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Artigos-->CPIzza de jiló... -- 09/08/2005 - 09:08 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Jornal da Comunidade - DF - Edição 871 - 06/08 a 12/08 de 2005



Política



Crise sugere pizza, de jiló



Apuração das três CPIs (Correios, Mensalão e dos Bingos), até agora, já aponta estrago sem precedentes na história do país



Marcelo Vieira



Os quase três meses de crise política no país, carburada pela CPI dos Correios, do Mensalão e dos Bingos, já produz números que mostram a dimensão do estrago que as sucessivas revelações e denúncias, partidas dos principais personagens de mais um capítulo negro da história política brasileira, trazem às instituições e à imagem de um de país que ainda toca o “seu barco” graças a sustentabilidade de sua economia.



Com base no que foi apurado, até essa semana, pelas CPIs, 19 crimes já foram tipificados por advogados, promotores e criminalistas respeitados de diversas capitais, produzidos por quatro esquemas paralelos já claramente caracterizados em suas estruturas internas, o que pode levar à cassação, repita-se, com base no que foi distrinchado até então pelas comissões parlamentares de inquérito, de 24 deputados. Evidentemente não são números finais, mas que apontam, segundo os mais otimistas analistas políticos, deputados e senadores , principalmente os que passam de 10 a 14 horas nas poltronas das CPIs, desfechos nada parecidos com “pizzas”. Pelo contrário, sugerem indigestos anos de cadeia e, além das cassações, perda de direitos políticos que podem ultrapassar a uma década.



Da corrupção ativa e passiva à gestão temerária de recursos públicos, por enquanto as estatísticas das irregularidades relacionam-se, direta ou indiretamente, a 230 pessoas, desde secretárias e contínuos a empresários, funcionários públicos, dirigentes partidários e parlamentares. Mas os números da crise podem crescer muito ainda, caso se confirmem novas suspeitas de desvios de dinheiro e indícios de corrupção em 11 estatais, fundos de pensão, bancos públicos e privado e grandes empresas.



Apenas a CPI dos Correios, até agora a mais conhecida do público, em 50 dias de trabalho já identificou 12 tipos de crimes previstos no Código Penal. Vinte e nove pessoas, entre funcionários públicos, representantes de bancos, empresários, integrantes do Partidos do Trabalhadores (PT) e parlamentares estão sendo investigados pela CPI. São suspeitos de terem praticado crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, tráfico de influência, advocacia administrativa, crimes contra o sistema financeiro, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, gestão temerária, gestão fraudulenta, fraudes em licitação e formação de quadrilha.



A corrupção em quatro versões



Mensalão, caixa-dois, lavagem de dinheiro e corrupção nas estatais. Esses são os quatro modelos de esquemas paralelos já descobertos pelas investigações, que tomaram fôlego substancial com as denúncias feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB/RJ) em seu primeiro depoimento na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, no dia 14 de junho.



O primeiro deles, o mensalão, que já caiu na boca do povo e virou tema para piadas de todos os gêneros, beneficiou, até o momento, 19 parlamentares, entre deputados e senadores. Comandado pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o partido, de acordo com as denúncias de Roberto Jefferson, distribuia mesadas a deputados da base aliada em troca de apoio político. Todo o dinheiro vinha das mãos do empresário Marcos Valério.



O segundo esquema, o caixa- dois, também revelado por Roberto Jefferson, abastecia as contas dos partidos aliados do governo nas campanhas eleitorais. O próprio parlamentar, em seu depoimento de 14 de junho, revelou ter recebido R$ 4 milhões do empresário Marcos Valério, em dinheiro vivo, para os cofres do PTB nas eleições municipais de 2003. Semana depois, Delúbio Soares e Marcos Valério confessaram o esquema em depoimento na Polícia Federal em Brasília.O terceiro esquema, o de lavagem de dinheiro, envolve o desvio de recursos dos cofres públicos por meio das empresas do empresário Marcos Valério. O desvio acontecia quando o empresário oferecia contratos publicitários feitos com empresas estatais para garantir empréstimos que suas firmas fizeram ao PT. Entre esses contratos, destaca-se o feito com a Empresa de Correios e Telégrafos. Até o momento, as investigações descobriam que as empresas de Valério emprestaram ao PT R$ 39 milhões. O quarto modelo é o que pode, ainda, provocar explosões de grande magnitude. O deputado Roberto Jefferson revelou que o PT havia “loteado” os fundos de pensão e as empresas estatais com o objetivo de arrecadar dinheiro em licitações fraudulentas ou de empresas privadas.



Com a corda no pescoço



Os fervorosos adeptos da tese de que tudo o que se investiga nas CPIs em andamento no Congresso pode acabar em pizza poderão mudar de idéia nos próximos 15 dias. A CPI Mista dos Correios envia, nesse período, ao presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o primeiro relatório com os nomes de parlamentares que quebraram o decoro ao se beneficiarem das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.



Até o momento, 19 parlamentares, entre deputados e senadores, correm o risco de perder o mandato. O primeiro deles é o ex-ministro da casa Civil e hoje deputado, José Dirceu (PT), acusado de comandar o esquema de financiamento irregular do PT. Seguem-se João Paulo Cunha (PT), Valdemar Costa Neto (PL) e Jacinto Lamas. A lista continua com José Janene (PP), Sandro Mabel, PT e José Borba, que renunciou à liderança do PMDB por ter sacado R$ 200 mil na conta de um empresa de Valério. Roberto Jefferson (PTB), também está na lista, seguido de Paulo Rocha, já fora da liderança do PT, por ter tirado R$ 470 de uma empresa de Valério, José Mentor, vice-líder do PT, que tem contra si comprovantes de dois saques no valor de R$ 60 mil. Ainda podem perder o mandado o presidente nacional do PL, Pedro Correa, presidente do PT na Bahia que sacou R$ 100 mil, e mais outros seis parlamentares: João Magno, recebeu R$ 29 mil em duas transferências das contas de Valério; Luiz Piauhylino – um assessor sacou R$ 50 mil; Romeu Queiroz, vice-líder do PTB, que recebeu uma remessa eletrônica de R$ 102 mil; Romel Anízio Jorge, vice-líder do PP beneficiado com depósitos de R$ 100 mil; Valdeval Limas dos Santos: foram apurados saques de R$ 100 mil realizados por um assessor do vice-presidente do PL e João Mendes de Jesus. Este último renunciou a presidência do PSL no início do mês.









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