Ó diacho, pelo que desde já se constata, parece que a "inteligência socialista" não logrou aquilatar a última lição eleitoral que emanou de Lisboa, do Porto, e sobretudo, por exemplar inerência, de Gondomar, Amarante, Oeiras e Felgueiras.
Vai daí, sobre assunto que caberia dirimir tão só no seio partidário, Jorge Coelho, em propositada ou em inadvertida atitude, veio a público proclamar, desta feita muito serenamente, que os militantes que apoiam Manuel Alegre estão impedidos de utilizar quaisquer meios e estruturas do PS em favor da candidatura presidencial daquele dirigente, como se tal situação, em face do oficializado concurso de Mário Soares, não fosse eticamente óbvia, como afirmou.
Quem deverá estar a rir a bom rir, será, em princípio, o candidato poeta, decerto muito grato por tão eficaz contra-impulso para a frente, e depois Cavaco Silva, que porventura se quedará surpreendido pela facilidade com que os principais adversários políticos se auto-derrotam por antecipação.
Está pois lançado o boomerang presidencial pelos mais "dilectos" acólitos - acólitos ou insólitos? - do nosso primeiro-ministro, o qual, embora com mais lata plasticidade política, me faz lembrar de imediato Santana Lopes, entre a falta de bom senso que o rodeou e apeou. O retornante engenho regressará em Janeiro próximo: à mão ou à testa?
Diacho, qual será a subida "inteligência" no PS que desconhece o efeito da descida à matreira peçazinha?
António Torre da Guia |