O escritor José Mauro de Araújo marca a sua estréia no mundo da literatura com o lançamento do livro “História de um empreiteiro e Pescador”, reunindo uma seleção de contos em que o autor relata, de forma até mesmo curiosa, algumas experiências por ele vividas e que achou interessante registra-las na obra.
O livro está sendo divulgado no Tocantins e é prefaciado pelo secretário-executivo da Academia Gurupiense de Letras, Eliosmar Veloso. E é o próprio Veloso que questiona as razões que levaram José Mauro a fazer um registro pessoal de vida se transformar em livro.
A primeira questão que o livro desperta no leitor, tão explicitamente ligado à experiência íntima do empreiteiro e ao mesmo tempo do pescador, talvez esteja associada à conquista de um sotaque próprio, adquirido ao longo do tempo, nas suas diversões à beira de um rio ou mesmo nas realizações e decepções do dia-a-dia profissional, marcado pela enumeração entrecortada, onde o corpo dos seus relatos se abrem em objetos do mundo para expressar o universo emocional, sem derrapar para a lassidão confessional; comum aos grandes escritores que supõem que para se fazer literatura, bastam os sentimentos. Esse sotaque vai se afirmando como linguagem a cada página deste livro, com a fluência tão natural de seus relatos, com suas subversões de som e sentido, com sua despontuação.
O livro de José Mauro de Araújo, é construído com rastros, cacos, fragmentos superpostos do que se pode ouvir, ver, pegar com a mão. Encontramos a fina camada de aventura que recobre a realidade mais prosaica. O visível, recebe num instante a visita dos olhos poéticos. Tudo que é interior apresenta uma sensibilidade só acessível ao coração do artista.
O livro, “Histórias de um empreiteiro e pescador”, ao contrário do que poderíamos pensar, não se prende ao subjetivo. Ele o transcende. Barreiras se romperam. A rotina pôde ser narrada. José Mauro de Araújo mostra na obra que tem personalidade e, por isso mesmo convida o leitor a adentrar nas histórias verídicas e nas aventuras desse homem através de seus relatos. A narração tem vida, tem estilo e é cativante.
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