Ora se o Sarney iria autorizar a publicação dos livros dos nossos comapnheiros do CIE! Já andava ele de olho no PT que sabia que um dia iria chegar ao poder. Esse é um dos maiores ratos da política brasileira, sente muito antes que os outros a hora de que deve mudar de barco. É uma pena que esses livros não tenham sido publicados naquela época. Teríamos evitado o desgaste já que o nosso silêncio estimulou o revanchismo. Poderíamos ter assumido o papel de Poder Moderador nas turbulências do governo Collor e patrocinado as correções de rota que se faziam necessárias diante dos erros na transição. Não estaríamos enfraquecidos na hora em que se definiu a nova política de defesa nacional, no início dos anos FHC, quando deixamos que os barbudinhos do Itamaraty dessem as cartas e inviabilizassem qualquer iniciativa de reaparelhamento das FFAA.
Por último: aplausos ao coronel Ustra que pela sua tenacidade e coragem está conquistando o respeito da grande imprensa. Certamente o seu novo livro vai ter grande repercussão.
Péricles
----- Original Message -----
From: Osmar Jose de BARROS Ribeiro
To: "Undisclosed-Recipient:;"@mx.pop.com.br
Sent: Sunday, September 04, 2005 3:08 PM
Subject: Fw: Voz do DOI (PARA AMPLA DIFUSÃO)
Extraído da coluna de Élio Gaspari, publicada no jornal O GLOBO, de hoje, 04/09/05:
“Voz do DOI
Falta pouco para que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra ponha o ponto final no seu novo livro, intitulado “A Verdade Sufocada”. Ele comandou o DOI-Codi de São Paulo entre 1970 e 1974, período durante o qual foram desbaratadas as principais organizações esquerdistas envolvidas com a luta armada e atos terroristas. Do período em que comandou o DOI ficou a marca de 502 denúncias de torturas. Em 1987, Ustra publicou “Rompendo o Silêncio”, o primeiro livro com informações sobre a estrutura do DOI.
“A Verdade Sufocada” terá umas 500 páginas. Durante mais de 30 anos o coronel juntou lembranças, formou uma biblioteca e teve acesso aos dois volumes produzidos nos anos 80 por cerca de 30 oficiais do Centro de Informações do Exército. Nele está uma minuciosa narrativa do período, na visão dos comandantes militares da época.”
Complementando a nota do jornalista Élio Gaspari, esclareço que os dois volumes, escritos pelos companheiros do CIE, ficaram prontos, no final de 1987. A obra chama-se "Tentativas de Tomada do Poder", cada volume com aproximadamente 500 páginas. Inicia-se com o movimento comunista que desaguou na Intentona, em 1935, aborda a subversão que culminou com o nosso 31 de março e, pricipalmente, conta nossa a versão a respeito da luta armada e do trabalho dos Órgãos de Segurança para vencê-la. É uma obra que rebate a esquerda, com dados, fatos e provas, mostrando o quanto ela mente.
Depois de pronta, o Ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, a levou ao Presidente José Sarney e pediu autorização para publicá-la. Sarney não autorizou, sob o argumento de que o momento era inoportuno.
Assim, o Exército continuou mudo e cada vez mais caluniado. Os que lutaram nos Órgãos de Segurança passaram a ser execrados e a versão da esquerda dominou, sem qualquer contestação, até recentemente. A maioria dos militares acredita na única versão dos revanchistas, que a peso de muito dinheiro, fez a cabeça da nação.
Agora, com o surgimento de vários Grupos ligados a nós, com os livros que o nosso pessoal começou a escrever, a história verdadeira começou a ser mostrada. Meu novo livro, "A Verdade Sufocada" - A história que a esquerda não quer mostrar - assim como o "Rompendo o Silêncio", é uma modesta cooperação nesse sentido.
Carlos Alberto Brilhante Ustra
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Comentário:
Félix Maier
O coronel Ustra é autor do livro "Rompendo o Silêncio", Editerra Editorial (atual Thesaurus), Brasília, 1987, que trata das operações da OBAN-DOI/CODI, de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, e das refutações às calúnias da então deputada do PT (expulsa, depois pelo partido), Bete Mendes, que acusou o coronel de "torturador". A respeito, leia, de minha autoria, "Bete, Mentes?", no endereço http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=1822&cat=Ensaios&vinda=S.
Os dois volumes confeccionados pelos militares do Centro de Informações do Exército (atual Centro de Inteligência do Exército), "Tentativas de tomada do poder", na verdade se transformaram no livro "A Grande Mentira", do general Agnaldo Del Nero Augusto, editado pela Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 2001. Não sei porque ninguém fala sobre isso.