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Artigos-->Educação no DF: diploma ao alcance do todos -- 09/08/2005 - 09:01 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Educação



Diploma ao alcance de todos Cursos a granel



Jornal da Comunidade - DF - Edição 871 - 06/08 a 12/08 de 2005



Distrito Federal conta com 76 instituições de ensino, que oferecem um total de 776 opções de especialização em nível superior



Carlos Oliveira



Realizar o sonho de ingressar no ensino superior no Distrito Federal é mais fácil do que se imagina. Desde que o quesito principal seja o número de vagas disponíveis. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), são 76 instituições oferecendo, somando-se cursos e habilitações de cada uma, 776 opções de carreira. Há uma infinidade de opções para quem quer graduar-se e encarar a competitividade do mercado de trabalho.



Para analisar e entender a grande expansão no número de Instituições de Ensino Superior (IES) no DF, o pesquisador e doutor em Sociologia da Educação, José Vieira de Sousa, desenvolveu a tese O ensino superior privado no Distrito Federal: uma análise de sua recente expansão.



De acordo com dados do estudo feito por ele, em apenas seis anos, ocorreu um boom de abertura dessas instituições no Distrito Federal. “De 1968, quando foi criada a primeira faculdade privada no DF, até 1994, foram abertas apenas 13. Depois, de 1994 a 2001, ocorreu o grande boom. O que era 13, passou para 63”, informa. Ele revela também que, enquanto a média de abertura de IES no Brasil de 1995 a 2001 foi de 76,6%, a do DF foi de 384%.



Ao longo do trabalho, Sousas, detectou alguns fatos que propiciaram o aumento no número de IES no Distrito Federal. Dentre eles, figura a política educacional para o ensino superior do governo Fernando Henrique Cardoso. “Além disso, há que se destacar o alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região, o poder aquisitivo e a taxa de fecundidade. De 1970 a 1980, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as brasilienses ti-nham em média 5,5 filhos e, no último senso, em 2002, a média havia caído para 2,3 filhos.



Daí, entende-se que o número de jovens na faixa etária de 18 a 24 anos aumentou, enquanto o de crianças caiu. Então, muitas instituições que mantinham escolas que disponibilizavam a educação básica aproveitaram a estrutura que possuíam e abriram faculdades”, explica.



De 1968 a 1994 as IES concentravam-se no Plano Piloto, com exceção da Universidade Católica de Brasília (UCB), que está em Taguatinga desde 1974. A partir do boom que aconteceu de 1995 a 2001, informa o pesquisador, foram abertas várias instituições em, praticamente, todas as cidades-satélites do DF.



“Contudo, a expansão não acompanhou o crescimento populacional. Naquele período, a cidade que mais cresceu foi o Paranoá, 17%. Lá não existe nenhuma instituição. Já Taguatinga, que teve um crescimento de 8%, recebeu o maior número de IES”, conta.



Sousa, que também é mestre em Educação na área de Ciências Humanas, interpreta que a expansão das IES não tem relação com o índice populacional, mas sim, com a demanda. “Por existir apenas duas instituições públicas, a Universidade de Brasília (UnB) e mais recentemente, a Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal (ESCS/Fepecs), muitos jovens não encontravam vagas para estudar. A partir desse cenário, as privadas aproveitaram a demanda e responderam à enorme procura que as públicas não conseguiam suprir”, diz.



Para ele, se por um lado as IES privadas respondem à demanda, por outro, elas sofrem com a ociosidade e, além disso, o acesso que proporcionam não garante o desenvolvimento de pesquisas e extensão. “Cerca de 20 a 30% das vagas nessas instituições não são ocupadas. Às vezes, uma turma que é aberta para 50 alunos, acaba tendo 10 ou menos. Em função disso, notamos que algumas IES fazem até três vestibulares por ano”, reflete.



Por causa dessa tendência, o pesquisador entende que muitas pequenas e médias instituições não resistirão e serão fechadas ou descredenciadas pelo Ministério da Educação (MEC). “Isso se elas não garantirem a qualidade. É bom lembrar que o Distrito Federal já teve uma faculdade descredenciada. Foi a Faculdade Garcia Silveira (FAGS), que ficava no Guará. Ela teve o seu descredenciamento publicado no Diário Oficial da União em abril de 2005”, revela.



Mercado profissional



Em relação à melhora da mão-de-obra especializada, Sousa entende que não há como afirmar que o mercado profissional terá um maior número de pessoas qualificadas em razão da quantidade de cursos oferecidos pelas IES do DF. “É possível dizer que o número de pessoas com nível superior, no geral, deve aumentar. Não há como falar que as pessoas que se formam serão bem qualificadas, afinal, cada instituição tem uma proposta diferente. Além disso, o governo não tem condição técnica para avaliar as IES da maneira correta”, argumenta.



O deputado e chefe da Secretaria para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, Izalci Lucas, entende que a quantidade não representa qualidade. “Pelo contrário, o excesso de oferta compromete a formação profissional. Com o grande número de vagas, nem sempre os mais competentes têm acesso”, afirma. O secretário entende que essa quantidade se transforme em eficiência, é preciso que as instituições de ensino tenham uma relação mais próxima com as empresas. “É imprescindível que cada curso superior seja orientado para a formação de profissionais cujas empresas locais demandam sua qualificação”, enfatiza.



Izalci prevê que, a partir de alguns projetos especiais para o desenvolvimento tecnológico e científico do Distrito Federal, serão abertas muitas vagas, que exigem um alto grau de competência. “Em breve o Parque Capital Digital estará funcionando. Ele, sem nenhuma dúvida, vai empregar apenas profissionais que estiverem muito bem preparados. Por isso, é fundamental que as faculdades priorizem a qualidade de seus cursos”, indica.



O acesso ao ensino superior no Brasil



Conforme dados do último Relatório de Monitoramento Global - Educação para Todos, da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), feito em 2001, o Brasil é o país da América Latina que tem o menor índice percentual de ingresso de jovens, entre 18 e 22 anos, na educação superior. Fazendo-se uma comparação entre países que têm praticamente o mesmo nível de desenvolvimento que o Brasil, os brasileiros ficam mais atrás ainda,. Os números da Unesco diz que na Argentina 56,3% do jovens nesse faixa etária estão matriculados.



Em Portugal são 53,1%; na Espanha são 58,9%. Quando a comparação é feita com os Estados Unidos, que tem 81,4% dos jovens com idade entre 18 e 22 na universidade, o abismo é muito maior.









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