AFUNDADO NA ROUBALHEIRA DO MENSALÃO, PT TENTA ATINGIR ONYX
Afundado na lama do mensalão, o maior esquema de corrupção e propinas envolvendo governo e Congresso que se tem notícia na história da República, o PT recorre agora a sua conhecida estratégia dos últimos 25 anos: a de atacar sem qualquer pudor, com ódio visceral seus adversários. E a ascensão de Aldo Rebelo à Presidência da Câmara deu novo gás aos petistas. Na última sexta-feira, o partido protocolou representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado federal Onyx Lorenzoni (PFL-RS), alegando quebra de decoro parlamentar. O PT alega que Onyx fez afirmações falsas quando acusou o também deputado José Dirceu (PT-SP) de tomar empréstimos junto ao PT e não declarar em seu imposto de renda.
A estratégia petista é cristalina: 1) desviar o foco de atenção da roubalheira do governo Lula, com suporte e respaldo do próprio PT; 2) tirar de cena Lorenzoni, um dos mais atuantes deputados federais da CPI dos Correios.
Ontem, em entrevista coletiva concedida no salão verde da Câmara dos Deputados, Onyx Lorenzoni rebateu, dizendo que as informações utilizadas na tese apresentada em sessão secreta da CPI dos Correios eram amplamente conhecidas da imprensa e da opinião pública. Citou, para tanto, a Folha de São Paulo, que publicou no dia 19 de julho informação sobre os documentos entregues ao TSE, onde o nome do ex-ministro José Dirceu constava como devedor de R$ 14,3 mil em 30 de dezembro de 2003, tendo sido o débito parcelado em seis cheques pré-datados. Além disso, sobre a afirmação de que teria tornado públicas informações sobre a declaração de imposto de renda de Dirceu, Lorenzoni disse que requereu sessão reservada, onde distribuiu estudo sobre o assunto aos colegas de investigação.
“A mim eles não vão atemorizar”, avisa Lorenzoni, que defende a inviolabilidade do mandato, prevista na Constituição, para se expressar de forma absoluta. “É com isso que o PT quer acabar, talvez pelo seu viés autoritário. O PT deseja acabar com a democracia, mas não vai conseguir. Sou um oposicionista duro, como sempre fui. Enfrentei o governo Olívio Dutra, no RS, na época como deputado estadual, e tenho sido um dos membros mais ativos no processo investigativo dentro da CPI dos Correios” lembrou.
Além de sua própria bancada, do PFL, o gaúcho recebeu ontem a solidariedade do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e do deputado federal Eduardo Paes (PSDB-RJ) que assinaram nota em apoio, repudiando a conduta do PT. “A liderança de Onyx na oposição é que incomoda aqueles que querem abafar a corrupção do governo Lula”, disse Dias....