993300>Aschie nasceu em Belém do Pará a 1 de Abril de 1934, celebrado dia dos enganos e das mentiras, filho de um senador da República e de uma sua empregada doméstica, semi-analfabeta que bem se desembaraçava entre os ditâmes da austeridade burguesa. Por consequência, é criado e educado na casa do senador, que se assumiu seu progenitor.



Em 1950, após escândalo derivado de um incesto - foi seduzido por uma sua meia-irmã - abandona o lar paterno, mas continua usufruindo de auxílio financeiro, o que lhe permite frequentar a Faculdade de Direito. Dez anos adiante, conhece Ludmila Alexievna, seu grande e transcendente amor, que o induz nos ideais comunistas da época.



No início dos anos 70 enceta um período de conturbada existência, envolvendo-se em movimentos guerrilheiros, atitude que o levou à prisão na cidade de Salvador. Logo que alcançou a liberdade, refugiou-se na floresta e passou a viver integrado numa tribo indígena até cerca de 1995, altura em que morre sua mulher, mãe de seu filho Acauã.



Tem então lugar o reencontro com Ludmila, hoje professora primária numa cidadezinha paraense, o que o traz de regresso à civilização urbana. No ano 2000, no primeiro contacto que estabelece com seu filho baiano, este oferece-lhe um computador e a oportunidade de aceder à Internet, onde insere e apresenta uma fluente diversidade de trabalhos literários.



Abraçou sobretudo a paródia como género artístico, considerando que "era com a reciclagem que o humor proporcionava às obras do passado, que estas se actualizavam em renovado interesse público".



Uma frase de Aschie na Usina de Letras:



0000ff>Deixei que os mortos enterrassem seus mortos, mas eles preferiram ficar me esperando.



Embora a doença começe a apoquentá-lo ao dealbar de 2003, não deixa contudo de persistir na diversidade da sua produção, publicando através de sites literários na Internet, onde chegou a ser ameaçado por extremar demasiado em face do pudor. No decurso de 2004 estava a organizar a sua obra com vista a eventual publicação, mas não chegou a concluir esta tarefa. Em Outubro transacto a sua doença piorou e tranferiu-se para Belém a fim de tratar-se, mas já era tarde. Morreu numa casa do Bairro Mosqueiro a 3 de Dezembro com 70 anos de idade.



Até breve... Simpático Aschie... Para continuarmos a brincar.



António Torre da Guia



Estes elementos foram fornecidos por Acauã da Silva a quem Aschelminto recomendou contactar-me após seu falecimento.



À Memória de Aschelminto

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