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Artigos-->As contradições do Brasil -- 29/07/2004 - 11:02 (Caixa do Pregão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As diferenças entre as classes sociais no Brasil a cada ano se tornam cada vez mais nítidas. As classes economicamente fortes e politicamente dominantes submetem as classes inferiores à submissão, onde os modos elitistas de vida excluem aquele indivíduo fraco – no que se refere à potencialidade econômica – de ser inserido no meio social e no modo de consumo: bares, cinemas, teatros, cursos de línguas, cursos profissionalizantes, escolas de qualidade, faculdades etc.



Já se tornou mais do que claro que a pobreza aguda agrava a violência. Não que a ela seja causadora exclusiva do ato violento, ou da violência em si, pois se caso fosse, não existiria violência nas classes dominantes. Mas é bem certo que a pobreza é um agravante relevante no que se refere à violência. É uma condição a mais para o indivíduo economicamente fraco praticar a violência. É como se transferíssemos essa idéia para o dito popular, “a ocasião (no caso a condição) faz o ladrão”.



Como fenômeno principal do problema social brasileiro, está certamente a má distribuição da renda, causando as grandes diferenças sociais. Mas em um âmbito bem mais profundo de análise, sendo que ao meu ver, antes de tudo, antes mesmo da distribuição da renda, estão os problemas de CORRUPÇÕES – deficiências morais impregnada na nossa cultura em forma de esperteza e não de falta de ética – que desencadeiam lesões na sociedade civil e nas instituições, sendo elas em vários níveis de grau de relevância.



Atos corruptíveis extremos como o do juiz Nicolau dos Santos que desviou R$169 milhões dos cofres públicos na construção do Tribunal de Justiça do Trabalho em S.P, contribui sem dúvida alguma para a manutenção do caos social. E atos como o do traficante Fernandinho Beira Mar e de outros vários que sentenciam centenas de jovens ao universo do crime, contribui também a essa manutenção.



Mas atos corruptíveis em menor grau e num outro extremo, como: furar filas, colar em provas, passar a frente do outro no trânsito pelo acostamento, passar a frente de várias pessoas em fila de hospital público, favorecendo-se do parentesco ou amizade de algum funcionário na instituição, não deixa de ser favorecimento corrupto e que contribui de certa forma, tanto quanto aos outros atos extremos para a manutenção do caos, já que a corrupção seja ela em que nível for, gera reações em cadeia, trazendo o inconformismo, a indignação, a revolta, ou até mesmo a violência.



Os famosos jeitinhos brasileiros, só diferenciam na forma de serem aplicados nas distintas classes sociais. Posso citar como exemplo casos comuns e rotineiros. Na burguesia ocorre na mais valia, onde há o menosprezo do ofício do trabalhador, que em alguns casos chega a ganhar apenas 1% de todo o fruto de seu trabalho. E quanto menos for pago ao trabalhador maior será o lucro do burguês. Na classe média, aspirantes a burgueses, pode ocorrer na fraude em concursos públicos e vestibulares, com a compra de provas. Nas classes mais baixas, pode expressar-se no não pagamento da condução pública ou então no calote a mercearia. O jeitinho brasileiro só muda de cara, mantendo seu caráter legitimador da manutenção do caos.



Contudo, algumas dessas atitudes passam batidas pela maioria como não sendo atos corruptos, mas que no fundo no fundo não deixam de ser. Além de contribuir sim em grau significante de relevância, não somente nas questões de disparidades sociais, mas também para a violência e a manutenção do caos. O jeitinho brasileiro acaba por dignificar e legitimar a imoralidade e a ilicitude em nossa cultura espertinha.

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