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Artigos-->A Água começa a ferver -- 04/07/2005 - 09:34 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A AGUA COMEÇA A FERVER - I



por Agnaldo del Nero Augusto (*)



O senhor Lula, que para certas coisas mais parece um nefelibata, foi quem começou, por conta própria, ou simplesmente como a voz do ventríloquo, a criticar as elites nacionais e a evocar a desfocada luta de classes. Os estrategistas do PT aproveitaram seu inegável carisma e os maus-tratos da língua que o aproximariam do povo em sua constante presença no palanque, deixando, em cada pronunciamento, um pedaço por conta de suposto improviso. Os amantes dos números e das estatísticas informam que foram 600 em 750 dias de mandato, o que dá 4 pronunciamentos a cada 5 dias..



Escuda-se na sombra de um populismo barato para rebater as críticas ao Programa Universidade para Todos e afirmar que as pessoas “do andar de cima não querem que os pobres melhorem de vida” Será que ignora que as críticas ao ProUni não se dirigem ao caráter de inclusão social do programa, mas ao modelo de gestão que impõe às instituições de ensino superior e até o meio usado para implantá-lo, uma medida provisória., inibindo o debate.?



Quando improvisa, Lula não tem nenhuma preocupação em ser preciso, busca apenas chegar à consonância com o público. Assim como se comporta o ‘seu’ João na conversa corriqueira no balcão do bar, como escreveu a jornalista Dora Kramer, baseada em análise da cientista política Luciana Fernandes Veiga do IUPERJ .Da leitura dessa análise da Dra Luciana, nota-se que não há qualquer conotação oculta quando se vale do linguajar de balcão de bar para situar essa forma de se expressar. Ela explica que o sucesso junto às platéias a quem o presidente se dirige decorre da ‘quase lógica’ dos seus argumentos que, por essa característica, não resistiriam, em outro ambiente, nem mesmo a um exame puramente formal.



Como expõe o articulista do editorial “ Vendaval de Besteiras”, do O ESP “Para o seu público não há nada de errado quando o presidente chama tsunami de vendaval. Nem quando usa essa metáfora para descrever a economia do País ao tempo de sua chegada ao poder, como fez em Guarulhos recentemente. “A mídia que se delicia com esses tropeços, raramente dá o mesmo destaque a afirmações de Lula, piores do que gafe, por falsearem a realidade. Apenas o jornalista Gustavo Patu apurou que ‘estava simples e grosseiramente errada’ boa parte dos dados citados por Lula no Fórum Social Mundial. Um dos “erros” cometidos pelo presidente para se gabar de seus feitos foi a sua assertiva de que, ao assumir, o déficit do Brasil em transações correntes era de US$ 32 bilhões. Era ,na verdade, cerca da quarta parte disso: US$ 7,6 bilhões. Lula afirmou ainda que o risco país estava em 2.400 pontos. Estava em 1446”. E todo mundo, ou muita gente, sabe porque o risco Brasil subiu violentamente no período eleitoral Mais importante ainda, dado o público a que se dirigia, ele inflacionou a “quase 2 milhões” o 1,5 milhão de empregos criado no seu governo”, aumentando assim no papo 500 mil empregos. Mas este é um problema político, ainda que demagógico Voltemos à área ideológica, para constatar a evocação da velha luta de classes



Caprichar no verbo contra “os do andar de cima” tem sido a senha para ganhar aplausos dos que habitam o “andar de baixo” ou atenuar apupos de quem o vê comprometido com a causa dos mais ricos. Não por acaso, joga confetes aos “ amigos” do MST, “um dos movimentos mais sérios e mais respeitados do País” Como escreveu o jornalista e professor, Gaudêncio Torquato, de cujo artigo tomei emprestado a denominação deste e que me propiciará voltar a este assunto, se for o caso e conforme evolua a fervura: “Cumprindo o ritual retoma o lugar no palanque, refulge como ácido crítico do “establishment”(“o fato de estarem acampados aqui nào é culpa de vocês, é de uma estrutura”, em discurso para o MST, na Bahia) refaz ponte com as massas, ataca adversários e oportunistas, ameaça o empresariado com o aumento das importações e destaca a “melhor fase do País na credibilidade internacional” imbricando fios de diferentes cores para ocupar espaços e encobrir buracos da administração.....A estratégia, convenhamos, é inteligente, porque sensibiliza bolsões carentes que continuam a vê-lo como “pai dos pobres e oprimidos” e a considerá-lo um lutador, que só não realiza mais porque outros não deixam”.



E quem são os outros? Só faltou dizer que é a burguesia exploradora. Estão usando repetidamente os termos cidadania, república, como se esta tivesse sido proclamada em 2002, mas ainda não estão nos chamando de burgueses. É cedo. Isto faz parte do Plano B.



Para se gabar de seus feitos, como sempre, o último lapso do presidente, diante do tsunami de lama, que já beira o espelho d‘água do Planalto,( vendaval de lama é difícil de se conceber,) ao reafirmar sua disposição de combater a corrupção, disse: “ É por isso que, logo que assumi, criei um importante órgão, a Controladoria-Geral da União. Mas no próprio site da CGU que, pelo que se vê, no momento atual, nada controla, está a informação: “A Controladoria-Geral da União foi criada pela Medida Provisória Nr 2 143-31,de 2 de abril de 2001.Salvo engano o Sr Lula tomou posse em 2002.



Mas o presidente não é o único a veicular as proposições dos “estrategistas” do PT. Aos poucos elas vão sendo postas por outros militantes e nós as acompanhare- mos. Já há muitos indícios para reflexão que enumeraremos em outra ocasião. Por hora vamos recordar que como Prestes, no início dos anos sessenta, eles se precipitaram. Foram ao pote com muita sede e deram com os burros na lama Apesar de terem ocupado todos os postos importantes com a “nomenclatura” eles querem o Poder. O “ ex”-terrorista e assessor especial do presidente, o piedoso “Frei” Beto, parodiando o mesmo Prestes daquele período asseverou: “estamos no governo mas ainda não no poder” O que acontecerá quando tomarem o Poder? Será a hora de “mudar tudo isso que está aí“, como o PT vinha prometendo pelo menos até dezembro de 2001(na carta de Olinda que falava em “ruptura”)? Ou a hora de implantar o socialismo prometido, em seguida, em Niterói?



Por isso a obsessão com a reeleição, que em razão da maior corrupção que já se teve notícia neste país, já não é tão provável como parecia.



Ante o insucesso da atual estratégia eles podem se desesperar e desencadear o Plano B, como em 1967, partir para a ação direta. O “Zé duas caras” já convocou as 43 organizações de massa, organizações dos “movimentos sociais” na novilíngua.



Em tempos de “chavões” é bom lembrar que “ o preço da liberdade é a eterna vigilância” e ainda, que a liberdade é mais importante do que a sobrevivência, tanto que muitos estão dispostos a dar a vida por ela.



(*) General de Divisão Reformado, autor de "A Grande Mentira", Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 2001.



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