São decorridos quase 50(cinquenta) anos do Concurso para o Baqnco do Brasil, que fiz em novembro de 1954 (os temas das provas de Português foram "O Natal" e "Uma Caçada", para o candidato escolher um e escolhi o primeiro); em Inglês, foi uma tradução das palavras "CIF" e "FOB", e o tema da prova de Francês foi "O Adeus de Napoleão". Houve, ainda provas de Matemática, Contabilidade e Datilografia, sendo que as matérias eliminatórias, em que a nota mínima foi 6(seis), foram Português, Matemática e Datilografia.
Os cerca de 800 (oitocentos) candidatos ocuparam quase todas as salas do grande prédio, porque foram distribuídos de tal forma que ficassem desocupadas as carteiras da frente, de detrás e dos lados, excessão para a primeira fila, com carteiras desocupadas dos lados e atrás, e, a última fila, com carteiras desocupadas dos lados e na frente. Ou seja, foi uma cdarteira, sim; outra, não, para evitar contato dos concursandos. Além disso, cada sala teve dois fiscais. E o Inspetor, circulava de sala em sala recomendando que cada um fizesse sua própria prova, porque, "quem eu notar em atitude suspeita, recebe
sinal vermelho..., tomo a prova!"
Por coincidência, na época, o autor destas linhas era aluno do, então, chamado Colégio Estadual de Pernambuco (hoje é Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, 703 - Boa Vista - Recife - PE), no qual me matriculei para poder fazer refeições na Casa do Estudante. Assim que consegui um emprego, pedi transferência para o Colégio Carneiro Leão, onde concluí o Curso Clássico e fui Orador da Turma, cuja solenidade de encerramento, foi no horário do saudoso Professor de Francês, o alemão que morou na França, Alto Nadler.
Na época, o meu saudoso irmão José, trabalhava na Cobrança, da Ag. Centro, no antigo prédio da Marquez de Olinda. O Chefe dele era o já falecido Sr. Clidenor (não lembro o sobrenome), que facilitava para que pudesse ir às aulas de Medicina, graças a pedidos do Dr. Álvaro Ramos Leal( também já falecido), que era Chefe do Serviço Médico.
Meu irmão não foi fiscal do referido Concurso, por ter parente participando do mesmo.
Quando chegou o resultado, vindo do Rio de Janeiro, soube-se que 36 tinham sido aprovados e eu fui o 25(vigésimo quinto).
Trabalhava, então, como cobrador do Sindicato dos Comerciários e cheguei cançado na Pensão Auriverde, da rua do Paisandu. Deitei-me , e, quando ia cochilando, bateram na porta. Abri-a e fui cumprimentado efusivamente pelo maranhense Obede, que disse-me que a minha saudosa tia Maria (evangélica como o Obede), tinha passado por lá para dar a notícia e deixou um convite para ir jantar na casa dela.
Tomei um banho, me ajeitei e fui para a Casa do Estudante, acompanhado de outros companheiros da Auriverde - como João Paulo e Bezerra -, porque era amigo do Paulo Viana de Queiroz, Presidente da CEP (morreu quando já era deputado estadual, em acidente de carro em Vitória de Santo Antão).
Depois, fui jantar com minha tia e família para, em seguida, ir ao Cursinho do Lessa, onde ele disse:"Dos aprovados aqui presentes, só o Geraldo Lyra não foi nosso aluno. Então, levantei-me e falei:"É, mas, fui aluno de um seu colega, o Iran Salazar, em São Luís do Maranhão".
Mas, voltando à visita feita ontem à sala do primeiro andar onde prestei os exames de novembro de 1954 e sentei-me em carteiras localizadas onde fiz as provas de Matemática e Português - na primeira e última fila, respectivamente - (excessão de Datilografia, que foi no térreo e o tema foi Crepúsculo), coincidentemente aconteceu no primeiro dia de volta às aulas no segundo semestre e senti, ao ver alguns jovens, um misto de tristeza e encantamento!