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Artigos-->Abram-se todos os arquivos!!! -- 06/12/2004 - 16:09 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Arquivos, sim; mentiras, não!



por Marli Nogueira (*) em 06 de dezembro de 2004



Resumo: A sociedade está pouco se lixando para o que esse monte de papéis chamados de "arquivos da ditadura" possa conter, se é que eles ainda existem.



© 2004 MidiaSemMascara.org



"Uma mentira repetida várias vezes se transforma em verdade" (J. Goebbels, ministro da propaganda de Hitler).



Em sã consciência, ninguém acredita que a sociedade esteja "ansiosa" por saber o teor dos "arquivos secretos da ditadura", como vêm apregoando os esquerdopatas frenéticos, a baba espumando pela boca, as pupilas dilatadas e os punhos cerrados, em atitude nada condizente com a "paz" que eles tanto defendem mundo afora. Na verdade, é fácil perceber que a sociedade, como um todo, está pouco se lixando para o que esse monte de papéis possa conter, se é que eles ainda existem. A vocação para ressuscitar fantasmas não é uma característica do brasileiro médio, cuja preocupação maior é a de levar a sua vida da melhor maneira possível, enquanto tenta encolher o resto de mês que lhe sobra dentro do salário.



Esse desejo, que tomou conta da mídia nas últimas semanas, habita a mente de apenas três categorias de pessoas: a primeira é formada daqueles que, de alguma forma, viram frustrados seus anseios revolucionários e buscam, mesmo passados mais de 30 anos, algum tipo de vingança, baseada na mentira goebbeliana; a segunda compreende todos aqueles que, embora não tenham sofrido prejuízo algum, enxergam agora a possibilidade de com isso ganhar alguns momentos de fama; e a terceira é composta daqueles que, sem saber absolutamente nada de concreto sobre o período em questão, se deixaram enganar facilmente pelas falácias ideológicas reinantes.



O mais grotesco dessa "onda" toda é o tour de force que se está querendo imprimir aos fatos. Afinal, já dizia o filósofo, na tentativa de empurrar goela abaixo sua doutrina: "Se os fatos contradizem a minha tese, pior para os fatos!"



Ocorre que somente os que hoje já estão na chamada meia idade podem ter uma idéia do que foi o período conturbado dos anos 60. Estávamos em plena Guerra Fria, ameaçados de, a qualquer momento, ver estourar a 3ª Guerra Mundial. Puxando as duas pontas de uma mesma corda, Estados Unidos e União Soviética disputavam, entre si, as áreas de influência geopolítica. Cada pedaço de continente significava, portanto, um avanço das doutrinas defendidas por cada um desses países e, pois, uma conquista: de um lado, o capitalismo e a democracia, e de outro, o socialismo e o totalitarismo. Os primeiros eram animados pelo ideal do iluminismo inglês que subsiste até hoje em terra americana, responsável pelo pleno desenvolvimento de seu país, significando até mesmo um pólo de atração para muitos estrangeiros - inclusive brasileiros - que sempre viram, nos EUA, a chance de melhorarem suas condições de vida mediante ações concretas baseadas na meritocracia. A segunda, por seu turno, era movida pelo imaginário marxista, segundo o qual, independentemente do mérito de cada um, há que se distribuir a renda obtida pelo Estado leviatânico entre todos os seus habitantes (o que, na realidade, jamais aconteceu, já que o povo dos países que adotaram o comunismo vivia na mais absoluta penúria, enquanto seus dirigentes levavam uma vida nababesca, exatamente como ocorre até hoje em Cuba).



Com a revolução cubana de 1959, a América Latina tornou-se um foco perigoso de expansão da doutrina socialista, e muito próximo de seu adversário, os EUA. Soviéticos, chineses e cubanos, certos de poderem estender a este canto do planeta sua "forma de ver o mundo", esforçaram-se por implantá-la também nestas plagas, para tanto financiando e treinando milhares de militantes a fim de que estes agissem em duas frentes: a ideológica, responsável por cooptar o maior número possível de simpatizantes da causa; e a operacional, envolvendo não apenas ações de guerrilha - a chamada luta armada, que se intensificou a partir do final dos anos 60 -, como também atividades ilegais para a obtenção de mais dinheiro para a consecução de seus objetivos, além de atos que visavam criar uma atmosfera de caos e insegurança, ou seja, um "caldo de cultura" para a tomada do poder pelos comunistas.



Em pouco tempo, o povo brasileiro, assim como os povos de outros países deste continente, passou a assistir, estupefato, a vários desvarios: assaltos a bancos, joalherias e veículos transportadores de dinheiro (até mesmo para pagamento de salários de empregados!), greves quase que diárias de todas as categorias, assassinatos de policiais, de militares e de outros integrantes do governo, seqüestros de embaixadores, além de pixações com palavras de ordem em praticamente todos os cantos do País. O caos era generalizado e apavorava o cidadão pacato e trabalhador.



Em 31 de março de 1964, encontrando-se o País em uma situação-limite, as Forças Armadas depuseram o então Presidente João Goulart (Jango), que havia se aliado aos comunistas, e passaram a controlar o Estado brasileiro. Esse ato, ou "golpe", como preferem alguns - mas na verdade uma contra-revolução - foi realizado não só com o mais absoluto apoio da população, mas até mesmo a seu pedido, principalmente da classe média, que não mais suportando o estado de baderna reinante entre nós, foi às ruas para pedir que alguma coisa fosse feita para impedir o avanço visível do comunismo no País. Também a imprensa nacional, preocupada com o caos que se instalava, apoiou plenamente a ação dos militares, o que pode ser facilmente constatado pela leitura dos editoriais de todos os jornais importantes da época.



Não contentes com a barreira que se formou entre eles e o poder, os comunistas brasileiros passaram, então, a praticar atos de extrema violência, na tentativa de assumirem o assento que os militares estavam ocupando. O perfil dos guerrilheiros não era, como se poderia imaginar, formado de proletários ou camponeses "oprimidos", mas sim de jovens de classe média, que de tanto lerem as imundícies marxistas, leninistas, stalinistas, trotskistas ou maoístas, acharam por bem adotar uma postura transformadora do mundo, como se a eles fosse dado dirigir o destino das pessoas e dos países. Tentaram, à força, implantar o comunismo entre nós. Passaram a viver em "aparelhos" (imóveis que alugavam para as reuniões do grupo a que pertenciam), levando uma vida promíscua, a despeito de muitos deles já serem casados naquela época. Estabeleceram conexões com diversos países comunistas - URSS, Cuba, Albânia, China -, dos quais recebiam dinheiro, orientação e treinamento. Vários deles chegaram mesmo a passar algum tempo em pelo menos um desses países para poderem se adestrar na arte de matar, seqüestrar, roubar, mentir e enganar.



Naquele tempo, as instituições governamentais responsáveis pela manutenção da lei e da ordem (as Forças Armadas), tiveram que aprender, a duras penas, a identificar em que fase da estratégia fixada pelos centros irradiadores do socialismo se encontravam os militantes das organizações subversivas e quais eram as ações por eles planejadas. A cada fase correspondiam determinadas ações, todas elas violentas e com sérios prejuízos para a sociedade inteira.



Não se estava lidando com uma guerra convencional, em que os inimigos, após uma declaração formal de guerra, se colocam frente à frente, e cujos uniformes são suficientes para que sejam identificados. A guerra de então era suja, camuflada, sem aviso prévio, sem campo de batalha. O teatro de operações era o Brasil inteiro. De norte a sul pipocavam ações terroristas cujos autores eram brasileiros, vestidos à paisana, e que adotavam codinomes diversos como forma de escapar da polícia e de todos os aparatos de repressão.



A situação ficou tão terrível, que estes mesmos terroristas não escapavam ao delírio coletivo de seus próprios correligionários, tendo muitos deles sido "justiçados" pelos mais variados motivos: por terem preferido "abandonar" a causa; por terem delatado algum "companheiro"; por terem fracassado em alguma missão estabelecida pelo grupo a que pertenciam, ou mesmos por terem sido "suspeitos" de qualquer uma dessas ações. Aliás, foram vários esses grupos (organizações subversivas), embora todos eles tivessem o mesmo objetivo: implantar no Brasil o regime comunista. Isso é de uma clareza meridiana e só não o admite quem não tem o mínimo amor à verdade.



Seria bom, mesmo, que a sociedade pudesse enxergar, agora, quem foram e o que fizeram os "santinhos" que hoje dela escarnecem, recebendo polpudas indenizações às custas do suadíssimo dinheiro do contribuinte.



Que abram os arquivos, se quiserem! Mas mostrando os dois lados da mesma moeda, sem enganar essa mesma sociedade que eles dizem estar "ansiosa" por conhecer seu conteúdo. Que os castigos infligidos a cada um de nossos guerrilheiros e terroristas se façam acompanhar dos motivos que os provocaram. Esse é um dever do Estado e um direito de todos aqueles que até hoje estão sendo enganados por mentiras torpes.



Bastará ver o que um só dos nossos terroristas - Carlos Mariguela - apregoou naquela época, em seu famoso "Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano" (que se transformou em bíblia de toda a guerrilha latino-americana), para que o povo se dê conta do quanto deve às Forças Armadas por tê-lo livrado de um regime brutal e opressor. Atentem bem para esse trecho daquele Manual:



"O ódio como fator de luta. O ódio intransigente ao inimigo, que impulsiona além das limitações naturais do ser humano e o converte em uma efetiva, seletiva e fria máquina de matar. Nossos soldados têm que ser assim. Um povo sem ódio não pode triunfar sobre um inimigo brutal".



Era essa a cara de nossos terroristas, que de tanto ser mostrada como "santa", já está quase conseguindo esconder o aspecto diabólico que realmente possuía.



(*) A autora é Juíza do Trabalho em Brasília.









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