Fazer política sindical está cada vez mais difícil, principalmente porque grande parte das entidades sindicais do funcionalismo está infestada de militantes partidários que seguem a cartilha mal escrita das suas tendências. Os sindicalistas deveriam se preocupar em defender os interesses da categoria que representam. As entidades sindicais deveriam estar isentas de politicagens baratas como são feitas nas negociações das reivindicações dos funcionários públicos. Prevalece aquele ditado: "faça o que digo, mas não faça o que faço". E, o que é pior, predominam as traições e articulações, "na calada da noite", das categorias ditas mais "representativas". Sob o subterfúgio de assegurar vantagens para a classe nos governos ditos "democráticos" , é inconveniente que as novas lideranças, principalmente das entidades pequenas, que representam órgãos com um menor número de funcionários, executem suas estratégias de negociação e o façam de forma honesta, transparente e veemente. É imperativo lembrar que os profissionais do sindicalismo devam sempre aparecer e conduzir todo o processo. Porém, a luta torna-se inócua, uma vez que esses são enrolados facilmente e não tiram as suas "viseiras" para analisar e rever suas estratégias equivocadas. Pior, eles só têm discursos e agem de acordo com o que lhes são convenientes. Submetem suas propostas de forma democrática nas reuniões e depois encaminham com alterações. Formam "panelas rotativas" e, se algum membro ou entidade destoar de sua linha de conduta, articulam para neutralizar as ações ou mobilizações. São os chamados "sindicalistas multicaras" e são liderados por um Judas travestido de Pilatos. Falam uma coisa para imprensa, outra para a categoria e mesclam os dois discursos para as demais lideranças. Existem entidades sindicais e lideranças para qualquer tipo de gosto, menos ao gosto da categoria. Muitas dessas lideranças já se tornaram profissionais na arte de iludir e enganar e, se as traições são uma constante dentro da própria entidade, imagine dentro de um conglomerado de entidades. A pior das traições é a das suas bases, seja ela sindicalizada ou não. A briga pelo poder dentro das entidades sindicais e dos partidos políticos ditos democráticos e progressistas ( de esquerda) deixa de lado a principal bandeira de suas existências: emprego, salário, renda, justiça social e, acima de tudo, humana. Se viver é preciso lutar e vencer, torna-se inviável com a omissão e inoperância daqueles que têm voz ativa nos palácios, assembléias, e na mídia, e não o fazem por covardia ou interesses ocultos. Os funcionários públicos devem abrir os olhos a seus representantes. Devem participar mais de todas discussões, lutas, reivindicações, para preservação de suas conquistas, caso contrário o rolo compressor dos populistas, fisiologistas e falsos sindicalistas, aliados aos desmandos do Executivo e do Legislativo, passa por cima e não sobrará nem salário, nem emprego e nem vida.