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Artigos-->O hímen complacente de Jader Barbalho -- 23/09/2001 - 10:18 (Álvaro Larangeira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O hímen complacente de Jader Barbalho



Jader Barbalho é inocente. Puro. Virginal. Basta examinar o seu plasma, o céu da boca, os felinos incrustados nas sobrancelhas, o CPF da íris e a probidade do olhar. Cristalinos, íntegros. No coração do senador peemedebista não há espaço para as acusações de desvios de verbas públicas do Banco do Estado do Pará (Banpará), na época em que foi governador do Estado nortista, rombos de recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), principalmente no período em que administrou o ministério ao qual a autarquia estava ligada, e transações nebulosas de Títulos da Dívida Agrária (TDAs) da Fazenda Paraíso, quando ministro da Reforma Agrária. Nada disso. No músculo cardíaco do político paraense há lugar apenas para o amor ao próximo. Como Jesus Cristo, a quem Jader se comparou na entrega do pedido de licença da presidência do Senado por 60 dias.

Aliás, as biografias de Cristo e Jader são semelhantes. Os dois nasceram em Belém. O primeiro em Belém de Judéia. O outro, em Belém do Pará. O rebento do deus católico peregrinou por Cana da Galiléia, Jerusalém, Samaria, Betânia, Judéia, Galiléia. Arrebatou, dizem os escritos, milhares de crédulos e incrédulos. Ressuscitou mortos e multiplicou pães e peixes para os famintos. Foi crucificado. O filho de Laércio Wilson Barbalho e Joanelle Fontanelle Barbalho percorreu as bibocas da capital paraense, arrematou as cédulas eleitorais e peregrinou de Belém do Pará a Brasília, de Brasília a Belém do Pará e de Belém do Pará a Brasília. Foi vereador, deputado, ministro e, por enquanto, é senador. Alimentou a verve populista e o abraço cupincha. Promoveu a multiplicação dos bens. De uma casa e um fusca para um patrimônio calculado em milhões de reais. Hoje, foge da cruz.

Mas retomemos o fio do novelo. Jader Barbalho diz-se vítima de um denuncismo desumano. Aos que o acusam, acusa-os de atirar as pedras e esconder as mãos. Sente-se perseguido pelos fariseus. Entendamos a reclamação do advogado. Por onde ele passa há fariseu na sua cola e rastro com denúncias de falcatruas. Em 1990, relatório do Banco Central sobre irregularidades com o dinheiro público, esquecido depois por alguns anos, menciona 16 vezes o nome do ex-governador. Folhemos para cá ou pra lá, Jader Barbalho aparece ali e acolá. Agora, em 2001, nos levantamentos dos projetos aprovados pela Sudam, nos quais verteram papéis-moeda para ralos amigos, eis como beneficiário o empresário José Osmar Borges, amigo e sócio de Jader. Coincidência incompreensível à maldade dos fariseus. Porque basta atentar-se ao semblante de Jader Barbalho para notar a sua auréola. Inocente. Pura. Virginal. Embora seu hímen seja complacente com negociatas.



Álvaro Larangeira

Jornalista e doutorando em Comunicação Social//PUCRS

larangeira@terra.com.br



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