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Artigos-->Elba Collor x "Land Rover" Lulla... -- 29/08/2005 - 09:09 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MENOS, PRESIDENTE LUIZ INÁCIO, MENOS



Maria Lucia Victor Barbosa (*)



No dia 25 desse agosto que continua cada vez mais mergulhado na lama dos escândalos governamentais, o presidente Luiz Inácio foi pela primeira vez a uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, órgão que quando foi criado parecia fadado a substituir o Congresso Nacional, mas que ficou ao nível do programa Fome Zero e outros mais que nunca funcionaram. Naturalmente o presidente foi ao CDES para discursar. Discursando como sempre se empolgou, ascendendo celeremente às estratosferas da auto-estima.



Disse Sua Excelência que não fará nem como Getúlio, nem como Jânio, nem como João Goulart, mas terá a paciência de Juscelino. Arrematou afirmando que a verdade aparecerá, faltando pouco para se comparar a Jesus Cristo pregando aos seguidores: “Eu sou a verdade”.



Menos presidente Luiz Inácio, menos, eu lhe diria se tivesse chance de estar em sua presença. O senhor não pode fazer como nenhum desses ex-presidentes na medida em que não se parece nem um pouco com eles. Explico-lhe melhor:



Getúlio Vargas tinha um poder pessoal marcante e governou com pulso forte tanto na fase ditatorial quanto na que foi eleito. Não gosto de ditadores, mas é forçoso reconhecer que Getúlio manobrava o leme do barco do Estado seja para o bem, seja para o mal. Muitos de seus feitos permanecem até hoje, e diante das pressões que recebeu teve um último e extremo gesto, que pode nesse caso ser traduzido por coragem e honra: o suicídio.



O senhor, presidente Luiz Inácio, não me parece ser dado a essas grandiosidades. Aliás, nem sequer governa, preferindo o turismo político das grandes viagens e pequenos negócios que em certos casos, como o da China, foram um desastre para nosso país. Sabemos também de seu gosto pela oratória, aquela que impressionava os companheiros nas portas das fábricas. E passou 12 anos fazendo campanha, ou seja, discursando. Aliás, Vossa Excelência continuou fazendo discursos eleitoreiros mesmo depois que chegou lá. No mais, aprecia um joguinho de futebol e um churrasco em finais de semana, o que denota seu gosto bem popular pelo lazer. Mas isso de governar, não é presidente, dá muito trabalho.



Com Jânio sua semelhança está num hábito que ele também possuía, mas que não vou mencionar. Por pouco o senhor expulsou do Brasil aquele jornalista norte-americano que teve o desplante de repetir o que uns colegas brasileiros mais atrevidos andaram dizendo por aí. E quem sou eu para mencionar certas “forças ocultas”, ou melhor, “forças terríveis” que tonteiam mesmo os mais poderosos. Acrescento que com toda sua excentricidade Jânio se elegeu para todos os cargos públicos que disputou, começando pela vereança até alcançar a presidência da República. O senhor, presidente Luiz Inácio, depois daquele mandato de deputado federal que transcorreu em brancas nuvens, desembarcou diretamente na presidência da República pensando que era algo igual à presidência de sindicato ou de partido político. Pois é, olha o resultado. E lembre-se que Jânio renunciou esperando voltar nos braços do povo, mas como ensinou Maquiavel, “quem constrói sobre o povo, constrói sobre o lodo”.



Com Jango o senhor pode ter alguma semelhança no sentido que este era um caudilho vacilante. Jango foi defenestrado pelos militares e praticamente fugiu com a desculpa de que não queria derramar o sangue dos brasileiros, como se nós fôssemos de derramar sangue. Hoje, presidente, o senhor tem os chefes militares ao seu lado como se vivêssemos um 64 às avessas. Não corre o risco de ser deposto pelas FFAA, apesar dos baixos salários que insatisfazem as tropas.



No mais, presidente Luiz Inácio, sei que não levanta o traseiro (para usar uma expressão sua) do cargo, em que pese ser essa a única saída honrosa que lhe resta. E digo isso baseada em suas demonstrações de admiração e apreço por ditadores explícitos como Fidel Castro, disfarçados como Hugo Chávez, inequívocos como os chefes africanos que visitou. Compreendo que seria impensável para alguém que sonhou com pelo menos vinte anos de poder apear do “trono” aos dois anos e meio de mandato.



Quanto a Juscelino, foi um estadista, um dos nossos maiores presidentes. Assim, não confunda, presidente Luiz Inácio, paciência com eficiência ou competência, artigos inexistentes em seu governo petista.



O senhor não quis mencionar governos mais próximos. Não falou no ex-presidente Collor. Está certo, pois como circula em forma de gracejo, a diferença entre o governo Collor e o seu pode ser simbolizado por um Fiat Elba e um Land Rover. Não dá para comparar.



Para finalizar, pense com calma, Presidente Luiz Inácio, no que vou lhe dizer: se por um milagre a verdade aparecer por inteira, nem Nossa Senhora Aparecida em sua lapela nem seu filho Jesus Cristo darão jeito em sua situação.





(*) Socióloga e articulista.







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