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Artigos-->Esperando por Bin Laden -- 21/09/2005 - 14:38 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Esperando por Bin Laden



por Jeffrey Nyquist (*) em 20 de setembro de 2005



Resumo: Neste exato momento, qualquer um pode atacar os Estados Unidos com dispositivos nucleares e não seria possível identificar os criminosos.



© 2005 MidiaSemMascara.org





Em 1996, Osama Bin Laden declarou guerra à América, referindo-se a "uma evidente conspiração entre os EUA e seus aliados [para destruir o Islã]...". De acordo com Bin Laden, "O povo muçulmano acordou e percebeu que é ele o principal alvo da aliança sionista". Como se estivesse liderando um movimento de "libertação nacional", Bin Laden acusou os Estados Unidos de serem um país colonialista e opressor, simplificando a realidade por meio de uma teoria da conspiração que transforma todos os americanos em co-autores de uma campanha genocida contra a fé muçulmana (já que os líderes americanos são eleitos pelo povo americano). Ao afirmar hipocritamente que a América ocupa os lugares sagrados do Islã, e culpar a América pela morte de muçulmanos em três continentes (quando, na verdade, a América salvou vidas muçulmanas na Bósnia, na Somália e no Afeganistão), Bin Laden mostrou-se cínico e desonesto.



Os seguidores de Bin Laden, bem como seus associados, reconhecem que o objetivo do "grande plano" da Al Qaeda é a destruição da América. E eis que estamos aguardando, quatro anos após o 11 de setembro, enquanto o "falastrão sagrado" (e seu sócio) continua acuado nas profundezas de uma caverna remota. A vigilância americana, em parte, é minada pela cômica ineficiência da Al Qaeda. Não aconteceu nenhum grande ataque contra os Estados Unidos, nesse longo e tedioso intervalo. O objetivo da propaganda de Bin Laden, porém, não é inspirar o terror. Para o cidadão médio americano, Bin Laden não é mais um sujeito assustador. Pelo contrário, os americanos estão de saco cheio dele. O terrorista - assim como os fanáticos que o seguem - é um tédio só. Seus seguidores são uns ignorantes incapazes de superar a esperteza da CIA e do FBI. Se a situação não se inverter, Bin Laden logo preferirá ter morrido em Tora Bora. (Se é que ele já não morreu).



A América ficou aturdida diante do 11 de setembro. Seu senso de invulnerabilidade foi abalado. Mas não ocorreram novos ataques. O horror não foi seguido por mais horror; apenas ameaças e pronunciamentos sem importância; ataques contra países mais fracos e vulneráveis.



A Al Qaeda possui armas nucleares, pelo que sabemos. Yossef Bodansky afirmou isso em 1999. Paul Williams confirmou essa informação, descrevendo suas fontes a Ryan Mauro numa recente entrevista ao WorldNetDaily. Williams acredita que Bin Laden está prestes a lançar um ataque nuclear na América. Suas fontes são as seguintes: (1) vários membros da máfia chechena; (2) o London Times; (3) relatos árabes em revistas muçulmanas; (4) fontes da "ex"-União Soviética, "não apenas membros da máfia chechena, mas também da máfia russa"; (5) "uma série de agentes de inteligência e inspetores de armas, inclusive Hans Blix, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU"; (6) agentes secretos britânicos que "viram armas nucleares sendo fabricadas" pela Al Qaeda no Afeganistão; (7) e, por último, o próprio Bin Laden e seu fiel escudeiro, Al-Zawahiri (que admitiu publicamente possuir armas nucleares). É evidente que temos de tratar com desconfiança as versões da "ex"-União Soviética, de Hans Blix e a tal fabricação afegã de armas nucleares. Além disso, somos moralmente obrigados a levar a sério o que diz Bin Laden. (Pois os terroristas assassinos nunca mentem). Há duas possibilidades aqui: ou Bin Laden possui armas nucleares ou alguém quer desesperadamente que acreditemos que ele as possui, inclusive Bin Laden e a máfia russa. Isso está claro.



Williams nos lembra que autoridades americanas já disseram abertamente que um ataque nuclear da Al Qaeda é uma ameaça real. Não é uma questão de "se", mas "quando", segundo um general americano. Mas como devemos lidar com tais declarações? Devemos acreditar que uma organização terrorista pequena – menor que o Exército Belga – possa iniciar uma ofensiva nuclear contra uma superpotência? Bem, devemos admitir que isso seja teoricamente possível porque as fronteiras da América estão abertas e a contra-inteligência americana está cega. Por incrível que pareça, a América falhou na tentativa de penetrar o menor satélite de seu inimigo durante a Guerra Fria. De fato, quando o comunismo estava para entrar em colapso na Alemanha Oriental, o Bloco Soviético possuía mais de 6.000 espiões posicionados no establishment da Alemanha Oriental. Enquanto isso, Milt Bearden, da CIA, admitia: "A dura verdade é que não temos nenhum espião infiltrado que possa nos dar informações sobre os planos do governo da Alemanha Oriental ou, muito menos, sobre as intenções da liderança soviética no Kremlin". E isso continua sendo uma "dura verdade" hoje. Somos transparentes aos nossos inimigos, mas eles são um mistério para nós. Mesmo depois do 11 de setembro, não temos agentes na Al Qaeda ou no Afeganistão, e a situação não é diferente no Iraque. Enquanto a Rússia e a China frequentemente roubam os segredos militares e políticos da América, os Estados Unidos sabem muito pouco sobre o misterioso Oriente. A Guerra Fria foi como uma luta de boxe na qual o boxeador mais forte e preparado lutava cego. Idem para a Guerra contra o Terror. Não encontramos Bin Laden ou Al-Zawahiri, nem sabemos quantos agentes possuem (ou quantas armas nucleares adquiriram, se é que chegaram a tanto). Trata-se de uma situação intolerável.



Neste exato momento, qualquer um pode atacar os Estados Unidos com dispositivos nucleares e não teríamos como identificar os criminosos. Mesmo que a assinatura radioativa dos dispositivos seja de origem russa, os russos já têm um álibi (que são armas nucleares vendidas no mercado negro). Temos de nos perguntar, não apenas como pergunta teórica, se o desarmamento nuclear é eficaz sob tais condições.



Poderíamos deixar Bin Laden de lado, alegando que ele não passa de um maluco enfiado numa caverna, mas ainda resta a ameaça nuclear no Irã. Dois livros foram publicados recentemente sobre esse assunto: Atomic Iran , de Jerome R. Corsi e Iran s Nuclear Option, de Al J. Venter. De acordo com Corsi, "A teocracia iraniana representa para o mundo um perigo real e evidente. Os mulás são fanáticos religiosos que em breve terão acesso a armas nucleares". Ele lembra a facilidade com que se contrabandeiam narcóticos para a América. Para demonstrar a loucura dos "fanáticos religiosos" de Teerã, ele descreve a aprovação de uma lei pelo parlamento iraniano que permite o enriquecimento de urânio. "Quando o projeto de lei foi aprovado por unanimidade", Corsi notou, "os membros do parlamento [iraniano] gritaram em coro: Morte à América! ". O livro de Venter descreve os xiitas iranianos como "provocados e guiados" por uma fé que enfatiza o "martírio e o complexo de vítima" e enaltece a automarginalização.



A parte mais interessante do livro de Venter é o papel da Rússia frente às ambições nucleares do Irã. Venter cita bastante um ensaio escrito pelo Dr. Victor Mizin, ex-diplomata russo. "A Rússia ainda precisa se livrar de sua política externa soviética de transferência de armas e tecnologia para países repressivos", notou Mizin. Embora seja fato que a Rússia lucre com vendas de armas a países lunáticos, o lucro não é o principal motivo num país que despreza os valores "burgueses" de lucro e prejuízo. "O Irã emerge como exemplo do posicionamento global russo no século XXI", escreveu Mizin, reconhecendo o que Venter chama de "manobras maquiavélicas às quais o presidente Putin provou ser adepto". Há um grupo poderoso por trás do sentimento antiamericano russo. Esse grupo, diz Mizin, consiste de representantes do complexo militar industrial russo e dos serviços especiais. Esse é o grupo que "promove... o desenvolvimento dos tradicionais laços estratégicos e econômicos com a China e a Índia ou com ex-clientes de Moscou, tais como Irã, Síria e Coréia do Norte, enquanto sustenta uma cooperação simbólica com Washington na arena global". De acordo com Mizin, tal política está enraizada "numa animosidade centenária contra a América".





A ameaça nuclear dos radicais muçulmanos, seja da Al Qaeda ou do Irã, possui impressões digitais russas. É forçoso admitir que o quebra-cabeça estratégico ainda não esteja totalmente ou finalmente resolvido por estas observações; mas nesses dias tediosos de vigilância distraída, é importante sabermos que a Guerra Fria ainda está sendo travada (não importa se admitamos o fato ou não).









© 2005 Jeffrey R. Nyquist



Publicado por Financialsense.com



Tradução: MSM.





(*) Jeffrey Nyquist é formado em sociologia política na Universidade da Califórnia e é expert em geopolítica. Escreve artigos semanais para o Financial Sense (http://www.financialsense.com/), é autor de The Origins of The Fourth World War e mantém um website: http://www.jrnyquist.com/





Obs.: Yossef Bodansky é autor do livro "Bin Laden - o Homem que Declarou Guerra à América", Ediouro, São Paulo, 2002, com tradução de Helena Luiz. O título original "Bin Laden: the man who declared war on America", de 1999, foi best-seller nos EUA (F.M.).









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