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Artigos-->Desarmamento e Neoliberalismo -- 19/10/2005 - 10:54 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desarmamento e Neoliberalismo



por Caio Rossi em 19 de outubro de 2005



Resumo: É evidente que, a despeito da possível existência de um “lobby das armas”, há também interesses não-financeiros na rejeição ao desarmamento. Agora é necessário identificar que ideologia política e interesses econômicos apóiam a proibição.



© 2005 MidiaSemMascara.org





“Referendo das armas: Diante da farsa quem é de esquerda não tem razão para dizer sim” (Roberto Robaina, Presidente do P-SOL/RS e integrante da Executiva Nacional).





“...As mortes por acidente de pessoas que portam arma de fogo e não são delinqüentes correspondem a um percentual irrisório, desprezível, quando se leva em conta a verdadeira mortandade que ocorre nas grandes metrópoles e até em cidades do interior. Os delinqüentes, sejam assaltantes, sejam estupradores, não têm armas registradas. Chega a ser risível para qualquer um de nós, que temos o mínimo de lucidez intelectual, sermos obrigados - por educação, todos somos obrigados a ouvir - a ouvir os discursos dos que defendem esse projeto eivado de retóricas, como se a imbecilidade generalizada dominasse nossas mentes ...” (Dr. Enéas Carneiro, Presidente do PRONA).



"Leis que proíbem o cidadão de ter armas são leis que desarmam apenas aqueles que, na sua ampla maioria, não estão inclinados a cometer crimes. Estas leis tornam as coisas piores para as vítimas e melhores para os marginais, elas mais encorajam que previnem os crimes, pois enchem de confiança os assaltantes. A mais forte razão, em última análise, para um cidadão ter direito às armas, é para proteger-se contra a tirania de um governo" (Thomas Jefferson).



Em resumo, nossa sugestão: Dia 23/10, Vote NÃO !”





Posição oficial do Instituto Liberal do Rio de Janeiro.



Como se verifica acima, um radical de esquerda, um nacionalista ferrenho e uma instituição liberal, representantes de três posições radicalmente diferentes, coincidem exatamente no mesmo ponto: são contra o desarmamento. A campanha do “sim” vem tentando caracterizar os que tomam a posição contrária como representantes de um suposto “lobby das armas”. Não sei se tal “lobby” existe, mas fica difícil acreditar que a Taurus tenha cooptado o falecido Thomas Jefferson através de uma milionária doação de rosas para seu túmulo. O fato é que o desarmamento desagrada essas três vertentes do pensamento político por diferentes razões: respectivamente, porque coloca em risco o direito de manifestação popular, subjuga a nação a interesses internacionais e desrespeita o direito individual de auto-defesa.



É muito plausível a hipótese de que a indústria das armas tenha montado um lobby para defender seus interesses, mas, se for realmente verdade, isso não deveria ter nenhuma relevância para a decisão sobre o referendo. Quer se concorde ou não com a venda de armas e munições no país, é evidente que, a despeito da possível existência de um “lobby das armas”, há também interesses não-financeiros na rejeição ao desarmamento, como os apresentados pelas três ideologias políticas mencionadas. O que ainda está por ser feito, e iniciarei agora, é identificar que ideologia política e interesses econômicos apóiam a proibição.



A campanha pelo desarmamento iniciou-se no Brasil com o governo Fernando Henrique Cardoso e tomou corpo no atual governo. De que o governo Lula e o PT apóiam oficialmente o desarmamento não há qualquer dúvida (vide os links [*])mas poucos atentam para o apoio do próprio PSDB, como se vê claramente em link oficial.



Inimigos na luta pelo poder, mas não ideológicos, O PSDB e o PT são os maiores representantes nacionais da “nova esquerda”. A unidade ideológica desses dois partidos se tornou inequívoca quando explicitada na entrevista de Cristovam Buarque com Fernando Henrique Cardoso (atente sobretudo às páginas 8 a 10).



O desarmamento é, portanto, um item do programa dessa “nova esquerda”. Devemos lembrar que foi (através do PSDB), e é (no governo do PT) essa mesma vertente que implantou no país as ditas “políticas neoliberais”, políticas essas que, mais uma vez, igualmente desagradam às três correntes políticas que tendem a ser contrárias ao desarmamento. Daniel Gluckstein, comunista francês e membro da 4ª Internacional, resume em seus comentários ao “neoliberalismo”, no livro “Imperialismo Senil”, a posição tanto de nacionalistas quanto dos verdadeiros liberais: “...[N]ão se trata de liberalismo mas, ao contrário, de uma economia dirigida como jamais o foi...”. Os orgãos de direção dessa economia global são o FMI, o Banco Mundial, a OMC e, entre outros, a ONU.



Em 2004, escrevi um artigo em que analisava uma matéria publicada em “Carta Capital” sobre a atuação da ONU na definição das políticas públicas no país desde o governo FHC. A revista então fez um “[l]embrete: a presença dos organismos da ONU na região- e o uso de dinheiro dos governos- disparou nos últimos dez anos, exatamente o período em que a América Latina embarcou na aventura neoliberal”.



Ainda de acordo com a revista:



“Segundo a Agência Brasileira de Cooperação, órgão do Ministério das Relações Exteriores..., 92% dos recursos para os 318 projetos gerenciados pela ONU provêm dos cofres públicos brasileiros e de empréstimos levantados pelo Brasil com instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (BIRD)”.



Jorge Werthein, representante da UNESCO, órgão da ONU, no país, disse então em entrevista:



“... No Brasil, a UNESCO aumentou muito seu trabalho nos últimos anos nas áreas de educação, cultura, patrimônio cultural e natural, direitos humanos, juventude, violência”.



Perguntado se, usando as palavras do próprio Werthein, a “relação de muita intimidade com o Brasil, sua elite intelectual e ... política” mudou com a administração petista, ele respondeu: a UNESCO “... está a serviço do País seja qual for o governo, Fernando Henrique ou Lula. Eu diria que não mudou, inclusive aumentou o número de convênios e projetos, e já vínhamos com uma relação muito boa, de muito trabalho com o governo anterior”.



Essa ingerência determinante da ONU sobre as políticas do governo federal se dá, por exemplo, através do Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente, o ILANUD. O site da própria instituição confirma que ele recebe financiamento do nosso Ministério da Justiça.



E como se dá sua atuação? “... Por meio da realização de pesquisas, do desenvolvimento ou apoio a projetos inovadores e da assessoria para a formulação de políticas públicas nas áreas de segurança pública, sistema de justiça juvenil, sistema penitenciário, desarmamento civil, crime organizado, crimes hediondos, dentre outros temas, o ILANUD desempenha sua tarefa como organismo multilateral, combinando o diagnóstico e a verificação das práticas institucionais, com o subsídio à formulação de políticas publicas...”



No mesmo link é detalhada a influência direta dessa instituição nas políticas públicas nacionais:



“...Diversos exemplos ilustram estas diferentes vertentes na atuação do ILANUD: a assessoria ao Ministério da Justiça para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Pública e dos projetos de Reforma do Código Penal e do Código de Processo Penal; ... o apoio à Campanha de Desarmamento...”



Mas a ONU se imiscui na política nacional e na decisão sobre o desarmamento de outras formas também. Ela mantém a IANSA (sigla em inglês para a Rede de Ação Internacional sobre Armas de Baixo Calibre), que reúne ONGs pró-desarmamento no mundo todo. Como se lê no site da campanha oficial pelo desarmamento, a IANSA está exultante com a possibilidade da proibição das armas no Brasil.



E por todo o lado que olhemos encontraremos sua influência: são membros do “Conselho Consultivo” do Instituto sou da Paz, de São Paulo, além do confuso Carlinhos Brown (qual é exatamente a opinião dele sobre qualquer coisa?) e o funcionário da desarmamentista Rede Globo, o jornalista Chico “Qualquer-Aparência-De-Imparcialidade-É-Engano-Seu” Pinheiro, Malak Poppovic, da ONU, e Túlio Kahn, da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (leia-se: governo “neoliberal” do PSDB) e ex-coordenador do ILANUD.



O “Sou da Paz” foi recentemente proibido de participar da campanha do desarmamento por ter recebido doação de uma instituição estrangeira, a Fundação Ford. E vejam só quem encontramos entre os que financiam a IANSA, ao qual esse instituto brasileiro, entre outros, é afiliado, segundo o site da própria:



“O trabalho da IANSA é apoiado por financiadores que incluem os governos da Grã-Bretanha, Bélgica, Suécia e Noruega, bem como a Fundação Ford, a Fundação Rockefeller, a Fundação Compton, o Ploughshares Fund, a Fundação John D. and Catherine T. MacArthur, o Open Society Institute, a Fundação Samuel Rubin e Christian Aid”.



Resumindo o que foi dito até agora: é evidente que a indústria de armas tem interesse financeiro na manutenção da venda de armas e munições, mas também é evidente que há uma oposição ao desarmamento por interesses não-financeiros, como é o caso da extrema esquerda, dos nacionalistas e dos liberais.



Viu-se também que a “nova esquerda” do PSDB e do PT é a grande defensora do desarmamento, além de ter implantado o “neoliberalismo”, ou a economia global dirigida no país. Apoiando financeiramente o desarmamento, vimos que há instituições que recebem dinheiro público nacional, de governos estrangeiros e de fundações milionárias (o Open Society Institute, por exemplo, pertence a George Soros, um dos homens que mais lucram com a atividade especulativa no mundo).



Sabemos qual o interesse da indústria das armas nessa história: vender armas. Mas qual o interesse financeiro dos que apóiam o desarmamento? NÂO vender armas?! E, além dos interesses financeiros, quais seriam os interesses políticos?



Essa discussão quanto aos interesses globalistas no domínio das nações já está muito desenvolvida em países como os Estados Unidos, que também são vítimas do processo. Existem respostas às perguntas formuladas no parágrafo anterior, mas dá-las aqui iria nos desviar de algo muito mais urgente. Basta lembrarmos do que escreveu James Madison, um dos “Pais Fundadores” dos EUA, ao explicar a constituição do país, então recém-aprovada e contemporânea das monarquias absolutistas na Europa:



“Que um exército regular, de acordo com os recursos do país, seja formado e que ele seja totalmente leal ao governo federal. ... De acordo com os melhores cálculos, um exército ... nos Estados Unidos não seria composto de mais de 25 ou 30 mil homens. A eles nós oporíamos uma milícia que chegaria a cerca de meio milhão de cidadãos de armas em punho, comandados por homens escolhidos entre si, lutando por suas liberdades comuns ... Se o povo [europeu] possuísse a vantagem adicional de governos locais escolhidos por ele mesmo, em que se pudesse depositar a vontade nacional e que comandassem a força nacional,... pode-se afirmar com grande segurança que o trono de todo o tirano na Europa seria rapidamente derrubado ...”



Hoje em dia o problema não é mais só o risco de um governo federal com pretensões totalitárias, mas um que faça isso segundo interesses de uma elite financeira global, que é a mesma que patrocina todos os “programas sociais” da “nova esquerda neoliberal”.



No dia do referendo, diga sim à sua liberdade individual e à do seu país. Vote no número 1. Vote NÃO.





[*] Links:



[http://www.brasil.gov.br/emquestao/eq248.htm]



[http://www.brasil.gov.br/emquestao/eq295.htm
]



[http://www.pt.org.br/site/noticias/noticias_int.asp?cod=39069]









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