O Partido dos Trabalhadores, o PT, desde a sua fundação, fundamentado no instrumental teórico marxista-leninista, modificado por Gramsci, entre outras ações, desenvolveu intenso trabalho de massa na busca do que chamam de Conquista do Poder.
Para eles, do PT, não basta, via eleitoral, terem conquistado o governo. É necessário, também, o Controle do Estado e da população. Para isso, inteligentemente, exploram situações reais ou criadas, apoiados em verdades, meia-verdades ou mentiras, estas repetidas a exaustão, até serem absorvidas pela sociedade como verdades absolutas. Conseguiram até mesmo mudar a História recente com o apoio de segmentos importantes,devidamente cooptados e doutrinados, como o clero, políticos, professores e jornalistas.
A maioria de seus líderes, que impingiram ao País a luta armada para a implantação de regime comunista, marxistas, leninistas, maoístas, trotskistas ou seguidores de Fidel Castro e do regime cubano, representantes de ditaduras policiais que assassinaram e infelicitaram milhões de pessoas, embora derrotados na década de 70, hoje passam por defensores dos direitos humanos, da liberdade e da democracia.
A intensa doutrinação e impregnação psicológica que fizeram, durante todos esses anos, gerou polarização ideológica radical que tem como centros respectivos o PT e uma parcela pequena, porém esclarecida, da população, que jamais acreditou nos propósitos democráticos dos petistas, à qual, atualmente, se adicionam os inocentes úteis que se frustraram com o governo Lula.
Esta polarização começa a aparecer em verdadeira grandeza, nos diversos estratos da sociedade, a medida que o governo, cada vez mais confiante, toma medidas que lhe possam garantir o controle do Estado ou da população. Ela já se manifesta entre intelectuais, políticos, no meio universitário, empresário se, principalmente, no meio rural.
O socialismo (não a social-democracia),como objetivo, está mais do que claro nos documentos recentemente elaborados, tendo em vista o próximo Encontro Nacional, no qual se dará a disputa pela presidência do PT. O preconizado rumo à "utopia socialista" não se coaduna com a sociedade de mercado, baseada na democracia representativa e na liberdade.
Parece que, pouco a pouco, muitos saem da hibernação em que se encontravam, com medo da perda da liberdade e da democracia, pelos rumos que o País toma, reação que começa, embora timidamente, a aparecer nas páginas de uma imprensa até então adesista ou omissa.
Ninguém mais duvida da possibilidade de confronto violento na área rural, onde reina a instabilidade, fruto das dezenas de invasões e de ações ilegais por parte do MST, braço armado do PT, verdadeiro milícia organizada, ideologicamente marxista, e com grande capacidade de mobilização, apoiado por autoridades do governo, o que demonstrou a recente marcha sobre Brasília.
Em se tratando do controle do Estado, uma outra razão para o confronto se desenha: é a inaceitável tentativa de neutralização, por meio de recursos sempre escassos, das Forças Armadas que, entre outras coisas, gera a desmoralização dos seus chefes, interna e externamente, aniquila a liderança e abala os seus pilares básicos: a disciplina e a hierarquia.
As FA há muito são reconhecidas, pelas antigas lideranças marxistas, a grande maioria, hoje, no PT, como o maior obstáculo a tal controle e a conquista do poder. A questão salarial, com todos os seus negativos desdobramentos, é exemplo gritante do acima, contando com a participação do próprio Presidente da República, que parece não reconhecer, a não ser de forma demagógica, as necessidades da Instituição Militar, de seus integrantes e de suas famílias.
Entretanto, é preciso cautela, pois, se não desejam o confronto violento com as Forças Armadas, desejam levar seus integrantes ao desespero e à indisciplina, manchando as tradições e imagem da Instituição, destruindo a sua mística perante a população. Ao mesmo tempo, não é possível assistirmos esposas de militares da Ativa serem reprimidas por tropas do Exército, nas quais estão seus maridos, ou pelas polícias militares na calada da noite.
Até quando os militares aceitarão esta situação humilhante sem recorrer à violência? Devem os militares da Reserva, dispostos ao confronto, proteger o direito de protesto das mulheres (como o fez a polícia com o MST ), jamais os da Ativa. Para estes, como por várias vezes já o fizeram em outras épocas, missão mais nobre: a defesa dos interesses da Nação e do Estado em relação a governos que se tornam ilegítimos.
A situação é cada dia mais grave. Revolta e insatisfação não são boas conselheiras. Antes prevenir do que remediar. É mister que os mais altos chefes militares, unidos, não sejam passivos e encontrem rapidamente a solução, se preciso indo ao confronto funcional e pessoal, resgatando a autoridade do Comando e a dignidade da Instituição, exercendo efetiva liderança, arcando com o ônus ou o bônus das decisões inerentes ao cargo.