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Artigos-->Chamem o Charles Bronson -- 10/10/2005 - 08:59 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
09/10/2005
22:50



CHAMEM O CHARLES BRONSON



Em confrontos com a polícia, quando o bandido atirar, tem que acabar ali sua história de crimes. O momento é de pedir reação, armada e contundente das autoridades, para que tenhamos baixas do lado da bandidagem



Diego Casagrande



Olhos fechados, boné na cabeça e um livro sob o braço. Esta é a última imagem que os pais, parentes e amigos de Eduardo Nunes, de 17 anos, levarão da curta passagem dele por esta existência. O jovem, recém aprovado no vestibular de mecatrônica da PUC, foi brutalmente assassinado em Porto Alegre na madrugada de sábado, 17 de setembro. Um tiro na nuca, durante assalto, enlutou para sempre a vida de quem amava Eduardo. Cuidadosa com o filho, a família fazia questão que ele não voltasse sozinho das festas. Desta vez, voltava de carona com um colega, cujo pai havia ido buscar. Não foi suficiente para livrá-lo da sanha dos chacais, que descobriram como é fácil matar os rebanhos de ovelhas indefesas.



Se para os pais, os parentes e os amigos de Eduardo Nunes ele vai deixar um espaço que jamais será preenchido, um espaço que mistura dor, saudade, raiva e impotência, para as autoridades de segurança pública do RS este parece ser apenas mais um número. E nas próximas semanas, quando tivermos outras vítimas indefesas tombando diante da marginália maldosa - para a qual não basta mais apenas roubar, é preciso machucar e matar – as autoridades deste setor continuarão fazendo continhas. Continhas para saber se a viatura entregue na cidade A ou B vai render votos para a próxima campanha eleitoral. Continhas para saber se todos os que ajudaram na campanha eleitoral passada estarão empregados na secretaria. Continhas para que as próximas estatísticas sirvam de porta-estandarte. E se não servirem, como encontrar explicações minimamente razoáveis.



Enquanto eles fazem e refazem suas continhas na Secretaria de Segurança Pública, nós cidadãos contamos as horas para que a próxima vítima não seja nossa.



O assassinato de Eduardo foi em 17 de setembro. Na manhã de 7 de setembro, apenas 10 dias antes, a vítima foi Fabiana Ávila, de 25 anos, que tombou diante do filho de 4 anos, igualmente morta com um tiro na cabeça, em frente ao Colégio Americano. Os marginais levaram o carro. Na delegacia, um deles afirmou que “engatilhou a arma apenas para assustar” e, por infelicidade da jovem, puxou o gatilho no susto. Menos de duas semanas antes, a vítima a tombar foi a jovem advogada Beatriz Fabres, de 30 anos. Na volta de uma festa, em plena avenida Protásio Alves, ela parou o carro para que um dos amigos descesse para urinar. O assaltante, drogado, chegou disposto a matar para assaltar. E foi o que fez com um tiro certeiro na cabeça de Beatriz. Como se não bastasse, o bandido, preso logo depois, foi solto em um erro crasso das instituições. Não se sabe bem se da Justiça ou da Polícia. Mas errando, eles também conspiram para que sejamos os derrotados nessa guerra. E no dia 29 de setembro último, foi a vez de Márcio Gabardo morrer assassinado em Canoas. Filho do dono da transportadora Gabardo, sofreu assalto, tentou fugir dos ladrões de carro, acabou baleado e perdeu a vida. Mais um na estatística.



Infelizmente, estamos perdendo essa guerra de goleada. E de braços cruzados. O espírito desarmado ao extremo que toma conta dos nossos policiais, impingido por políticos despreparados quando o assunto é segurança, está nos levando para o brejo. São os mesmos políticos que temem as ONGs especializadas em defender bandidos e que propagandeiam o desarmamento dos cordeiros, o que inevitavelmente facilitará a ação dos chacais. Não entendem eles que não há outra resposta em uma guerra do que preparar-se para ela. Dar condições materiais e morais para que as polícias possam combater sem tréguas a marginalidade. Não é possível que um bandido encurralado ainda tenha, além do direito natural de tentar fugir, a chance de descarregar sua arma nos policiais e, caso não tenha surtido efeito, simplesmente coloque-a no chão, erga os braços e vá passar uma breve temporada recluso. Em confrontos com a polícia, quando o bandido atirar, tem que acabar ali sua história de crimes. Será legítima defesa do policial e da sociedade.



É triste saber que o cronômetro regressivo já está contando para que, logo logo, tenhamos uma nova vítima inocente a tombar e a família a chorar. É o que vai acontecer. Usar roupa branca e pedir paz é a pior coisa que uma sociedade pode fazer nessa hora. O momento é de pedir reação, armada e contundente das autoridades, para que tenhamos baixas do lado da bandidagem. Muitas baixas.



Em pleno 2005, mesmo com toda a tecnologia que poderia estar do lado da lei, nunca como agora tivemos uma onda tão grande de violência assolando o RS. Os homens e mulheres honestos viraram as presas rumo ao abatedouro. E tudo com o olhar complacente de quem deveria fazer o serviço de casa, e não faz.



Por favor, não nos deixem morrer sem reação. Chamem o Charles Bronson....





Do blogdodiego.com.br









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