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Artigos-->Cultura de Massas e sociedade -- 05/08/2005 - 18:09 (gilberto luis lima barral) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cultura de massas e sociedade

Gilberto Luís Lima Barral



Apesar de toda euforia com os novos meios de comunicação de massa como a internet e agora o celular, a TV, o rádio e o cinema continuam a agir substancialmente sobre as mentalidades, tanto no meio urbano quanto nas áreas rurais. O impacto dessas indústrias de comunicação sobre a vida coletiva e individual é escondido e escamoteado pelos próprios produtores como forma de garantir a satisfação garantida do cliente e não o seu dinheiro de volta. Através da manipulação constante dos desejos e das necessidades do público em geral cria-se um círculo vicioso. Os espectadores, ouvintes e telespectadores amoldam-se aos padrões midiáticos, ditando e usando o novo produto lançado.

Na sociedade da cultura das mídias e do consumo os indivíduos se acham livres, independentes e com suas próprias idéias. O quanto será que existe de realidade e fantasia em nossos pensamentos mais íntimos, e quais as fontes dessas fantasias? Será que podemos relacionar nossos sentimentos, desejos, necessidades e realizações ou frustrações com as realidades e fantasias criadas pelas imagens e sons que nos chegam pelos meios de comunicação de massa?

Uma análise dessa possível relação entre mentalidades ou personalidades e meios de comunicação de massa pode ser iniciada da seguinte maneira. Os canais de televisão, as estações de rádio, os grandes jornais e revistas existem enquanto um sistema de produção feito para satisfazer as necessidades do mercado consumidor, e precisam de lucro. Se um indivíduo quer assistir a um filme sobre guerra, ele vai na prateleira da loja e adquire ou aluga. Se um outro sujeito prefere um filme romântico vai a outra prateleira. O número de prateleiras contudo é limitado. Os indivíduos gostam de algumas coisas, outras não. Querem algumas coisas, outras não. Mas ele não pode deixar de querer ou querer objetos que estejam muito longe das imaginações.

Os gostos, os desejos e a forma de satisfazê-los são limitados, ou dito de forma mais radical são padronizados. A classificação que os produtores de jornal, televisão, rádio e outros meios dão para seus filmes, novelas, músicas é em geral para reduzir e classificar o público. Têm-se os tipos A, B, C ou D para dizer o que se deve ou não assistir. Os limites dos desejos e a forma de satisfazê-los também precisa ser padronizada, para dar o golpe final sobre o espectador e dizer para ele como deve ser o final. No filme, além de o espectador ser conduzido pelo enredo, pela trama ele é seduzido pelas roupas dos personagens, para os veículos dos astros, para os gestos, para as expressões, enfim é carregado para o mundo imaginário onde ele se descobre e se constrói enquanto ser humano. Ele julga e é julgado pela trama da novela, é embalado pela trilha sonora e sintoniza a estação de rádio para, quem sabe, ouvir a música tema, no geral uma música fácil e repetitiva.

Mas como ele gosta, o que ele quer? Em que se baseiam esses desejos, como eles são criados nos indivíduos? Os indivíduos em que falo aqui somos eu, você e todos ao redor. Pode ser exista alguém que esteja prestando atenção nestes acontecimentos da vida moderna, e busque alguma forma se desfazer dos impactos dos meios de comunicação de massa em sua vida. O certo é que, de alguma maneira, parece impossível seguir outro caminho. Não podemos gostar de coisas, querer coisas que nunca foram queridas antes por outras pessoas? Serão nossas idéias nossas mesmas ou através do que assistimos na televisão, ouvimos nas músicas etc, nossas idéias se confundem? Não seriam, na verdade, nossas idéias fruto dessas nossas vivências e experiências sociais com os meios de comunicação?

Se prestarmos atenção na realidade, podemos ver que boa parte de nossas opiniões e assuntos do cotidiano estão envolvidas com notícias de rádio, músicas, fatos pessoais da televisão. Damos opinião nas relações íntimas dos astros da TV, desconfiamos dos políticos, preocupa-nos a enchente no Suriname, ansiamos pela CPI do mensalão, corremos para casa para assistirmos a novela, ou seguimos para o bar assistir a final da copa. A tese de que os meios de comunicação de massa impactam nossas mentalidades, fica quase indefensável se não pararmos de enfileirar mais meras coincidências com a realidade. Até porque, alguém poderia se assustar e dizer: tudo então é produto da indústria cultural de massas e vivemos uma grande fantasia. Quem sabe?

Podemos dizer que é mais ou menos como se os meios de comunicação de massa e o mercado tivessem transformado tudo em mercadoria: os nossos desejos e os produtos que satisfaçam esses nossos desejos. Assim vivemos uma espécie de holograma de personalidade. Com algumas opções mais não todas. Com alguns desejos mais não vários. Nos tornamos então, normais, padronizados por mais livres que nos encontremos. Aliás, qual idéia de liberdade está sendo transmitida e veiculada nas televisões e nos rádios? Se observarmos que estilo de liberdades está sendo vendida e negociada nas novelas, nos filmes, nas músicas também podemos compreender melhor ainda essa influência da indústria da cultura de massas sobre nossas mentalidades.



Cultura de massas

Gilberto Luís Lima Barral



Apesar de toda euforia com os novos meios de comunicação de massa como a internet e agora o celular, a TV, o rádio e o cinema continuam a agir substancialmente sobre as mentalidades, tanto no meio urbano quanto nas áreas rurais. O impacto dessas indústrias de comunicação sobre a vida coletiva e individual é escondido e escamoteado pelos próprios produtores como forma de garantir a satisfação garantida do cliente e não o seu dinheiro de volta. Através da manipulação constante dos desejos e das necessidades do público em geral cria-se um círculo vicioso. Os espectadores, ouvintes e telespectadores amoldam-se aos padrões midiáticos, ditando e usando o novo produto lançado.

Na sociedade da cultura das mídias e do consumo os indivíduos se acham livres, independentes e com suas próprias idéias. O quanto será que existe de realidade e fantasia em nossos pensamentos mais íntimos, e quais as fontes dessas fantasias? Será que podemos relacionar nossos sentimentos, desejos, necessidades e realizações ou frustrações com as realidades e fantasias criadas pelas imagens e sons que nos chegam pelos meios de comunicação de massa?

Uma análise dessa possível relação entre mentalidades ou personalidades e meios de comunicação de massa pode ser iniciada da seguinte maneira. Os canais de televisão, as estações de rádio, os grandes jornais e revistas existem enquanto um sistema de produção feito para satisfazer as necessidades do mercado consumidor, e precisam de lucro. Se um indivíduo quer assistir a um filme sobre guerra, ele vai na prateleira da loja e adquire ou aluga. Se um outro sujeito prefere um filme romântico vai a outra prateleira. O número de prateleiras contudo é limitado. Os indivíduos gostam de algumas coisas, outras não. Querem algumas coisas, outras não. Mas ele não pode deixar de querer ou querer objetos que estejam muito longe das imaginações.

Os gostos, os desejos e a forma de satisfazê-los são limitados, ou dito de forma mais radical são padronizados. A classificação que os produtores de jornal, televisão, rádio e outros meios dão para seus filmes, novelas, músicas é em geral para reduzir e classificar o público. Têm-se os tipos A, B, C ou D para dizer o que se deve ou não assistir. Os limites dos desejos e a forma de satisfazê-los também precisa ser padronizada, para dar o golpe final sobre o espectador e dizer para ele como deve ser o final. No filme, além de o espectador ser conduzido pelo enredo, pela trama ele é seduzido pelas roupas dos personagens, para os veículos dos astros, para os gestos, para as expressões, enfim é carregado para o mundo imaginário onde ele se descobre e se constrói enquanto ser humano. Ele julga e é julgado pela trama da novela, é embalado pela trilha sonora e sintoniza a estação de rádio para, quem sabe, ouvir a música tema, no geral uma música fácil e repetitiva.

Mas como ele gosta, o que ele quer? Em que se baseiam esses desejos, como eles são criados nos indivíduos? Os indivíduos em que falo aqui somos eu, você e todos ao redor. Pode ser exista alguém que esteja prestando atenção nestes acontecimentos da vida moderna, e busque alguma forma se desfazer dos impactos dos meios de comunicação de massa em sua vida. O certo é que, de alguma maneira, parece impossível seguir outro caminho. Não podemos gostar de coisas, querer coisas que nunca foram queridas antes por outras pessoas? Serão nossas idéias nossas mesmas ou através do que assistimos na televisão, ouvimos nas músicas etc, nossas idéias se confundem? Não seriam, na verdade, nossas idéias fruto dessas nossas vivências e experiências sociais com os meios de comunicação?

Se prestarmos atenção na realidade, podemos ver que boa parte de nossas opiniões e assuntos do cotidiano estão envolvidas com notícias de rádio, músicas, fatos pessoais da televisão. Damos opinião nas relações íntimas dos astros da TV, desconfiamos dos políticos, preocupa-nos a enchente no Suriname, ansiamos pela CPI do mensalão, corremos para casa para assistirmos a novela, ou seguimos para o bar assistir a final da copa. A tese de que os meios de comunicação de massa impactam nossas mentalidades, fica quase indefensável se não pararmos de enfileirar mais meras coincidências com a realidade. Até porque, alguém poderia se assustar e dizer: tudo então é produto da indústria cultural de massas e vivemos uma grande fantasia. Quem sabe?

Podemos dizer que é mais ou menos como se os meios de comunicação de massa e o mercado tivessem transformado tudo em mercadoria: os nossos desejos e os produtos que satisfaçam esses nossos desejos. Assim vivemos uma espécie de holograma de personalidade. Com algumas opções mais não todas. Com alguns desejos mais não vários. Nos tornamos então, normais, padronizados por mais livres que nos encontremos. Aliás, qual idéia de liberdade está sendo transmitida e veiculada nas televisões e nos rádios? Se observarmos que estilo de liberdades está sendo vendida e negociada nas novelas, nos filmes, nas músicas também podemos compreender melhor ainda essa influência da indústria da cultura de massas sobre nossas mentalidades.



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