, Pará, Paraná, Alagoas, entre outros estados, mobilizando, nos meses de março e abril, cerca de 80 mil "lavradores" num "esforço" programado para chegar às 120 invasões, só evidencia o alto grau de riqueza material, disciplina e eficiência do MST na infeliz arte de incendiar, roubar e aterrorizar.
O objetivo de Stédile, na sua Guerra Irregular de sabotagem e terror, é o de aniquilar o agro-negócio no Brasil, que ele julga uma vertente do capitalismo globalizado. A destruição do laboratório da Aracruz Celulose, as ocupações sistemáticas de fazendas produtivas, os incêndios de lavouras experimentais e de plantações de campos de soja, o abate criminoso de milhares de cabeças de gado e a devastação dos pastos, somadas às ativas campanhas contra os projetos hidrelétricos em todo território nacional - nada disso tem a ver com reforma agrária ou a promoção do homem do campo, até porque, nas invasões do presente "Ano Vermelho", grande parte do exército predador parece formado por gente avessa ao trabalho, no campo ou na cidade. De fato, os atos de vandalismo liderados pelo MST do terrorista Stédile, em parte financiados por agencias internacionais (no caso da Via Campesina, por exemplo, são grossos os recursos doados por fundações e ONGs européias e até pela USAID - quem sabe temerosas da concorrência), só têm dois objetivos estratégicos: 1) a derrocada do capitalismo rural em solo pátrio e, 2) a implantação do socialismo no campo.
O contraditório de tudo é que o agro-negócio se apresenta hoje como o esteio da prosperidade do comércio externo brasileiro: com os recursos gerados pelas riquezas produzidas no campo, o governo tributarista de Lula tem abastecido os cofres oficiais, acumulado saldo positivo na balança comercial e, ainda que de forma demagógica, ajudado a minorar em proporções razoáveis a pobreza alimentar que aflige parte da população rural do País.
Uma prosperidade que jamais poderia ocorrer com a implantação do socialismo agrário no Brasil, a julgar pelas experiências da URSS (de Lenin, Stalin ou Brejnev), a reforma agrária de Mao na China ou a revolução campesina de Fidel Castro em Cuba, cujas práticas coletivistas levaram os seus respectivos povos ao degredo, à fome e à morte em escalas colossais - e que, se não fosse a venda subsidiada de trigo e alimentos aos respectivos paraísos comunistas, quase doadas irracionalmente pelos Estados Unidos, a esta altura dos acontecimentos eles teriam apenas, quem sabe, a árida população de três desertos.
(*) O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.