Depois do Egito, Rainha de Sabá visita a Rainha da Inglaterra
Félix Maier
Em dezembro de 2003, eu escrevi em Usina de Letras o texto abaixo, “Rainha de Sabá visita o Egito”:
“Depois de se encontrar às escondidas com Saddam Hussein na Síria, a nossa Rainha de Sabá chegou ao Egito. Em visita às pirâmides de Gizé, alegre como pinto no lixo, o novo aspirante a "faraó" do Terceiro Mundo e do Terceiro Milênio, em frente à Esfinge, parodiando Napoleão, gritou a plenos pulmões:
- Cinqüenta séculos de História me contemplam! - repetiu 50 vezes, extasiado, para Dona Marisa e o presidente Mubarak, mudando os destinos da História e do calendário universal. Por isso, 2003 passou a ser o Annus Lulae (AL) número 1... E 2004, será AL 2...
Perguntará o amigo, intrigado: por que Rainha de Sabá?
Ora, ingênuo leitor: um presidente que governa um país de miseráveis e doa um cheque de 50 mil dólares (prêmio Príncipe das Astúrias, recebido da Espanha) à perdulária ONU; um presidente que levou valioso "regalo" a Fidel, recentemente, com a promessa de o BNDES aplicar dinheiro a rodo na "ilha do doutor Castro", ao mesmo tempo em que deixava para as calendas gregas a dívida que Cuba tem com o Brasil ("cubanetas"); um presidente que enviou um navio-tanque de óleo e 2 bilhões de dólares ao amigo, kamarada e companheiro Chávez, por ocasião da longa greve nacional ("venezueletas"); um presidente que fará gorda doação de dinheiro a Angola, via Sebrae ("angoletas"): só um sujeito perdulário como a Rainha de Sabá, que levou riqueza incontável ao Rei Salomão no lombo de muitos camelos, faria uma coisa dessas. E Lula Boeing da Silva, o nosso presidente-voador, a nossa Rainha de Sabá, fez. Como Geisel fez com a Polônia, em meados da década de 1970, deixando um prejuízo ao Brasil de 6 bilhões de dólares - as famigeradas "polonetas".
Sobre os novos negócios a serem fechados no Egito, convém fazer um alerta: na época em que trabalhei na Embaixada brasileira no Cairo (1990-92), havia um escritório da Embraer na cidade, que foi fechada depois que as autoridades egípcias deram um calote no Brasil, não pagando pela compra de aviões de treinamento Tucano para sua Força Aérea. Na época, muitos desses aviões passaram a não sair mais do chão (creio que até hoje), por falta de peças de reposição. Não me consta que o Brasil tenha recebido alguma grana até hoje. Poderia esse "beiço" ser chamado de "faraoetas" ou "mubaraketas"?
Assim, olho vivo! nos negócios com as Arábias. Remember Saddam Hussein e o beiço dado à empresa, se não me engano, Andrade Gutiérrez (corrijam-me, se estou errado), que fazia obras de grande envergadura no Iraque, como rodovias, antes da Guerra do Golfo (1991).
Finalizando, que mico! O de nossa Rainha de Sabá, de ter assinado um "comunicado conjunto" com o ditador sírio, exigindo a retirada imediata das tropas americanas do Iraque. Esqueceu nossa Rainha de Sabá de exigir primeiro que o ditador tirasse suas tropas do Líbano, onde estão acampadas há décadas, desde a guerra civil libanesa. Um "mico" ainda maior do que ter oferecido um brinde de cachaça aos islâmicos na Síria.
E a cúpula árabe-latino-americana, será mesmo realizada ano que vem no Brasil? Além dos ditadores-terroristas da Síria e da Líbia, as FARC também seriam convidadas?
Brasil über alles! Mit Chávez, Fidel, "Tirofijo", El Assad, Arafat und Kadhafi...”
Bem, aquele texto versava sobre o “tour terrorista” que Lula fez ao Oriente Médio, aproveitando a “milhagem aérea” para visitar as pirâmides e as múmias egípcias. E agora, qual o motivo de Lula visitar a Rainha da Inglaterra, a rainha que reina mas não governa? Será que é para dar um pito em Sua Majestade, culpada pela morte do brasileiro como sendo um terrorista islâmico?
Nada disso, amigo leitor. O único motivo de Lula efetuar mais uma viagem internacional é para manter aquecidos os motores do “Air Force 51’”, o brinquedo favorito do presidente, apelidado carinhosamente de “Aerolula”. Como um alto-forno de siderúrgica, os motores do “51” nunca podem esfriar, exigência do fabricante, assim como uma “51” de Pirassununga não deixa ninguém pegar resfriado...
Nessa viagem, nossa Rainha de Sabá não levou ouro, nem dólares, nem diamantes, nem pedras preciosas para a terra de Shakespeare. Apesar de ter perdido um império, “onde o sol nunca se punha”, a Inglaterra hoje ainda é um país rico, não precisa de dinheiro, nem do programa “Fome Zero”. Fosse nos tempos de “Oliver Twist”, história reprisada atualmente pela novela “Prova de Amor”, da TV Record, a Rainha de Sabá por certo levaria dezenas de jegues carregados de fubá e farinha de mandioca para doar aos famintos sem-teto de Londres...