Verdade, Tany, que ainda que o domingo tivesse nublado, ameçando cair chuva sobre a minha solidão civil, eu gostaria de estar contigo talvez, falando coisas sobre a maneira como as gaivotas pousam de leve na superfície das ondas do mar...
Como anda, aliás, suas esperanças?
Aqui eu tenho trabalhado com as duas mãos para manter-me, impávido, dispondo somente de um rádio relógio que conta meus dias, a cama para dormir e as vozes que chegam-me do deserto dos computadores, entre as quais a sua, amiga.
Te contei que Mariana Brazil mandou-me seu excelente livro "Entre Fronteiras", que fala do sofrimento e da luta de meninas latino-americanas no mundo da prostituição,
da Italia? Ou que tem sido boa para mim a amizade do autor do blog cosmopolita?
E que a viúva do Taiguara, escritora e india,
mandou-me um cheiro da mata?
Que fiquei alheio a política porque acredito que
sem educação nada e´viável? Que dedicar-me ao
espírito e a arte e´toda crença que me resta,
depois de Bagda destruida?
Sim, amiga. Te digo que sou grato pelos poemas
de Neruda que vez ou outra descubro contigo...
Não sei como passa contigo a inspiração, mas te queria
falar desde ontem, essas coisa borbulhando dentro
de mim! meu quarto tem sido todo meu universo solitário
dentro da literatura.
A sorte são que as asas, o sangue e a mitologia, que
te digo pois que Deus misturou minha vida com a dos
anjos.
No mais, espero em breve toma um café expresso numa
livraria qualquer, contigo, para falarmos entre
outras coisas, desses nossos tempos virtuais.
22.11.2004
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Marcelino Rodriguez, escritor hispano-brasileiro, autor de "O Obervador de Pardais" 1996, "O Espião de Jesus Cristo" 1999, "Juvenília" 2000, "Café´Brasil" 2001, "A Ilha" 2001, "Boneco de Deus" 2002, "Mar, Romântico Mar" 2002, prêmio Pérgula Literária Internacional e Ação Cultural.
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