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Artigos-->Chávez e o DEA -- 30/08/2005 - 11:50 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Chávez e o DEA



por Semana em 26 de agosto de 2005

http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=4017



Resumo: A retórica de Hugo Chávez contra os Estados Unidos se faz cada vez mais forte. Briga com o DEA e chama George W. Bush de “o maior terrorista do mundo”.



© 2005 MidiaSemMascara.org



O governo venezuelano acaba de dar outro passo para a confrontação com os Estados Unidos. No domingo, minutos depois de votar nas eleições municipais, o presidente Hugo Chávez tornou público o anúncio: suspendeu as relações com o Departamento Anti-Drogas Americano (DEA). “Detectamos infiltrações da inteligência que ameaçavam a segurança e defesa do país. Inclusive estavam utilizando como máscara a luta contra o narcotráfico para apoiar o narcotráfico”, argumentou em uma jornada na qual 70 por cento dos venezuelanos preferiram abster-se.



A ruptura do convênio com o DEA foi um ingrediente a mais no discurso anti-Bush de Chávez. Não passaram 24 horas quando de novo, na inauguração do XVI Festival da Juventude (que em outras épocas se realizava no mundo socialista), o presidente acusava o governo norte-americano de terrorista, desestabilizador e ameaçava os Estados Unidos de “fazê-los morder o pó”, se tentarem invadir a Venezuela. 15.000 estudantes do mundo, entre os quais havia uns 300 norte-americanos, o aplaudiam efusivamente. Dois dias depois, voltou a arremeter contra os Estados Unidos, porém do Uruguai: “A maior ameaça do mundo é o governo de George Bush”, disse.



A diferença entre o clima que se vivia até há alguns meses e o atual, é que a estratégia chavista do discurso provocativo começa a passar para ações concretas. Assim assumem os que analisam o fenômeno Chávez e, segundo os experts, trata-se de uma bola de neve que seguramente trará outros atritos.



A resposta dos Estados Unidos, expressada pelo porta-voz da Casa Branca foi dura, porém até o momento limitou-se a advertir que Washingtom também fará sua própria ofensiva propagandística contra Chávez.



O drama com o DEA começou há três semanas quando dois venezuelanos (um homem e uma mulher) que juraram ser informantes do narcotráfico, denunciaram ante a Procuradoria que funcionários da agência anti-drogas dos Estados Unidos exerciam atividades ilegais na Venezuela. Deram algumas entrevistas nas quais resumiam as operações que desenvolviam com os agentes norte-americanos desde há vários anos. Os denunciantes, em síntese, acusaram “os senhores do DEA” de violar a soberania do país.



Supõe-se que ambos os denunciantes cooperavam com os funcionários estrangeiros na unidade especial de investigações criada mediante um convênio entre ambos os países em 2002. Este acordo – que culminava em 2006 – compreendia apoio financeiro, técnico e de capacitação de agentes.



Pouco depois de Chávez anunciar o divórcio com o DEA, o inspetor geral da Força Armada Nacional, Melvin López Hidalgo, detalhou algumas destas operações ilícitas: transferência sem controle da droga confiscada na Venezuela para outros países, perda de confiscos, entregas controladas de drogas (sting operations, proibidas no país), entre outras irregularidades.



Hidalgo assegurou que o DEA não respondeu a estes assinalamentos. Todavia, os Estados Unidos lamentaram oficialmente a decisão da Venezuela de suspender a cooperação com o DEA e reconheceram a “firme deterioração” do compromisso venezuelano nesta frente. O porta-voz do governo norte-americano, Adam Ereli, afirmou que essas acusações “não têm fundamento” e que esta medida “só beneficia os narco-traficantes”. Tudo isto ocorre num momento em que o Exército e a Guarda Nacional venezuelanos estão mais concentrados, segundo os analistas, na ordem pública interna, do que nas fronteiras. Este panorama tem convertido a Venezuela em ponte para o narco-tráfico para os Estados Unidos, o Caribe e a Europa.



Experts estrangeiros calculam que cerca de 300 toneladas de cocaína passam pela Venezuela a cada ano, desde a Colômbia, em troca de dinheiro e armas destinados a bandos de drogas, guerrilheiros e para-militares. Segundo cifras da Comissão Nacional contra o Uso Ilícito das Drogas (CONACIUD), o que se apreende não ultrapassa 15 por cento do que transita pelo país.



A luta contra o narco-tráfico, insiste o ministro do Interior, Jesse Chacón, será continuada pela Venezuela com ou sem o DEA. O problema é que ante a ruptura com a agência norte-americana, Caracas não apresentou alternativas contra as drogas.



Para Alberto Garrido, analista político e expert em Chávez, o assunto do DEA é um degrau a mais na confrontação em grande escala na qual tem se convertido a relação entre a Venezuela e os Estados Unidos. “Existem dois eixos delienados claramente – disse à SEMANA. O dos Estados Unidos-Colômbia e o de Caracas-Havana. Ao lidar com uma hipótese de guerra como a de Chávez, não se pode permitir que o inimigo estratégico tenha presença em um trabalho de inteligência como o do DEA”.



A de Chávez com os Estados Uindos é um “diálogo entre surdos”, afirma Garrido. “Chávez nunca quis dar o status de narco-guerrilha às FARC. O Plano Colômbia não tem tido impacto na fronteira com a Venezuela e isso, em meio a andinização do conflito do narco-tráfico e da guerrilha, representa um problema para Washington”.



As perguntas que se haveria de fazer, então, afirma Garrido, vão muito além de até onde Chávez quer fazer chegar a revolução bolivariana ou sua hipótese de guerra assimétrica. A pergunta melhor seria, até onde estão dispostos a chegar, os Estados Unidos e a Colômbia, com Chávez?



A politóloga e professora María Teresa Romero, duvida que o incidente com o DEA produza um rompimento das relações diplomáticas ou comerciais com os Estados Unidos. Não obstante, pensa que a conseqüência mais imediata é que acelera a possibilidade de que este país diminua sua compra de petróleo à Venezula. “O narco-tráfico é um tema sensível para os Estados Unidos e se deixar de comprar petróleo, como vai se manter a revolução bolivariana? Bush não tem exercido uma política de confrontação, senão de apaziguamento, porém, a situação se está polarizando, e sua política na América Latina avança à uma aliança para conter Chávez”, disse à SEMANA.



O capítulo com o DEA também tem implicações jurídicas. A ex-embaixadora Milagros Betancourt, ressaltou à SEMANA o que significa que os países percam a fé na Venezuela: “A Venezuela já não é confiável como contra-parte. Isto põe em jogo a credibilidade do Estado. Há que lembrar que os temas do hemisfério são a democracia, as lutas contra o narco-tráfico e contra o terrorismo. Existe uma visão distorcida da soberania e toda ruptura se justfiica com esse tema, e esquecem-se de que hoje a comunidade internacional funciona sob a base da cooperação”.



Para Betancourt, tanto os Estados Unidos quanto a Venezuela mantêm um duplo discurso. Passam-no entre “dize-me e dir-te-ei”. Acusam-se mutuamente, porém mantêm relações comerciais, refere a analista. “Rompe com o DEA, porém continua com o nexo petroleiro. Desde 1999, a Venezuela está rompendo acordos. O lamentável é que, com este novo capítulo, as primeiras vítimas serão os jovens, pois os narco-traficantes ficam sem controle”.





Fonte: Semana.com



Tradução: Graça Salgueiro





"Quando todas as armas forem propriedade do governo, este decidirá de quem serão as outras propriedades" (Benjamin Franklin).



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