Ando mais pensativo nos últimos dias. Talvez por que estamos nos aproximando do final de mais um ano deste novo século e milênio.
Meus pensamentos me carregam por reflexões inusitadas: a personalidade,essa colcha de retalhos que nos diferencia das outras pessoas, pois, da mesma forma que as zebras, cujos desenhos não se repetem, somos únicos no mundo: nem nasceu, nem nascerá alguém igual a cada um de nós.
Penso, ainda, em como as elites manobram como as massas, mantendo-as na ignorância, no pauperismo, na alienação.
E,na época das eleições, mais do que em qualquer outra ocasião, os tipos políticos repontam na mídia, com aquelas caras indefectíveis, surradas, repetindo os clichês populistas e demagógicos de sempre... e o pior de tudo, ainda possuem uma boa clientela, exatamente, por força da ignorância secular do povão.
Penso nos ingênuos, querendo mudar a face da terra com hinos e cânticos, com salmos e cantorias, com música e poesia, com lições extraídas dos contos da Carochinha, D. Quixotes dissimulados e fora de tempo, tentando em vão esgrimir contra os moinhos de vento.
Vejo meu amigo Fernando Rossas que continua mandando suas mensagens vibrantes, politicamente engajadas, tentando esconder ou fantasiar a realidade feia desta nossa sociedade que nunca amadureceu, pois já se encontra em processo rápido de apodrecimento.
Penso em Yasser Arafat, envolto em sonhos de ver a Palestina livre e desenvolvida, ocupando seus espaços históricos, uma vida dedicada a uma causa, morrendo distante da sua terra e dos seus liderados.
Pensando, pensando, pensando...vou levando a vida, vou seguindo os meus passos, vou tecendo um punhado de idéias que, ao final, passam pelo funil do cotidiano e espelham as coisas que cada um de nós carrega no íntimo, nos escaninhos da alma, nos refolhos do coração.