A custo de US$ 235 mi, Super Tucanos serão usados na luta contra o tráfico
Embraer vende à Colômbia 25 aviões
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Os aviões de ataque leve Super Tucano, fabricados pela brasileira Embraer, são a nova arma do Exército da Colômbia na luta contra a guerrilha e os narcotraficantes que atuam no país vizinho. A venda de 25 unidades, num negócio de US$ 235 milhões, foi anunciada anteontem, depois de nove anos de negociações.
De acordo com a Embraer, as entregas estão previstas para começar no final de 2006 e vão se estender por dois anos. O acordo prevê ainda o treinamento de 20 pilotos colombianos pela FAB (Força Aérea Brasileira), além da entrega ao país vizinho de um sistema de treinamento, incluindo um simulador de vôo.
Esta é a primeira exportação do Super Tucano feita pela Embraer. Até então, o governo brasileiro era o único cliente. O governo colombiano informou que os aviões adquiridos serão usados pela Força Aérea do país em missões de segurança interna e patrulhamento das fronteiras. O objetivo é fortalecer as ações de combate às guerrilhas e aos narcotraficantes, principalmente na Amazônia.
Na página do governo colombiano na internet, o ministro da Defesa, Camilo Ospina, afirma que os aviões turbo-hélice da Embraer são os mais adequados às necessidades e à geografia do país.
"Estes aviões de combate nos colocam em uma posição muito importante, de repor os equipamentos muito antigos", diz Ospina na página. De acordo com ele, os Super Tucanos darão às Forças Armadas colombianas "vantagens estratégicas enormes".
"Estamos certos de que o Super Tucano será um eficaz instrumento operacional da FAC (Força Aérea Colombiana) e acreditamos que outros contratos no mercado internacional se seguirão", disse, em nota, o presidente da Embraer, Maurício Botelho.
O contrato foi assinado em Bogotá e colocou ponto final às negociações que tiveram início em 1996. Durante esses nove anos, os contatos foram suspensos e então retomados diversas vezes e surgiram algumas polêmicas envolvendo o governo dos EUA, que tentou por diversas vezes impedir a conclusão do negócio.
No final da década de 1990, a Embraer chegou a vencer uma licitação internacional feita pelo governo colombiano, que, pressionado pelos norte-americanos, suspendeu a compra em seguida. A licitação foi cancelada no governo de Álvaro Uribe, atual presidente do país, e então as negociações passaram a ser feitas diretamente entre as partes.
O Super Tucano é utilizado pela FAB para treinamento de pilotos e no Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). O avião foi desenvolvido com base no Tucano, usado em treinamento de pilotos, a pedido do governo brasileiro.
O avião conta com capacidade para transportar até 1.500 quilos de armamentos e atinge 590 km/h. A previsão da Embraer é vender mais 126 aviões até 2010.