QUE PARÓDIA ! Não era de esperar, após tão devotado namoro à dama da sua vida, que Luís Marques Mendes, num rasgo de primor democrático e exemplar desenvoltura política, colocasse a sua "liderança sem líder" à disposição da conveniente possibilidade do PSD acessar à óbvia pretensão de governar o País.
Assim, enquanto durar tão curiosa e desnecessária contra-oposição, estará José Sócrates a fruir tranquilamente, à esquerda e à direita, a sua maioria. Marques Mendes, narcizo vendado defronte ao espelho, limitar-se-à a fazer correr a cassete com o menor ruído possível "por causa de".
De resto, como peculiar é desde a morte de Sá Carneiro, os líderes laranja com estofo adequado a primeiro-ministro, surgem sempre de sopetão.
Em futuros actos eleitorais, ocorre-me imaginar uma interessante parelha liderante: Mendes em São Bento e Vitorino em Belém. Quiçá o País, representado ao seu real tamanho, de novo se agigantasse até rebentar a rir.
Torre da Guia / Porto
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