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Artigos-->A ética dos outros -- 01/06/2005 - 09:15 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ética dos outros



Eduardo Levy

www.edulevy.blogspot.com



Hoje, a cultura que predomina é a da relatividade. Não existe certo, errado, verdade, mentira, nada. Tudo é relativo. Vemos isso no esforço de nosso mui querido partido governante em evitar a CPI dos Correios. A CPI tem por objetivo investigar denuncias de corrupção envolvendo a empresa que, muito coincidentemente, assim como todas as outras empresas estatais que não podem ser vendidas por se tratar de "patrimônio do povo e do Brasil" (sic), está lotada até as entranhas de companheiros petistas.



Quando estava na oposição, o PT, que se dizia o partido da ética, instaurou e fez todo o esforço para instaurar todas as CPIs possíveis e imaginárias, pois era preciso ética na política e era preciso averiguar qualquer denuncia de corrupção, e, se esta denuncia não existisse de fato, que fosse inventada. Hoje, no governo, o PT faz de tudo para evitar toda e qualquer CPI, como do Caso Celso Daniel, Waldomiro Diniz, FARC (não era esse o partido da ética? Em tantas denuncias será que é tudo intriga da oposição?), Correios etc., pois tudo é relativo: só vale se for a nosso favor ou contra nossos inimigos. Afinal, da Silva não comete pecados. Ele está acima da lei e acima do bem e do mal: ele é o Messias!



Ao ser indagado se a instalação da CPI dos Correios o preocupava, da Silva respondeu: "Olhem para a minha cara e vejam se estou preocupado". Eu, se lá presente, responderia ao exímio Presidente que, infelizmente, é impossível acreditar em qualquer expressão emitida por sua cara, pois se ela representasse ipso facto o que ele pensa, eu teria visto sua cara de nojo ao desfilar com o ditador Bongo, do Gabão, e a sua cara de vergonha ao ir à televisão afirmar que está melhorando a vida do brasileiro. Como eu prefiro acreditar que da Silva sentiu sim vergonha de mentir e sentiu sim nojo de desfilar com um ditador corrupto e assassino, acredito que, então, sua cara não representa o que ele pensa, mesmo porque ele não tem vergonha na cara.



José Genuíno, Presidente nacional do PT, afirmou que a CPI é uma tentativa de "sucatear" a empresa. A língua também é relativa. Pelo que eu me lembro "sucatear" era vender empresas deficitárias que só servem de cabide de empregos para companheiros. Antonio Palocci disse que a CPI iria gerar uma crise econômica, coro reforçado pelo Presidente do Senado Renan Calheiros: "O empresariado quer remover gargalos para que o país continue a crescer e teme que a crise política arruíne o ambiente econômico". Estranho. Muito estranho. Na oposição Genuíno não se preocupava se as CPIs que apoiava iriam "sucatear" empresas, desde que prejudicassem de alguma forma o governo. Palocci também não se preocupava com crises econômicas. Ele e seu partido, inclusive, ajudaram a gerar muitas. Quanto a Renan, se ele, nesta idade, ainda não aprendeu que o que está atrapalhando o crescimento do país é o tamanho monstro do governo que apóia, não serei eu a ensinar.



A "campanha pela ética", criada por acadêmicos da USP, nasceu com o objetivo de depor Fernando Collor de Mello, usando para isso de muita ética ao inventar denúncias contra ele. Collor foi deposto inconstitucionalmente, mais ou menos como se o da Silva fosse deposto por seu motorista ser acusado de corrupção (ou, até mesmo, um alto funcionário de um de seus ministérios mais importantes, ou o tesoureiro do seu partido, ou por acusações de que recebeu dinheiro estrangeiro para a campanha, o que é proibido, ainda mais em se tratando de uma organização terrorista). Como o governo FHC seguiu a linha "muito à esquerda mas ainda insuficiente", a campanha continuou, e, como resultado, Lula da Silva foi eleito em 2002, aliando-se à Ribamar Sarney (o jeca, o oligarca, o dono do Maranhão, aquele-que-escreve-para-falar-que-não-é-tão-burro-assim, e segundo Paulo Francis só é considerado escritor porque vivemos em um país de analfabetos) e tutti quanti, adotando a estratégia leninista (com certeza da Silva não leu Lênin, pois ler é desvio pequeno-burguês, mas alguém o informou) de quando se tem cinco inimigos, aliar-se a quatro contra o quinto, depois a três contra o quarto, até destruir o ultimo que, no caso, é a democracia.



Como tudo é relativo e agora é o PT que está no poder, a ética já não é mais essencial e, nem mesmo, necessária, passando a ser desvio pequeno-burguês. Para o PT, o Presidente da Silva, o espião cubano José Dirceu, o terrorista José Genuíno etc. etc., existe a "nossa ética" e a "ética dos outros".









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