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Artigos-->Você quer ser professor? -- 25/01/2005 - 10:21 (Ivan Guerrini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“Diga-me e eu me esquecerei, ensine-me e eu me lembrarei, envolva-me e eu aprenderei”

(autor desconhecido)



Stephen Covey em “Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes” (Ed. Best Seller, 20ªedição, 2004), reconhece três fatores básicos para ser um bom profissional e, em particular, um bom professor: 1. conhecimento do assunto; 2. habilidade para desenvolvê-lo; 3. entusiasmo para ministrá-lo. Esses fatores, igualmente essenciais, merecem comentários.

De fato, sem conhecer o assunto que se quer tratar nas aulas, nem adianta começar. Porém, é necessário se reconhecer que tudo evolui, cresce e muda a cada instante. Eu não posso, por exemplo, pretender que a ciência de hoje seja a mesma da década de 70 quando me graduei na faculdade. A Física Quântica, disciplina que cursei na época e uma de minhas paixões atuais, o atesta em seus inquietantes mistérios e incertezas que impõe. Ela é um dos pontos mais comentados da ciência de hoje por profissionais de diferentes ramos de atividade, em Psicologia, Medicina, Consultoria e muitos outros. Alguns da academia dizem, muitas vezes por mera prepotência, que quem fala de Física Quântica aplicada na vida, na saúde ou nas organizações, não sabe o que diz e “viaja na maionese”, o que soa mais como inveja do que outra coisa. Pois é, bem além das equações matemáticas, a Quântica tem outras inúmeras faces, e quem é que tem o direito de dizer o arrogante “eu sei” nesse caso? Só porque é doutor e tem cargo importante aqui ou acolá? Seguindo Covey, conhecer o assunto aqui é ir bem além dos limites convencionais e admitir as várias possibilidades da Quântica, mesmo aquelas que falam do absurdo, do improvável e do impossível, conforme cita o físico Roger Penrose em seu “O grande, o pequeno e a mente humana” (Ed. UNESP, 1997), que, por sinal, físicos engravatados nem sempre se arriscam a ler.

Admitindo que se conheça o todo e não apenas o específico do assunto, resolve-se apenas o primeiro ponto de Covey. O aprendiz de professor, em seguida, precisaria ter habilidade para desenvolver esse assunto e, sem dúvida, um grande entusiasmo para ministrá-lo. Qual diploma leva a isso? Qual PG, pos-doc ou MBA? O mesmo vale para os palestrantes de grêmios, igrejas, ONGs e outras sociedades. Ou não? Você, leitor, faça um teste: quem, dentre os professores, facilitadores, pastores, padres e conferencistas que você conhece, têm as características de Covey? É claro que você não vai achar um profissional perfeito, mas com certeza sabe reconhecer aquele que tem dom para a profissão e aquele que não tem, quem gosta e quem não gosta do que faz. Com um pouco de percepção, você vai descobrir também quem é o professor que conhece só um pequeno pedaço do todo que deveria conhecer e aquele que usa e abusa de seus poderes de púlpito e posição política para esconder sua dolorosa ignorância ou frustração pessoal. Pelos frutos os conhecereis, diz uma passagem bíblica. Não é difícil descobrir igualmente aqueles que têm antes vocação para déspotas e ditadores, fazendo os alunos sentirem pena de seus cônjuges e filhos. Esses desajustados, que melhor fariam se estivessem vendendo pipoca em porta de cinema, estão longe de admitir as mudanças contínuas de Heráclito e o “só sei que nada sei” de Sócrates, procurando obrigar os alunos a crer que o mundo real é o imutável de Parmênides e Zenão que, aliás, só eles sabem ensinar, criando em pleno século XXI o mais fiel exemplo de uma fétida caverna de Platão. Se você quer ser professor, no entanto, não focalize seu olhar nesses profetas da mesmice, poetas mortos que procuram manter sua sociedade como tal. Procure por profissionais como Mr. Chips e Patch Adams, excomungados, mas realizados e felizes, que ainda encantam e envolvem seus pupilos com ensinamentos coerentes e mágicos.



(artigo de autoria de Ivan A. Guerrini, publicado no Jornal da Cidade, Bauru-SP, em 19/01/2005)
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