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Artigos-->Linguagem de Bandido® -- 01/02/2006 - 05:04 (Elizabeth Misciasci) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Linguagem de Bandido?®





Por Elizabeth Misciasci





Já faz algum tempo, que um colega verbalmente apedrejou grande parte dos redatores, que faziam matérias policiais como se fossem esses profissionais, verdadeiros marginais. Isso, pela forma expressiva de noticiar e os termos usados. Sua crítica ofensiva na época, deu-nos a impressão de que tratava-se mais de uma questão pessoal do que profissional, onde alguns até afetados,(com total razão) o consideraram preconceituoso e sem ética, pois não houve o cuidado de publicar um artigo e sim dar vastidão a sua opinião pessoal, indicando determinados jornalistas e os erros em suas matérias.

Preconceito! Esta foi a visão que este colega revelou diante de todos e assim passou a ser visto durante vários meses.

Particularmente, não entendi como preconceito, mesmo porque preconceito é crime, que um colega de profissão não cometeria, provocando tamanha irresponsabilidade, uma vez que é um forte e respeitado formador de opinião. Acredito sim, na falta de "entendimento de causa" com a parte pobre e menos privilegiada da sociedade,e com a necessidade de cobrar de todos "o saber" sem compreender que nem todos tiveram ou tem as mesmas chances, falou no ímpeto do momento, e por fim, tratou um assunto sério, de forma que não lhe é peculiar. O que se fez de forma contraditória aos seus conceitos e posturas diante das mais diferentes circunstancias já vivenciadas, que por sermos conhecedores de suas posições, perfil e ética profissional, até nos surpreendeu. Mas resolvi responder, porque achei necessário também expor o meu ponto de vista.



O que se discutia na verdade, era a falta de substituir palavras corriqueiras e populares, por narrativas formais, com o emprego o de palavras mais difíceis, o que ele chamaria de intelectualizadas. Porém, num País que quer ser elite até na forma de falar, dirigindo textos apenas para aqueles que não só tiveram a chance de cursar ótimas Faculdades, como para os que podem e tem acessos a todos os meios de comunicação é uma forma de descriminar.



O "povo" na sua maioria com formação primaria ou nenhuma, ainda se empenha e se interessa em adquirir conhecimentos, quando percebe que um artigo ou matéria é direcionado a todos e não apenas para os que são ou se acham exímios conhecedores de tudo os grandes intelectos. Se "nós" usamos a linguagem cotidiana, respeitando os termos para não impedir que a maioria que é da "classe baixa renda ou baixo conhecimento por falta de oportunidades" entendam o que queremos passar, estamos não só ajudando a construir um País mais consciente, como também Respeitando os que como "nós" não tiveram as mesmas condições. Imagine um senhor que mora no interior de um Estado bem humilde, que nunca freqüentou a Escola e que com muito custo aprendeu a ler e escrever somente com seus 30 anos, ter que procurar em um dicionário o significado de termos arcaicos e patriarcalistas para entender determinadas palavras e dar sentido a uma frase. Das duas uma, ou "fingirá" que entendeu, ou não continuará a Leitura.

Não entendo, como pode haver algum problema em utilizar o termo "laranja" num artigo, ou ter que evidenciar em outras palavras que "laranja" é um "testa de ferro" ou seja um ser que usado por outros, assume a culpabilidade de um contexto que ás vezes, (ou melhor SEMPRE) DESCONHECE. E digo SEMPRE porque "laranja" é o infeliz que não sabe a que proporção esta sendo usado.



Não vivemos na Europa, não somos filhos de outras Pátrias desenvolvidas. Somos Brasileiros, pobres na maioria, que em 1940 pelo Decreto Lei 2.162 tinha como salário mínimo 240 mil réis, (em 1960 pelo decreto 49.119-A- Cr$ 9.600,00, em 1.980 pelo decreto 84.674 Cr$ 4.149,60, em 1990 pelo Decreto 98.900 NCz$ 2.004,37, em 01.04.2000, o salário mínimo já transformado milhares de vezes, tal qual nossas "moedas correntes" R$ 151,00, em 01.05.2001, salário mínimo R$ 180,00, em 01.05.2002- R$200,00), para finalmente em abril de 2003 chegar a "milagrosa" quantia de R$ 240,00, ou seja depois de 63 anos, só os zeros foram alterados... pois a evolução foi tamanha, financeiramente falando, que "tentou, mudou, rodou" e "finalmente conseguiu" voltamos aos 240...somos pobres por conseqüências e por condições, fato inconteste.

Muitos "milagrosamente" agradecem quando se submetem ou se sujeitam a ganhar duzentos e quarenta Reais por mês, para pelo menos garantir um pedaço de pão (ás vezes nem isso) pra sobreviver. Quem "apenas respira" (muito mal se for nas grandes metrópoles), já tem que agradecer por "respirar" ...e quase nunca, tem acesso as informações e quando estas chegam, necessitam ser cristalinas.

O que importa é a segurança da fonte, a veracidade dos fatos e o respeito com o leitor, isso se estivermos realmente dispostos a noticiar e informar. Pois isto sim deveria levar muitos a reflexões e extensos textos que não pagam a conta de um aposentado que depende de uma caixa de remédio de R$ 160,00 para não morrer de Hipertensão ou aliviar as dores de um ser humano em qualquer outra doença. Só que talvez milhares de pessoas não saibam das dificuldades alheias, ou fingem desconhecer, pois muitos não gostam de falar do que é "feio" ou que por sua também omissão, se faz conivente. Mas "nós" jornalistas e Humanistas temos a total liberdade de expressão, a partir do Momento em que atuamos lado á lado com a sociedade e não contra esta. E, a forma de se redigir um texto, não é de competência de "colegas" "julgar" se esta certo ou errado. Pois o Direito de um começa, quando este não ultrapassa ou "subtrai" o de outro. Alguém para questionar tem antes que "engolir" nossa Constituição, depois o "código de ética" e se tiver um "tempinho" ler algumas passagens da Bíblia, do Alcorão, ou da crença que lhe norteia, ai sim entenderei que "nós" jornalistas estaremos falando o mesmo dialeto e este para o entendimento de todos e não apenas para os que continuam fazendo do Brasil, um País ridiculamente preconceituoso e Ditador que cria seus preceitos e atua apenas para a classe alta ou para os que nunca souberam o que significa ver uma pessoa adulta, se esforçando num Mobral.

Não falo aqui de linguagem de "Bandido", pois há muitos "Bandidos" que discorrem muito bem sobre todos os assuntos (assuntos que são de seu cabal conhecimento) ou seja que lhe convém e estes, sentados atrás de uma mesa de Madeira de Lei que mais parece ser uma Obra de arte, com seu "bumbum" acomodado em uma Poltrona de última geração com direito a massagens...enfim.. pois "bandido", nada mais é do que malfeitor, "pessoa de mal sentimentos"... e desconheço que uma pessoa que faz de seu trabalho uma forma de não calar a voz da sociedade, nem omitir realidades cotidianas, tenham "mal sentimentos" em suas informações, isso é por via de regra, claro que há exceções...

Em um País em que nossa geração de adolescentes aderiram a "gíria" como diálogo, não se pode dizer que os exemplos dados, são linguagens necessariamente usadas por "bandidos", pois aí sim estaremos pecando ou cometendo crimes até maiores, estaremos "criando a geração marginais" já que estes skatistas, expertos em informática, esportistas, darks, punks, estudantes, não se diferenciam ao conversar, será que para não serem ridicularizados, ignorados ou "gostam da linguagem de bandidos"? E "falo porque vivo com adolescentes e este é meu filho" que estuda em uma das melhores Faculdades do estado, aonde filhos de Juízes e promotores, também são alunos e amigos dele. A Linguagem é a mesma... as Notas são as melhores e eles tem acesso a todos os meios de comunicação e posso garantir, não aprenderam na TV, nem em jornais ou revistas, pois "esta moçada" não "curte" porque não é muito "chegada" a estas "paradas".

Estes jovens sabem até mais do que "nós", conhecem biografias de grandes nomes da Literatura, da ciência e são mais atualizados e preparados para debater sobre qualquer assunto, se necessário for, sem usar "as gírias". Então, acho que a partir do momento que "preconceito" é crime, pelo menos era até alguns minutos atrás, exerce-lo para dirimir questões relacionadas a forma de expressão que também até minutos atrás era livre, quem esta cometendo o erro maior? Não que eu queira acreditar que neste caso o preconceito se fez presente, pois como disse no início, o colega ao qual respondo, é centrado, inteligente e ético.



Agora, "lavando a alma" preciso questionar:-



-Quem escreve usando termos cotidianos direcionados para todos não tem este direito por que? Este então só é dado ou permitido para quem exercita livremente a pratica do preconceito? E veja bem, não quero acreditar que este tenha sido praticado, principalmente por alguém que sempre hasteou bandeiras contra este tipo de comportamento, ao menos que o preconceito deixou de ser crime. Será que "Preconceito é crime ainda?! Ou tudo na vida e com as pessoas mudou velozmente, que por não "estar ligada" "deixei passar batido" afinal, se não estava "antenada" posso ter perdido a "evolução" comportamental do meu colega e a reformulação do código penal.

Agora voltando ao contexto da linguagem "marginalizada" como li no texto maravilhosamente redigido pelo colega, vou novamente comentar, já que não concorda com termos usados por profissionais da comunicação, tipo "laranja" ao invés de dizer ingênuo ou qualquer outro adjetivo apropriado para qualificar o termo usado, que apedreja a humanidade que escreve e fala, repetindo termos "chulos" usados pela "bandidagem," que cria crônicas, faz reportagens, entrevistas da melhor qualidade, porém, peca e não merece qualificação porque ao tentar falar para a maioria da população, usa a gíria do "fala sério". E por falar em falar sério, "fala sério" agora:-



-Estou errada, não "me ligando na missão"? -Eloqüência é inadmissível ou imperdoável?

Sei lá viu! "Fala sério"...





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